Edição digital
Destaque

O Estado da Nação Hoteleira: De olhos nos erros passados

A Publituris Hotelaria juntou os principais grupos hoteleiros para debater a actualidade. À mesa estiveram Pestana, Vila Galé, Hoti Hotéis, Altis, Turim e Sana Hotels. Leia sobre os assuntos discutidos no decorrer deste mês, no site da revista.

Patricia Afonso
Destaque

O Estado da Nação Hoteleira: De olhos nos erros passados

A Publituris Hotelaria juntou os principais grupos hoteleiros para debater a actualidade. À mesa estiveram Pestana, Vila Galé, Hoti Hotéis, Altis, Turim e Sana Hotels. Leia sobre os assuntos discutidos no decorrer deste mês, no site da revista.

Patricia Afonso
Artigos relacionados
Destaque
Lagoa e região Porto e Norte vão receber os próximos congressos da AHRESP
Actualidade
Nova edição: Entrevista a George Vinter e Lior Zach, fundadores da BOA Hotels
Actualidade
Six Senses Douro Valley aposta da diversificação de mercados

O Estado da Nação é um debate que tem lugar todos os anos, por norma no final de cada sessão legislativa, antes das férias parlamentares. Um espaço onde é debatida a situação do País e o Governo e oposição confrontam o trabalho feito. Nós quisemos saber o Estado da Nação Hoteleira. Coincidentemente, estamos no início da época alta. Para isso, juntámos os presidentes, CEOs e administradores dos principais grupos hoteleiros portugueses.

Manuel Proença, presidente da Hoti Hotéis; Raul Martins, presidente do Grupo Altis; José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group; Carlos Silva Neves, administrador da SANA Hotels; Ricardo Martins, CEO da Turim Hotels; e Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador dos Vila Galé Hotéis; foram os nomes cujas agendas conseguimos sincronizar por uma hora e meia para se juntarem num pequeno-almoço no InterContinental Estoril. Preço x Ocupação e quem é que está realmente a lucrar: Hoteleiros ou Distribuição?; Limitações do Aeroporto de Lisboa, possível excesso de oferta e necessidade de regulação; Como concorrer com novos conceitos de Alojamento; e, por último, a sustentabilidade do Turismo e perspectivas para o futuro. Estes foram os temas lançados.

De olhos nos erros passados

O primeiro tema foi, provavelmente, dos que suscitou mais discussão. Começou ameno, mas as diferentes posições não demoraram a conhecer-se.

Gonçalo Rebelo de Almeida foi o primeiro a tomar a palavra. O aumento da procura é indiscutível, faz parte do ciclo positivo que se vive e “faz com que haja margem para subir os preços”. Uma opinião transversal a todos os protagonistas.

Porém, a verdade é que “em muitas situações estamos a repor, no fundo, a degradação de preços a que se assistiu no período de 2009-2014, em que se andou a sacrificar preço”, em algumas situações “muito próximas do ridículo”. O administrador da Vila Galé confessa que não se pode “queixar”, mas refere que vivemos um ciclo positivo, à semelhança do que já aconteceu outras duas vezes nos últimos 30 anos. Mas “se for actualizar o valor [dos hotéis best seller em 2000] e introduzir o factor correcção monetária, não estou com valores muito acima do que fazia na altura. Obviamente que em valor absoluto há uma diferença grande, mas o dinheiro também tem outro valor. Portanto, não é assim uma coisa espectacular.”

O tema rentabilidade envolve uma componente imobiliária e aqui existem dois aspectos a considerar, segundo Gonçalo Rebelo de Almeida. Por um lado, temos o preço inflacionado do investimento em Lisboa. Do outro, o “perigoso” contentamento com “rentabilidades relativamente baixas”, dado a falta de alternativas do investimento noutros sectores. “Se tiver capital disponível e tiver como opção deixar na banca, num depósito a prazo, e não dar dinheiro nenhum, ou investir num activo imobiliário e dar-me 3 ou 4% de rendimento, as pessoas já estão contentes com este valor.” Porém, se são estes os valores “em períodos positivos”, o risco “da rentabilidade ser muito duvidosa quando houver um ciclo negativo é grande”.

A lógica por detrás do investimento na Hotelaria e no Imobiliário é diferente: “A nossa rentabilidade vem do resultado operacional que aquilo gera enquanto hotel. A lógica deste tipo de investidores é de comprar agora para tentar vender a seguir com uma mais-valia.”

José Theotónio concorda com as ideias já expostas, refere a perda de competitividade do Turismo face ao imobiliário no que concerne a novas unidades e alerta para a “bolha” já vivida em anos passados.

O CEO dos Pestana puxa a distribuição para o debate. Assumindo um modelo de desintermediação dos operadores turísticos e agências, o responsável sublinha que “o crescimento dos custos quer na captação de fluxos directos, quer da intermediação dos canais online tem vindo a subir de forma exponencial e, no fundo, essas empresas são hoje aquelas que se estão a apropriar de uma forma importante daquilo que é o valor que o turismo tem vindo a criar e… Enfim, os números são divulgados por eles: 25% das receitas da Google vêm do travel. Se assim é, quer dizer que esse dinheiro está a ficar nessa parte das empresas electrónicas.”

