Há 28 projetos hoteleiros em desenvolvimento nos Açores
O pipeline da região distribui-se por seis ilhas. Para este ano espera-se a abertura de quatro hotéis. Em 2023 abrem porta 12 unidades hoteleiras.
A Direção Regional do Turismo dos Açores emitiu parecer favorável a 28 projetos hoteleiros que se encontram, atualmente, em desenvolvimento na região. O pipeline, que se “encontra a aguardar a devida tramitação junto dos respetivos municípios”, está distribuído por seis das nove ilhas do arquipélago, confirma à Publituris Hotelaria a Secretaria Regional dos Transportes, Turismo e Energia.
Para já, ainda este ano, está projetada a abertura de quatro hotéis sendo que em 2023 as inaugurações de novas unidades hoteleiras sobem para 13.
São Miguel vai receber a maior fatia dos projetos atualmente em desenvolvimento com um total de 12 hotéis desenhados para a ilha. A aposta justifica-se por esta ser “a maior ilha e a que concentra maiores fluxos de chegadas”, justifica o Governo regional que destaca o interesse por outras ilhas.
“Há dinâmicas de crescimento muito interessantes na ilha Terceira (5 projetos) e na ilha do Pico (6 projetos), que têm uma oferta turística e atrativos muito particulares e diferenciados. E, ainda, há o surgimento de novas unidades em ilhas cada vez mais procuradas, como a ilha de Santa Maria (1 projeto), a ilha de São Jorge (2 projetos) e a ilha do Faial (2 projetos), demonstrando, cada vez mais, a riqueza e diversidade dos Açores enquanto destino turístico e o imenso potencial para a experiência da estadia na Região”, esclarece o Secretário Regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges.
Ao nível do investimento, no âmbito do período de programação comunitária 2014-2021, “que coincide com a fase de maior crescimento tanto na oferta como na procura no turismo dos Açores”, foram submetidas candidaturas a sistemas de incentivo ao investimento para 142 projetos na área do alojamento com um investimento total previsto de 470 milhões de euros. “Isto traduz-se numa média de 3,3 milhões de euros por candidatura, havendo intenções de investimento em todas as ilhas”, adianta o governante.
Investidores confiantes
A pandemia da COVID-19 meteu travão a alguns projetos hoteleiros nos últimos anos. Entre 2019 e 2021 previa-se a abertura de 11 hotéis mas apenas 5 avançaram.
“Apesar do enorme impacto da pandemia sobre o setor turístico, os projetos que já estavam em desenvolvimento acabaram por não ser afetados, mantendo o seu ritmo de implementação. Pelo contrário, os promotores de projetos que estavam pendentes nas câmaras municipais ou com licenças de construção ainda sem iniciar a obra, de um modo geral, optaram por não avançar e aguardar pela evolução da situação epidemiológica. Foram decisões cautelosas, de mitigação de risco, que são compreensíveis. Assiste-se, agora, à retoma de muitos desses projetos”, refere Mário Mota Borges que explica que, atualmente, as previsões são otimistas com o interesse dos investidores a retomar.
“Nota-se uma tendência para o crescimento a médio prazo. Depois de alguma retração natural no investimento, há indícios que se estão a retomar os níveis de confiança para implementar novos projetos. Para além disso, a 31 de dezembro de 2021, foram encerradas as candidaturas a sistemas de incentivos ao investimento no âmbito do Programa Operacional AÇORES 2020, pelo que, em virtude das excelentes condições que estavam previstas, deram entrada até essa data vários novos projetos com potencial para enriquecer a oferta de alojamento turístico nos Açores, incluindo na hotelaria”, atesta.
O perfil do investidor nos Açores é diverso e há, cada vez mais, investidores internacionais a olharem para o arquipélago português. ”Há várias boas razões para isso, incluindo a dinâmica e o potencial de crescimento que existe, a qualidade e a diferenciação do destino, o diferencial fiscal face ao Continente, e a existência de sistemas de incentivo ao investimento muito atrativos. Não obstante, a maioria dos empreendimentos que surgiu nos últimos anos foi promovida por empresários açorianos”, justifica o Secretário Regional dos Transportes, Turismo e Energia.
“De uma forma geral, há uma boa expetativa para o desenvolvimento da oferta nos próximos anos, que se terá de ajustar ao contexto pós-pandemia e superar as adversidades que se afiguram no mercado, incluindo a falta e o encarecimento da matéria-prima”, acrescenta.
Mário Mota Borges não duvida de que a região tem ainda muito para oferecer aos investidores em termos de oportunidades. “O potencial é imenso, não há dúvidas. Quem apresentar propostas de valor acrescentado, numa ótica sustentável e até regenerativa, com conceitos diferenciadores, que privilegiem o bem-estar subjetivo e com grande potencial experiencial e personalizado, tem, certamente, espaço para o sucesso. Embora se tenha assistido a um crescimento substancial do turismo nos Açores nos anos imediatamente anteriores à pandemia do lado da oferta, com o aparecimento de novas unidades de alojamento, de várias tipologias, há a firma convicção que ainda há muito a explorar no setor do alojamento. Isso será particularmente viável, sobretudo, no desenvolvimento de unidades mais pequenas, com especificidades próprias e individualizadas, porventura explorando temáticas específicas, que permitam captar turistas que valorizem a diferença e que estejam dispostos a remunerar essas propostas de valor”, afirma, relembrando que a sustentabilidade é uma das bandeiras do destino e deve ser ser matriz fulcral na hora de desenhar novos projetos.
“Os investimentos a realizar na Região Autónoma dos Açores devem estar imbuídos de uma matriz sustentável e contribuir para a qualificação do destino e para sua sustentabilidade turística. Este é um princípio essencial nos Açores e que não representando, de todo, um constrangimento é, pelo contrário, um estímulo e um desafio que se faz aos investidores para enriquecerem e diferenciarem a sua oferta”, conclui.