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“Temos de esgotar os mecanismos de apoio existentes para que o turismo possa dizer presente”

Leia a entrevista a Bernardo Trindade, que fez capa na Publituris Hotelaria de maio.

Victor Jorge
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“Temos de esgotar os mecanismos de apoio existentes para que o turismo possa dizer presente”

Leia a entrevista a Bernardo Trindade, que fez capa na Publituris Hotelaria de maio.

Victor Jorge
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Depois da tomada de posse, Bernardo Trindade, novo presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), reforçou as diversas dimensões que terão de ser tidas em conta para o futuro do setor.

Entre a importância dos associados, programa HOSPES, mobilização dos recursos humanos, “Tourism Monitors”, diálogo com parceiros, a situação financeira das empresas, Bernardo Trindade adicionou as infraestruturas aeroportuárias, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a TAP, o “Click2Portugal”, um novo marketplace B2B como essenciais para a hotelaria dizer “presente” na recuperação do turismo em Portugal.

Tomou posse no dia 22 de abril. Que AHP e, fundamentalmente, setor da hotelaria encontrou?

Passámos dois anos terríveis, com a uma circunstância completamente nova, nunca antes vivida. Hotéis fechados, sem clientes, colaboradores em casa e, como é evidente, como a atividade económica do turismo toca em tantos sectores de atividade direta e indiretamente, tinha de se ressentir.

Curiosamente, também é nestes momentos em que o papel de uma associação centenária, que representa mais de 800 associados, justifica a sua utilidade. E o facto é que, durante este período de confinamento, em que tivemos que comunicar, fundamentalmente, por via online, tivemos oportunidade de assistir a uma ampla participação dos nossos associados como, também, de muitos convidados. E de facto, o espírito associativo reforçou-se claramente neste tempo.

Em períodos de grande fulgor económico muitas das vezes há uma tendência em individualizar os nossos comportamentos face a uma maior incerteza. Digamos que, esta dimensão coletiva, afirmou se, impôs-se. Sentimos isso na AHP.

E foi importante afirmar se?

Nem mais, e tivemos, de facto, um crescendo de novos associados exatamente por isso. Tivemos oportunidade de fazer um conjunto vastíssimo de conferências, online, que abordaram a generalidade das temáticas que constituem preocupação, seja a componente do financiamento, promoção, de aspetos que se relacionavam com o próprio processo de vacinação e os cuidados a ter em cada uma das nossas unidades hoteleiras.

Atualmente temos 821 associados. Fomos crescendo num período em que não houve muito investimento. Mas tivemos oportunidade de juntar outros, novas formas de empreendimentos turísticos, hostels, alguns alojamentos locais em resultado de uma determinada natureza específica e isso foi muito interessante. Porquê? Porque enriquece o debate interno.

Há, com certeza matérias que são preocupação global, a falta de recursos humanos, por exemplo, mas depois, dentro da própria tipologia do empreendimento turístico, a nível operacional, há questões que aparecem e que são muito interessantes serem discutidas e esse debate foi enriquecedor.

Relativamente ao setor, é preciso situar o período até 2019. Até ao aparecimento da COVID-19, o turismo em Portugal, com a hotelaria à cabeça, foi quem criou mais condições em torno deste objetivo primeiro que era pôr o país a crescer de forma convergente com a União Europeia, nomeadamente, crescer acima da média da União Europeia.

Tínhamos mais de 450.000 pessoas a trabalhar no setor do turismo. Portanto, estes foram anos absolutamente luminosos do ponto de vista do nosso contributo interno e externo.

Vem a COVID-19 e passámos a viver uma realidade que nunca vivemos na nossa dimensão coletiva, que é o facto de termos hotéis fechados, colaboradores em casa, clientes em casa.

E sem mobilidade não há turismo?

A atividade económica, o turismo, exatamente por aquilo que está a referir, porque depende da mobilidade para cumprir o seu objeto, foi completamente limitada. Mais recentemente, porque não é indiferente para a nossa avaliação, a questão da Ucrânia que determinou uma escalada de preços sem precedentes em todos os itens que constituem a cadeia de despesa do turismo.

Neste momento, estamos a sentir confiança nas receitas, os clientes estão a regressar. Portugal é um país que quer ser visitado por qualquer turista “all over the world”, sentimos confiança nesse regresso, mas estamos confrontados hoje com uma realidade diferente, que é de facto uma estrutura de despesa que encareceu todos os seus itens.

O turismo, a hotelaria são atividades de capital intensivo e estamos confrontados, não só em Portugal, mas a nível global, com a uma situação de escassez nesta área.

Em Portugal, e tenho dado este exemplo porque são dados que apurei junto da Segurança Social, entre dezembro 2019 de dezembro de 2021, perdemos 45.000 registos na Segurança Social, na atividade do turismo. Portanto, este debate vamos ter de o fazer. Como é que podemos criar as condições para tornar apelativo este setor que fez sorrir tanta gente nos últimos anos?