Manuel Proença alerta, por seu lado, que a recuperação de preço é sentida nas

regiões: Lisboa, Porto, Madeira e Algarve. Mas, “depois, há o interior do País, determinadas cidades onde ainda não se nota essa performance”. Algo que o representante da Hoti Hotéis acredita que vai acontecer, mas “há aqui um efeito de arrastamento conjugado que é a questão do imobiliário” e dos novos players a quem o Turismo é “apetecível”, mas que despertaram apenas agora para este sector.
chamadas grandes r
Na distribuição, o sector tem pouca margem de discussão com as grandes plataformas e acaba por se ver quase que forçado a aceitar as comissões de 20 e 25% exigidas, sob a pena de ‘deixarem de existir’ comercialmente. “E há uma grande parte deste bolo que é o Turismo que, no fundo, acabou por se posicionar fora do país nestas plataformas. Isto é um fenómeno, digamos que relativamente recente, que é muito difícil de combater”, diz o representante da Hoti Hotéis.Ricardo Martins considera o poder das plataformas online – que alteraram radicalmente a forma de comercialização – “perigoso” e sublinha outra vertente desta perigosidade: o “chashflow directo”, ao contrário do que acontece na tour operação, “porque a tesouraria permite que as pessoas tenham mais ambição e voem mais alto”. A isto junta-se a já falada questão do imobiliário e a falta de consciência em alguns processos de análise. “O preço do imobiliário está de tal forma que se pondera e fazem-se contas duas, três e quatro vezes para ver se, de facto, os projectos são rentáveis.”Subir preçosRaul Martins concentra-se na rentabilidade. Afirmando que o “rumo da actividade hoteleira modificou-se”, esclarece que os anos de crise levaram muitas “empresas a endividarem-se para pagar ordenados, fornecedores e manter o negócio”. Uma situação que está, agora, a ser amortizada. “Só em 2016 é que começámos a vender ao preço de 2007”, diz, referindo-se à cidade de Lisboa, onde o Altis concentra actividade. Também a distribuição concentra um maior volume das reservas, independentemente da subida ou não das comissões.
A solução, advoga, passa “pelo aumento de preço na época alta”. “Na baixa estamos a aumentar ocupação”. Só assim a indústria pode ter “melhores resultados e autonomia financeira”. Algo para o qual o aumento do preço do imobiliário já contribuiu, pois os activos “passaram a valer mais”.Carlos Silva Neves concorda com a subida do preço, mas é mais disruptivo na sua abordagem. “Vejo as coisas de uma forma muito diferente. Eu não me queixo que o preço do m2 do imobiliário está alto ou baixo. Vejo da seguinte forma: qual e o potencial que nós, portugueses, temos; a capacidade que temos de fazer; como fazemos e acreditamos fazer. E, depois, as coisas vêm por acréscimo e consequência”.E o que significa isto? Muito resumidamente, não vender Portugal como um destino barato. Nivelarmos os nossos preços pelo panorama europeu. O preço, o nosso valor, diz respeito ao nosso produto e, nisso, a nossa qualidade é indiscutível, defende o responsável dos Sana.A celeuma foi instalada com a questão do preço, que levou Manuel Proença a falar no “reinado” do Revenue Management e que “quem manda é o mercado, não fazemos preços baixos porque queremos”; enquanto Gonçalo Rebelo de Almeida ressalvou que “o produto não pode ser todo cinco estrelas” e Ricardo Martins frisou a necessidade de “consolidar o destino”. O que levou Carlos Silva Neves a reafirmar que Portugal deve ser vendido como um “destino diferente”, uma “alternativa”, e não um destino barato.

* Este artigo foi publicado na íntegra na edição de Junho, número 137, da revista Publituris Hotelaria

 

Sugestões

Hotéis Octant em Ponta Delgada e Furnas promovem atividades vínicas

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

A 31 de outubro terá lugar no Octant Ponta Delgada um jantar vínico em parceria com a garrafeira “Vinha”, dedicada a vinhos portugueses. A refeição conta com a presença de Luís Sotto Mayor, enólogo da Sogrape, que irá guiar os comensais pelas cinco referências de vinhos que vão harmonizar o menu do chef Paulo Leite, criado para este momento.

O jantar vínico começa com um cocktail de boas-vindas do Quinta da Romeira Espumante Bruto Branco de 2022, acompanhado por snacks como tártaro de novilho com massa sovada e caviar ou atum galha-à-ré com algas e citrinos. Nos pratos principais o Casa Ferreirinha Vinha Grande Branco 2022 harmoniza o Cantaro com feijoada de marisco, lula e tutano, e o Antónia Adelaide Ferreira Tinto 2019 acompanha a bochecha de novilho com terrina de batata e presunto Pata Negra, cogumelos e molho de vinho tinto. O jantar tem início às 20h00 e um custo de 65 euros por pessoa.

Já de 11 a 14 de novembro, o Octant Furnas recebe o curso de qualificação WSET ministrado por Sara Rodrigues e Matos.

Dividida em dois níveis, a certificação “permite aperfeiçoar os conhecimentos do mundo vínico”, como referido em nota de imprensa. O nível 1, um curso de iniciação ao vinho, explora os principais tipos e estilos de vinhos através da visão, do olfato e do gosto, e permite adquirir competências básicas para descrever os vinhos e realizar a junção entre vinhos e comida. Já o nível 2 aborda as principais castas, regiões vinícolas, métodos de produção e análise sensorial. Os lugares são limitados e as inscrições devem ser realizadas diretamente com a The Wine House através do seu website.

Six Senses Douro Valley | Créditos: DR

Actualidade

Six Senses Douro Valley aposta da diversificação de mercados

O hotel pretende atrair mercados da região Ásia-Pacífico para diversificar o market share e, assim, aumentar os níveis de ocupação, ao mesmo tempo que mantém o preço médio. Estão ainda em vista alguns projetos de remodelação, maioritariamente no “back of the house”.

Carla Nunes

O Six Senses Douro Valley, localizado em Samodães, no vale do Douro, pretende trabalhar com novos mercados, tendo também em vista obras de remodelação nas instalações dedicadas para os funcionários – comumente designadas como “back of the house”.

A explicação parte do diretor-geral do Six Senses, André Buldini, que em entrevista a este órgão de comunicação deu conta do interesse em “trabalhar com mercados novos”. Atualmente, a ocupação do hotel cabe maioritariamente aos Estados Unidos da América, que ocupam 57% do market share da unidade, e aos mercados português, brasileiro e inglês. Agora, a expectativa passa por captar mais hóspedes provenientes da região Ásia-Pacífico.

“O mercado da Ásia-Pacífico é um mercado que tem vindo a crescer e agora há muitos voos diretos dessas cidades para o Porto. Queremos trabalhar esses mercados. Queremos [também] que [os mercados do] Brasil, Portugal e a Inglaterra ganhem mais relevância internamente, e queremos trabalhar mais na época baixa, com diferentes tipos de grupos”, referiu o diretor-geral.

Para alcançar este objetivo, André Buldini refere que têm já em linha várias Fam Trips, visitas de imprensa, parcerias e presença em feiras, além de um reforço nos esforços de marketing digital. Outra das expectativas para 2025 passa pelo crescimento da ocupação, mantendo o preço médio – um marco que o hotel espera alcançar com esta diversificação de mercados.

Também para o próximo ano, o hotel tem em vista obras de remodelação no “back of the house”, principalmente nas zonas de refeitório e balneários, para as quais alocou entre 800.000 a 900.000 euros, de acordo com André Buldini.

Após ter começado o início deste verão com renovações na zona envolvente da piscina do hotel, o Six Senses Douro Valley vai agora investir na criação de uma estufa junto ao jardim orgânico. O objetivo passa não só por criar “uma área de trabalho para os jardineiros”, como também um local para a organização de workshops orientados pela equipa de sustentabilidade do hotel, bem como alguns pop-ups gastronómicos.

Não se reportando a valores de faturação ou ocupação, André Buldini referiu que os anos de 2022, 2023 e 2024 “têm sido sempre anos de crescimento”. Quanto ao final deste ano, e no que às taxas de ocupação diz respeito, a antecipação do hotel é a de que os valores fiquem “alinhados com os do ano passado”.

Actualidade

Nova edição: Entrevista a George Vinter e Lior Zach, fundadores da BOA Hotels

Nesta edição de outubro da Publituris Hotelaria, o destaque cabe à dupla da BOA Hotels, Lior Zach e George Vinter. Em 2022, a BOA Hotels abria no Porto o seu primeiro projeto hoteleiro, o Village by BOA. Dois anos depois, a empresa tem em vista a abertura de um wellness resort de luxo no Douro, no local da atual Quinta da Barroca, em Armamar. O projeto, ainda sem nome oficial, resultará de um investimento de 50 milhões de euros. Existem ainda planos para uma segunda abertura na Grécia, na ilha de Paros, de um boutique hotel de luxo. Nesta entrevista, fique a saber mais sobre os planos da BOA Hotels para os futuros hotéis no Douro e na Grécia, bem como o projeto de expansão pela Europa.

Carla Nunes

Nesta edição de outubro da Publituris Hotelaria, o destaque cabe à dupla da BOA Hotels, Lior Zach e George Vinter. Em 2022, a BOA Hotels abria no Porto o seu primeiro projeto hoteleiro, o Village by BOA. Dois anos depois, a empresa tem em vista a abertura de um wellness resort de luxo no Douro, no local da atual Quinta da Barroca, em Armamar. O projeto, ainda sem nome oficial, resultará de um investimento de 50 milhões de euros. Existem ainda planos para uma segunda abertura na Grécia, na ilha de Paros, de um boutique hotel de luxo. Nesta entrevista, fique a saber mais sobre os planos da BOA Hotels para os futuros hotéis no Douro e na Grécia, bem como o projeto de expansão pela Europa.

No número de outubro viajámos até Toledo, em Espanha, para conhecer o Aurea Toledo, um hotel de quatro estrelas da Eurostars Hotel Company localizado no centro histórico da cidade homónima. A unidade, que completou recentemente o seu primeiro ano de atividade, tem mostrado “uma forte procura por parte do mercado norte-americano”, de acordo com a diretora do hotel.

No capítulo “Fala-se”, continuamos a viagem até São Miguel, nos Açores, mais concretamente a Lagoa, local escolhido pela Hilton para a abertura do seu primeiro hotel no arquipélago. Após um investimento de 25 milhões de euros, o hotel abriu portas em junho deste ano sob a direção-geral de Ekaterina Ermakova, que em entrevista à Publituris Hotelaria dá conta dos projetos que tem para a unidade hoteleira. Esta é também a oportunidade de conhecer o pipeline da Hilton em Portugal, onde o grupo pretende duplicar a sua presença.

Já em Lisboa, é tempo de celebrar os 80 anos do Hotel Britania, cujas receitas de 2023 cresceram 15% face a 2022. Para este ano, a expectativa do grupo hoteleiro é a de que este indicador cresça entre 5% a 7%.