O setor da hotelaria deixou de ser ‘trendy’ para o mercado do trabalho?

Há uma questão que resulta da dimensão da escassez que é o recurso humano. É um recurso muito procurado, tem de ser valorizado, mas já estamos a valorizá-lo. Qualquer um dos nossos associados sabe, hoje, independentemente da região do país, que, para ter um quadro nos seus hotéis, tem de pagar mais e já está a fazê-lo. A hotelaria sempre liderou os salários no setor do turismo.

Depois há uma outra dimensão mais institucional. Nós somos defensores da concertação social, entendemos que deve haver diálogo entre empregadores e sindicatos, que podemos, no fundo, construir uma solução a contento de todos. Estivemos num debate com o SITESE para a revisão do nosso Contrato Coletivo de Trabalho, aceitámos fazer a revisão das categorias e dos salários em cada uma delas, com ganhos de causa. Indiscutivelmente, um deles, passou por fazer verter a questão do banco de horas, porque configura flexibilidade, adaptabilidade dos nossos colaboradores e atualiza e moderniza aquela que é uma relação de trabalho e queremos, obviamente, estendê-lo também à FESAP.

Obviamente que a nossa expectativa e o nosso ponto de partida são os ganhos de causa já conseguimos. Porque de outra forma seria regressar a um passado que o turismo reclama diferente, que as pessoas reclamam diferentes. No fundo, hoje fazemos um esforço para que o turismo possa voltar aos anos luminosos de 2018 e 2019.

Considero que, quanto mais ‘rigidificarmos’ a relação de trabalho, mais dificuldade teremos em recrutar. As pessoas querem, basicamente, melhores condições de vida, melhores salários, melhores benefícios e estão disponíveis para assegurar e ajustar-se a esse equilíbrio.

As várias dimensões

O programa HOSPES, a importância dos associados, a mobilização, os recursos humanos, o Tourism Monitor, o diálogo com os parceiros, a situação financeira das empresas, a contribuição para a riqueza do país, mereceram destaque no seu discurso de tomada de posse. Existe alguma dimensão prioritária ou trata-se de um trabalho contínuo?

Existem várias dimensões. Comecemos pelas internas da nossa relação com os associados. O HOSPES, programa de responsabilidade social criado em 2013, teve oportunidade de entregar 230.000 bens a instituições que, por sua vez, fizeram-nos chegar a milhares de pessoas. Isto é uma dimensão de solidariedade, de economia circular, que é fundamental fazer e que a hotelaria pode, deve fazer e tem condições para fazer.

Na questão recente da Ucrânia e num trabalho continuado, já tivemos oportunidade de doar qualquer coisa como 3.700 bens e tivemos a oportunidade de empregar junto dos nossos associados cerca de 29 cidadãos ucranianos. E a nossa ambição é continuar a fazê-lo e exortar os nossos associados a continuarem a participar neste programa.

Depois, uma outra dimensão interna que é de extrema relevância, é a adesão ao “Click2Portugal”, a nossa plataforma tecnológica, hoje com nova roupagem, através da qual, basicamente, procuramos promover cada um dos nossos associados, e não só, de adesão gratuita e fácil. Nós, hoje, em resultado também desta escalada de preços, estamos confrontados com uma realidade, que é poder refletir no consumidor, no cliente, este acréscimo de custos, podendo vender mais caro. Isso passa, muitas vezes, por reduzir a presença de intermediários. A redução de presença de intermediários implica menos comissões e, portanto, a possibilidade de vender diretamente. Ora, o “Click2Portugal” é uma ferramenta que cumpre esse objetivo. Não vende, não é transacional, mas remete para os sites dos nossos associados que podem consumar a reserva e por essa via, numa lógica de poder vender melhor, vender mais caro, termos essa plataforma de ajuda.

Depois, um outro aspeto que referi e que é muito importante, entendemos que para termos boas decisões precisamos da qualidade da informação. E os inquéritos, os Tourism Monitors, hoje numa plataforma que foi atualizada, tem essa capacidade. Mas, obviamente, uma plataforma não é um fim em si mesmo, precisa de informação, da participação dos nossos associados e, portanto, nós apelamos a essa essa participação.

Do ponto de vista externo. O que pedimos? Sabemos que depois destes dois anos e não obstante este regresso das reservas, a estes sinais positivos ao nível das vendas e da promoção de Portugal, temos uma estrutura patrimonial, os nossos balanços, que foram fortemente impactados.

Entendemos que há hoje instituições, organismos de política pública que nos podem ajudar neste esforço. E entendemos que o Banco de Fomento, criado com o objetivo de capitalizar as empresas, tem de ajudar.