No dossier deste mês, quatro empresas tecnológicas dão conta de como está a hotelaria a aplicar a Inteligência Artificial. Com a utilização desta tecnologia a liderar na área de gestão de receitas, no que à indústria diz respeito, os profissionais do setor tecnológico apontam para a necessidade de investir tempo e dinheiro no desenvolvimento desta ferramenta.

Já no Especial é destacada a próxima feira da Decorhotel, que este ano regressa à Exponor, no Porto, de 24 a 26 de outubro. No âmbito do certame, fique a conhecer as propostas que a Colunex, Ecozer-Biofactor, Groupe GM, Lande, Newhotel, Sampedro, Sorisa e Floema vão ter disponíveis.

Ainda nas feiras dedicadas ao setor, damos conta das empresas portuguesas presentas na próxima Ambiente, que regressa à Messe de Frankfurt de 7 a 11 de fevereiro.

Na rubrica “Palavra de Chef”, fique a conhecer a primeira mulher a chefiar um restaurante no Belmond Reid’s Palace, Zélia Santos. Após um percurso de 19 anos no hotel, Zélia Santos assume a chefia do mais recente restaurante sazonal da unidade, o Brisa do Mar. Nesta conversa, mais do que dar a conhecer a cozinha e os projetos para este novo espaço de restauração, a chef dá conta da importância de “trabalhar muito”, não só no sentido da operação, como no desenvolvimento pessoal e profissional.

A fechar, abrimos as portas do mais recente hotel do grupo Altis no Porto, onde o convite passa por desfrutar de um refúgio de bem-estar no centro da cidade. Brindamos ainda com as sugestões de Diogo Faria, sommelier do Seiva Restaurante, em Leça da Palmeira.

As opiniões desta edição cabem a Graham Miller (NOVA SBE), Karina Simões (JLL); Jaime Quesado (economista e gestor); Kevin Hemsworth (ISAG) e Catarina Alves (CEGOC).

Já os indicadores deste mês são assinados por Luís Brites, CEO da Clever Hospitality Analytics, em parceria com Jesus Ramirez Medina, senior manager ibéria da SOJERN, fonte autorizada de dados.

Para ler a versão completa desta edição da Hotelaria – em papel ou digital – subscreva ou encomende aqui.

Contacto: Carmo David | [email protected] | 215 825 430

Actualidade

Pedro Machado prefere aumento do IVA turístico para evitar novas taxas

O secretário de Estado do Turismo considera que as taxas turísticas se tornaram num “instrumento que muitos municípios têm utilizado quase que para financiamento”.

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, veio esta segunda-feira, 14 de outubro, sugerir o aumento do IVA turístico como forma de evitar o surgimento de novas taxas turísticas.

“Há um imposto, que está consagrado na Lei das Finanças Locais, que nós chamamos IVA turístico, que é dado aos municípios e que, se for reforçado, pode, em muitos casos, mitigar o aparecimento da taxa turística”, afirmou o governante, citado pela Lusa.

Pedro Machado foi questionado pelos jornalistas, no final da terceira sessão do ciclo “Estratégia Turismo 2035: Construir o turismo do futuro”, realizada em Évora, sobre as taxas turísticas que alguns municípios já adotaram e considerou que estes impostos funcionam quase como “um instrumento que muitos municípios têm utilizado quase que para financiamento”.

Por isso, o governante diz que faria mais sentido aumentar o IVA turístico, cujas verbas revertem para as autarquias, admitindo mesmo ter dúvidas quanto à eficácia das taxas turísticas para mitigar os impactos do turismo e aumentar a satisfação dos turistas.

“Não julgo que ela [a taxa turística] seja, de facto, o instrumento mais eficaz para a sustentabilidade, a diminuição da pegada e o grau de satisfação dos residentes sejam resolvidos”, sublinhou Pedro Machado.

Para o governante, o aumento do IVA turístico seria importante para “os municípios aumentarem a prestação de bons serviços àqueles que querem receber, sejam turistas internacionais, sejam nacionais”.

É matéria que, seguramente, em sede própria, como é o caso da Associação Nacional de Municípios, pode e deve ser equacionada”, acrescentou, defendendo que a decisão sobre este tema “faz parte da autonomia dos municípios”.

A par do reforço do IVA turístico, Pedro Machado também defendeu a elaboração de estratégias, aumento da dinâmica de empresas e empresários, capacitação dos migrantes e resolução de problemas, dizendo que é o que o Governo já está a fazer.

Créditos: Depositphotos.com

Indicadores

Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos

Em agosto de 2024, o setor do alojamento turístico registou 3,8 milhões de hóspedes e 10,5 milhões de dormidas, gerando 948,1 milhões de euros de proveitos totais e 765,5 milhões de euros de proveitos de aposento.

Victor Jorge

Em agosto de 2024, o setor do alojamento turístico registou 3,8 milhões de hóspedes (+5,9%) e 10,5 milhões de dormidas (+3,8%), correspondendo, segundo dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a subidas de 5,9% e 3,8%, respetivamente.

Isto faz com que os proveitos totais gerados, em agosto deste ano, ultrapassem os 948 milhões de euros, representando um aumento de 7,8% face a igual mês de 2023, e 765,5 milhões de euros de proveitos de aposentos, correspondendo a uma subida de 7,7% relativamente ao mês homólogo do ano passado.

Porto e Norte lidera nos hóspedes e Algarve nas dormidas

Dos quase 3,8 milhões de hóspedes, 1,488 milhões foram residentes em Portugal (+6,8%) e 2,270 milhões não residentes (+5,3%).

A liderar no número total de hóspedes aparece a região do Porto e Norte que, no mês de agosto, somou 889,5 mil, correspondendo a uma subida de 7,1% face a igual mês de 2023. Em segundo lugar, analisando o oitavo mês do ano, aparece a região de Lisboa, com 842,5 mil hóspedes (+7,9%), seguindo-se o Algarve com 747 mil (+3,7%), Centro com 390 mil (+7%), Oeste e Vale do Tejo com 243 mil (+0,9%), Alentejo com 221 mil (+4,7%), Madeira com 202 mil (+3,8%), Açores com 138 mil (+8,7%), e, finalmente, a Península de Setúbal com 85 mil (+7,8%).

Relativamente aos hóspedes não residentes, a liderança pertence a Lisboa que concentrou perto de 674 mil, seguindo-se o Porto e Norte com 518 mil e o Algarve com 478 mil.

Já na quantificação de hóspedes residentes, é a região do Porto e Norte que lidera, com perto de 372 mil, seguindo-se o Algarve com 269 mil, o Centro com 258 mil, Lisboa com 169 mil, Alentejo com 159 mil, sendo a última região acima dos 100 mil hóspedes, a região do Oeste e Vale do Tejo (136 mil).

Dos 2,270 milhões de hóspedes não residentes que Portugal recebeu no oitavo mês de 2024, Espanha continua a liderar com mais de 424 mil turistas, seguindo-se França (264 mil), Reino Unido (263 mil), EUA (210 mil), Alemanha (169 mil) e Itália (160 mil).

Nas dormidas registas em agosto de 2024, a liderança pertence ao Algarve com mais de 3,2 milhões (+1,1%), seguindo-se Lisboa com 2 milhões (+5%), Porto e Norte com 1,86 milhões (+7,1%), Madeira com 979 mil (-0,3%), Centro com 775 mil (+5,9%), Alentejo com 527 mil (+7,1%), Oeste e Vale do Tejo com 498 mil (+1,6%), Açores com 439 mil (+7,5%), e Península de Setúbal com 214 mil (+8,1%).

Na análise das dormidas realizadas por residentes, é o Algarve que lidera com mais de 1,1 milhões de dormidas, seguindo-se o Porto e Norte com mais de 690 mil e Lisboa com perto de 506 mil.

Já nas dormidas de não residentes, também é o Algarve que surge na liderança com quase 2,1 milhões de dormidas, seguido de Lisboa com 1,7 milhões, Porto e Norte com quase 1,2 milhões.

No capítulo das dormidas de não residentes, é o Reino Unido que aparece na frente com 1,18 milhões, seguindo-se Espanha com 1,1 milhões, destacando-se ainda a França com 776 mil, Alemanha com 631 mil e EUA muito perto das 500 mil.

Por município, Lisboa concentrou 15% do total de dormidas (5,4% do total de dormidas de residentes e 20% de não residentes), registando um acréscimo de 5,2% (+4,5% nos residentes e +5,3% nos não residentes). Entre os municípios com maior número de dormidas em agosto, o Porto (6,7% do total de dormidas) e Ponta Delgada (1,9% do total) destacaram-se com os maiores crescimentos (+6,9% e +6,5%, respetivamente).

Albufeira foi o segundo município em que se registaram mais dormidas (1,2 milhões de dormidas, peso de 11,4%) e registou um decréscimo de 0,3% (+0,2% em julho). As dormidas de residentes aumentaram 9,6% e as dos não residentes diminuíram 4,5%. Este município concentrou 10,8% do total de dormidas de residentes e 11,8% do total de dormidas de não residentes em agosto.

No Porto, as dormidas totalizaram 702,4 mil (6,7% do total), tendo-se observado um crescimento de 6,9% (+8,4% em julho), com o contributo das dormidas dos residentes (+11,8%) e dos não residentes (+6,3%).

O Funchal (623,1 mil dormidas, peso de 5,9%) apresentou um crescimento de 0,5% (+1,3% em julho), para o qual contribuíram as dormidas de não residentes (+4,7%), tendo em conta que as dormidas de residentes diminuíram 21,8%.

Para além de Lisboa e do Porto, o município de Cascais (1,9% do total) também apresentou crescimentos, quer das dormidas de residentes (+9,2%) quer das de não residentes (+3,1%), o que se traduziu num crescimento de 4,1% em agosto.

O município de Lagoa (2,6% do total) registou um decréscimo de 3% e foi, entre os principais, o único a registar diminuição, quer das dormidas de residentes (-0,1%) quer das de não residentes (-4,0%).

Em todos os 10 municípios com maior número de dormidas em agosto, as dormidas de não residentes superaram as dos residentes.

Todos a ganhar
Os valores de proveitos alcançaram máximos históricos mensais em agosto, tendo os proveitos totais interrompido a trajetória de abrandamento com um aumento de 7,8% (+7,5% em julho), atingindo 948,1 milhões de euros. Os proveitos de aposento aumentaram 7,7% (+8,1% em julho), ascendendo a 765,5 milhões de euros.

O Algarve foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (36,6% dos proveitos totais e 36,4% dos proveitos de aposento), seguido da Grande Lisboa (20,2% e 20,9%, respetivamente) e do Norte (14,4% e 14,5%, pela mesma ordem).

Todas as regiões registaram crescimentos nos proveitos, com os maiores aumentos a ocorrerem nos Açores (+23,4% nos proveitos totais e +24,7% nos de aposento) e no Alentejo (+12,6% e +13,3%, respetivamente).

De resto, o crescimento dos proveitos foi transversal aos três segmentos de alojamento no mês de agosto. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (pesos de 84,7% e 83,1% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram 7,0% e 6,8%, pela mesma ordem.

Nos estabelecimentos de alojamento local, registaram-se aumentos de 11,7% nos proveitos totais e 11,8% nos proveitos de aposento (quotas de 10,1% e 11,5%, respetivamente).

No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 5,2% nos proveitos totais e de 5,4% nos relativos a aposento), os aumentos foram de 14,1% e 13,8%, respetivamente.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 113,8 euros em agosto, registando um aumento de 5,0% (+5,2% em julho).

O valor de RevPAR mais elevado foi registado no Algarve (168,3 euros), seguindo-se a RA Açores (124,6 euros) e a Grande Lisboa (122,2 euros). Os maiores crescimentos ocorreram nas RA Açores (+17,3%) e no Alentejo (+10,1%). O Oeste e Vale do Tejo e a Grande Lisboa foram as únicas regiões onde se registaram diminuições neste indicador (-1,4% e -0,4%, respetivamente).

Em agosto, este indicador cresceu 5,2% na hotelaria (+6,1% em julho). No alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação, registaram-se crescimentos de, respetivamente, 4,8% e 9,3% (+2,9% e +4,8%, em julho, pela mesma ordem).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 153,3 euros (+4,1%, após +5,6% em julho).

O Algarve destacou-se com o valor mais elevado de ADR (205,7 euros), seguido do Alentejo (162,5 euros). Os crescimentos mais expressivos ocorreram nas Regiões Autónomas dos Açores (+14,2%) e da Madeira (+11,8%). Em sentido contrário, o Oeste e Vale do Tejo e a Grande Lisboa registaram os únicos decréscimos neste indicador (-1,6% e -1,4%, respetivamente).

Todas as regiões, com exceção do Oeste e Vale do Tejo e da Grande Lisboa, registaram máximos históricos de RevPAR e de ADR em agosto.

Em agosto, o ADR cresceu em todos os segmentos, +4,1% na hotelaria (+5,4% em julho), +3,8% no alojamento local (+6,1% em julho) e +7,7% no turismo no espaço rural e de habitação (+8,8% em julho).

Créditos: DR, cortesia da AHRESP

Destaque

Lagoa e região Porto e Norte vão receber os próximos congressos da AHRESP

No Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que este ano decorre em Aveiro, de 11 a 12 de outubro, Carlos Moura, presidente da associação, anunciou que os próximos congressos da associação vão decorrer em Lagoa, no Algarve, e na região Porto e Norte.

Carla Nunes

No Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que este ano decorre em Aveiro, de 11 a 12 de outubro, Carlos Moura, presidente da associação, anunciou que os próximos congressos da associação vão decorrer em Lagoa, no Algarve, e na região Porto e Norte.

O próximo congresso, que terá lugar em 2026, decorrerá em Lagoa, um conselho que “vive essencialmente do turismo”, de acordo com Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa.

“Entre 90% a 95% da nossa economia depende direta ou indiretamente do turismo. O compromisso que aqui assumo é de procurar suplantar, se isso é possível, [o congresso que decorreu este ano em] Aveiro”, declarou Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa.

Para o congresso seguinte, haverá uma alteração na periodicidade: se antes este se realizava de dois em dois anos, a AHRESP passará a organizar o certame de forma anual, pelo que o congresso seguinte decorrerá em 2027 na região Porto e Norte, não sendo ainda conhecida a localização.

“Não está ainda nesta altura determinado o concelho [onde vamos realizar o congresso de 2027]. Contamos aqui também com o apoio do presidente da região do Turismo Porto e Norte para encontrarmos a melhor localização”, afirmou Carlos Moura.

Sobre a realização deste congresso na região, Luís Pedro Martins, presidente da Turismo Porto e Norte, referiu que este acontecerá “numa altura em que de facto temos crescido bastante neste produto, na meeting industry, ao receber grandes eventos”. Referiu ainda o propósito de “querer espalhar cada vez mais esta mancha para outras cidades [do território] que estão também a [afirmar-se] na organização de grandes eventos como em Braga, Viana do Castelo e Vila Real”.

Emprego

Mário Centeno: “Mercado de trabalho tem sido a estrela do desenvolvimento económico”

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, marcou presença no Congresso da AHRESP deste ano, onde referiu a importância do número de imigrantes recebidos para a criação de emprego em Portugal e o facto de o salário ser uma “peça fundamental” para enfrentar desafios futuros. A necessidade de retirar os apoios criados nas crises pandémica e energética foi outro dos pontos abordados.

Carla Nunes

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, participou este sábado, 12 de outubro, numa sessão do Congresso da AHRESP, onde frisou o papel dos imigrantes recebidos em Portugal na criação de emprego. Como referiu, “do milhão de empregos que criámos, 600.000 são imigrantes”.

Sem esquecer que “a taxa de crescimento no mercado de trabalho dos nacionais continuou a crescer”, Mário Centeno referiu que “o grande impulso diferencial nesta fase” coube à população imigrante. No seu entender, a tendência replica o cenário europeu, com “o emprego na Europa [a crescer] 11 milhões em menos de cinco anos” – sendo que destes postos de trabalho “60% são trabalhadores que estão a trabalhar num país onde não nasceram”.

“Temos todos que respeitar e entender estes fluxos e tentar enquadrá-los naquilo que é a situação económica e financeira do país, em particular nos desafios futuros”, afirmou.

Neste contexto, “se o mercado de trabalho tem sido a estrela do nosso desenvolvimento económico”, como colocou Mário Centeno, “o salário é a peça fundamental de todo esse ciclo”. O governador do Banco de Portugal referiu que “os salários em Portugal têm aumentado como nunca aconteceu no passado”, indicando que os salários pagos no setor privado em Portugal aumentaram 92% em 10 anos.

“O valor dos salários pagos em 2015 foi de 30 mil milhões de euros. De 2015 até 2024, primeiro semestre que já é conhecido, este número aumentou 92%. Ou seja, nós hoje pagamos quase 60 mil milhões de euros de salários”, indica.

Contudo, Mário Centeno sublinha que “esta dinâmica não está garantida” e terá de continuar a assentar em dois pilares: estabilidade financeira e qualificação.

Desafio salarial no setor do alojamento e da restauração

Ainda sobre a questão salarial, Mário Centeno afirma que “a dinâmica de emprego em Portugal nos últimos anos é particularmente marcada nos setores que pagam acima do salário médio”. Neste contexto, aponta que o desafio em termos salariais para o setor do alojamento e da restauração “é grande”.

Se “o setor pagava acima do salário mínimo em 2015”, sendo que na altura o salário mínimo representava 72% do salário médio da indústria, atualmente o número passou de 72% para 80%, “ou seja, o salário mínimo progrediu bastante mais do que o salário médio do setor”.

Já olhando para a renumeração média do setor do alojamento e da restauração, o indicador “cresceu 46% neste período”. Contudo, Mário Centeno relembra que “como funcionamos no mercado global, temos que atender às pressões que se colocam do resto do mercado de trabalho”.

Com o total de remunerações pagas pelo alojamento e restauração a crescer 141%, o governador do Banco de Portugal incentiva a “focar nestes sucessos e lançá-los naquilo que possam ser perspectivas futuras”.

Numa nota final, e frisando que “o caminho de equilíbrio tem de se manter”, defende que os apoios dados quer na crise pandémica, quer na crise energética “devem ser retirados”.

“Já não estamos em crise pandémica e a crise energética felizmente desapareceu. Isso permitia que o Estado, tal como qualquer agente económico, garanta as condições para que, num momento de crise futura – que não se está a anunciar, mas que todos sabemos que vai acontecer – nós possamos estar preparados”, termina.

O Congresso da AHRESP decorre este ano no Parque de Exposições de Aveiro de 11 a 12 de outubro e conta com a presença de 1.510 participantes registados.

Créditos: Gonçalo Português | Cortesia AHRESP

Actualidade

AHRESP exige ter voz ativa sobre taxas turísticas e pede reposição dos valores de IVA

Na sessão de abertura do Congresso da AHRESP, que este ano tem lugar no Parque de Exposições de Aveiro de 11 a 12 de outubro, Carlos Moura, presidente da associação, frisou dez das medidas do pacote de 25 propostas que apresentou ao Governo por altura do Orçamento de Estado.

Carla Nunes

Na sessão de abertura do Congresso da AHRESP, que este ano tem lugar no Parque de Exposições de Aveiro de 11 a 12 de outubro, Carlos Moura, presidente da associação, frisou dez das medidas do pacote de 25 propostas que apresentou ao Governo por altura do Orçamento de Estado.

Num primeiro momento destacou a posição da AHRESP na defesa da reposição do IVA à taxa intermédia “em toda a fileira da alimentação e bebidas”, reportando-se aos atuais 23% nas bebidas alcoólicas e açucaradas.

“Porque é que temos de aplicar IVA de 23% no vinho quando o retalho aplica 13%? Porquê? Dissemos isso na semana passada ao Ministério das Finanças. Pedimos, apoiamos, apesar de ter havido duas alterações legislativas em anos anteriores, que se reponha a taxa intermédia, como já esteve em toda a fileira da alimentação e bebidas”, afincou o presidente da AHRESP.

Outro dos pontos prendeu-se com a “redução das taxas turísticas”, um tema sobre o qual Carlos Moura assegurou que a associação tem “uma posição muito clara”, ao querer ter “uma voz ativa”.

“Os privados têm o direito, porque são colaboradores do Estado, neste caso das autarquias, de acompanhar onde é que se consome a receita turística. Não somos ignorantes face ao mundo. Queremos é ter uma voz ativa, participando, revelando, disciplinando e acompanhando e investindo no bem da comunidade local”, declarou.

Reconhecendo a importância da aplicação da taxa turística na melhoria da segurança e da higiene urbana, Carlos Moura afirma que “não podemos assistir a uma diversidade de circunstâncias” em que se pagam valores de taxa turística diferentes por uma multiplicidade de períodos. Como afinca, “gostaríamos que isso fosse disciplinado e organizado”.

O grande desafio no aumento do salário médio

Das medidas apontadas, Carlos Moura destacou ainda a importância de aumentar os salários médios, uma questão que classifica como “o nosso grande desafio”. No seu entender “as empresas estão disponíveis para pagar acima do salário mínimo”, no entanto, ressalva que para isso “é preciso que o Estado também tenha a sua participação”.

“Nós respeitamos os 50 euros anunciados com encargos sociais obrigatórios aplicados. Mas se houver empresas, e vai haver, que queiram aumentar mais 50 euros dessa componente remuneratória, esse remanescente devia ter isenção fiscal” defende.

A imigração foi outro dos temas referidos nesta sessão de abertura pelo presidente da AHRESP, que apelou a que “se abram as portas para países que nos têm oferecido gente capacitada na origem, e que falam próximo da nossa língua”.

“Já dissemos muitas vezes: resolvam o problema os nossos consulados para licenciar a autorização de residência, resolvam o problema da habitação em edifícios públicos camarários de vários ministérios. Estamos disponíveis para conversar e garantir contrato de trabalho”, garantiu Carlos Moura.

Este ano, o Congresso da AHRESP, em Aveiro, contou com a presença de 1.510 participantes registados, bem como de 200 alunos e formandos.

Actualidade

Congresso AHRESP: Turismo Centro de Portugal assegura estar preparado “para receber mais turistas”

O presidente da Turismo Centro de Portugal, Raúl Almeida, esteve presente na sessão de abertura do Congresso da AHRESP deste ano, onde afincou que o território está preparado para receber mais turistas. Contudo, indica que ainda existem problemas estruturais, nomeadamente em infraestruturas de acesso à região, que dificultam a visita de turistas estrangeiros.

Carla Nunes

Na sessão de abertura do Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que decorre esta sexta-feira e sábado, 11 e 12 de outubro, no Parque de Exposições de Aveiro, Raúl Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, afirmou que na região estão “preparados e querem receber mais turistas”.

Elencando a diversidade da oferta turística do Centro de Portugal, com uma “oferta hoteleira e de restauração [cuja qualidade] tem vindo a subir na região”, Raúl Almeida indica que, apesar de em 2023 terem batido “todos os recordes, com quase oito milhões de dormidas, na região a tendência de crescimento continua este ano com uma subida de 5,5% em agosto”. Refere ainda que a “subida das receitas é ainda mais expressiva, na ordem dos 9,6%”.

Apesar dos valores, que afirma serem “resultado de muito trabalho”, Raúl Almeida afincou que a Turismo Centro de Portugal “quer mais e melhor”, elencando por isso alguns dos problemas estruturais que afetam a região Centro, como a sazonalidade e a “litoralidade que inclina o país para um dos lados”. Afirmou ainda que “a baixa estada média nos estabelecimentos hoteleiros, e a reduzida taxa líquida de ocupação, não favorecem a região em comparação a outras regiões e com a média nacional”.

Por essa razão dirigiu-se diretamente ao Ministro da Economia, Pedro Reis, que também marcou presença no congresso, para indicar que o crescimento deste território tem sido limitado, além dos problemas acima elencados, pela “dificuldade que os visitantes estrangeiros têm em chegar à região”.

“Não temos, nem vamos ter, um aeroporto no território, e o investimento em linhas ferroviárias e rodoviárias essenciais continua a ser uma miragem”, declara Raúl Martins, que aludiu ainda “à interminável novela do IP3” – constrangimentos que, em conjunto, “agravam as assimetrias regionais”.

“É essencial discutirmos estratégias que promovam o crescimento equilibrado e sustentável, que beneficie quem nos visitam e que, simultaneamente, valorize as condições de vida das comunidades locais”, termina.

Hotelaria

Holiday Inn Braga já abriu

Com 111 quartos, o Holiday Inn Braga foi oficialmente inaugurado na terça-feira, 8 de outubro, e pretende contribuir para afirmar Braga “como destino próprio”, destinando-se a viajantes de lazer e profissionais.

O Holiday Inn Braga, unidade de quatro estrelas com 111 quartos, foi oficialmente inaugurado na passada terça-feira, 8 de outubro, e pretende contribuir para afirmar Braga “como destino próprio”.

“Braga já não é apenas uma cidade satélite do Porto. Em anos mais recentes, o território tem crescido na procura direta para o turismo de lazer, pelo que acompanhar esta procura com uma oferta hoteleira ajustada é fundamental para garantir um crescimento contínuo”, destaca Hélder Santos, representante de uma das partes investidoras do consórcio Holy Angels.

A unidade, que resulta de um acordo de franchising entre a empresa Holy Angels, Investment Partnership S.A. e o grupo internacional InterContinental Hotels Group (IHG), está direcionada para viajantes de lazer e profissionais, contando, por isso, com espaços para salas de conferências, um centro de fitness, uma piscina exterior e estacionamento, que disponibiliza postos de carregamento elétrico.

O Holiday Inn Braga está inserido num edifício de sete andares, localizado numa das artérias mais movimentadas da cidade, a Rua Complexo Desportivo, e conta ainda com o restaurante Cervelogia, que faz uma homenagem à cerveja, numa carta que é assinada pelo Chefe minhoto Pedro Canha.

“O nosso entusiasmo guia-se pelo enorme potencial de desenvolvimento local que esta abertura pode trazer para a cidade de Braga. A região, conhecida pela sua forte tradição de bem receber, inspira-nos a refletir a autêntica hospitalidade que caracteriza Braga e o Minho. Além disso, queremos que o restaurante Cervelogia se torne, em breve, um ponto de encontro para os bracarenses”, explica André Dias de Castro, diretor geral do Holiday Inn Braga.

A unidade conta ainda com uma política pet-friendly, em que cães e gatos são bem-vindos, mediante o pagamento de uma taxa de 35 euros por noite.

PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 PUBLITURIS HOTELARIA. Todos os direitos reservados.