Ora, isso pressupõe que o Banco de Fomento possa ser uma instituição muito ágil, muito flexível, com muitas soluções. E o apelo que faço é: este é o tempo de as instituições olharem menos para o seu metro quadrado e olharem mais para o interesse nacional. Temos de aproveitar este momento. O Banco de Fomento existe e faz sentido se estiver ao serviço das empresas, sobretudo neste objetivo primeiro que é o objetivo da economia, da capitalização. Mas não queria falar só do Banco de Fomento.

Foram lançadas linhas de crédito, os “Apoiares”, que foram muito importantes. Mas terminaram e temos de relançá-los. Tem de haver um novo “Apoiar” que permita, no fundo, olhar em função da dimensão da empresa, da região em que se localiza.

O setor foi ajudado, mas continua a precisar de ajuda?

O nosso ministro das Finanças anunciou, com pompa e circunstância, um crescimento da economia de 4,9% para este ano. Penso até que, relativamente aos dois primeiros meses, já superámos esses números. Já se sente um contributo muito significativo do turismo. Acho que não há Governo nenhum, sobretudo nos países do sul da Europa, mais dependentes da atividade turística, que não contem com o turismo para cumprir os seus objetivos.

Agora há uma parte em que temos que ser ajudados. Queremos empresas sólidas, queremos empresas bem capitalizadas? Então temos de esgotar os mecanismos de apoio existentes para que o turismo possa dizer presente. Nós diremos presente e cumpriremos a nossa parte.

É interessante, numa altura em que se discute um pouco também a importância do turismo na orgânica do Governo, olhar um pouco mais além. E há um aspeto que, apesar de tudo, me conforta, que é ter um ministro das Finanças com sensibilidade para as questões da economia, nomeadamente e, por exemplo, para a libertar cativações relacionadas com o Banco de Fomento.

Preço a pagar

No que diz respeito ao setor hoteleiro se libertar um pouco da intermediação é essa a intenção de lançar um marketplace. Haverá baixa de preço? Em que moldes irá funcionar esse marketplace? Será somente B2B?

Entendemos que o marketplace, um novo marketplace, num quadro B2B, coloca em diálogo quer os nossos associados, as suas diversas dimensões, quer os nossos parceiros. Será um processo liderado pelo Alexandre Marto e que, no fundo, põe em articulação todas estas dimensões. Nós estamos aqui para pôr em diálogo aquela que é uma dimensão hoteleira, mas também aquilo que são os serviços prestados pelos nossos parceiros.

Diria que, neste momento, o preço é um dos fatores fundamentais a ter em conta?

A questão do preço de venda é uma questão relevante. Estamos a sentir confiança nas reservas, mas sabemos que o preço, o ‘yielding’, é feito muitas vezes em função da ocupação do próprio hotel. Ora, se estamos a sentir confiança, reservas materializadas, é legítimo aspirar a que os preços possam ser tendencialmente um pouco mais altos. Até porque precisamos disso, já que estamos confrontados com uma espiral inflacionista relativamente à cadeia de produção que toca todos os itens. Por isso, temos de refletir isso no consumidor.

Estamos perante um consumidor mais informado, mais conhecedor, mais exigente?

Indiscutivelmente e isso também é um desafio para os hoteleiros. No fim do dia todos nós ganhamos, porque, obviamente, também prestamos melhores serviços a um cliente mais exigente. As pessoas, depois de dois anos em casa, querem sair, querem fruir, querem um bom hotel, querem ir um bom restaurante, querem uma boa experiência.

E estão dispostas a pagar mais?

Sim, claramente. Depois de dois anos condicionadas, com salário garantido, criaram-se condições de aforro diferentes.

“Via Verde” no aeroporto

Voltando à questão dos recursos humanos, apontou a mobilidade no âmbito da CPLP, como uma possível solução. O seu antecessor dizia, em outubro de 2021, que era preciso ter cuidado para não se perder a identidade. Como é que Portugal poderá beneficiar dessa mobilidade sem perder identidade?

Nós hoje estamos com tudo em alta. Temos as reservas em alta, os clientes regressaram, a empregabilidade em Portugal está em alta, mais de 4 milhões de pessoas, mas a empregabilidade no sector do turismo está em quebra. Portanto, temos de encontrar soluções. Uma das soluções que visualizamos e que nos parece muito importante, mas não é um fim em si mesmo, é o acordo de mobilidade CPLP. Já foi ratificado por vários países e Portugal pode ser um beneficiário desse movimento. Implica um “Simplex” ao nível dos consulados. Entendemos que um contrato de trabalho, um comprovativo de morada e um registo criminal limpo são condições suficientes para que essa mobilidade aconteça e queremos passar esse apelo aos nossos consulados para que atuem nesse espírito. Mas também o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem de ser um instrumento importante de política pública ao serviço das empresas. Ou seja, se estou a trazer estas pessoas, têm de me ajudar a dar skills do ponto de vista linguístico para cumprir este objetivo. Tenho expectativas que o IEFP possa ser um protagonista que nos ajude neste objetivo. No fundo, reduzir um pouco esta tendência que se que se veio manifestar durante a pandemia que foi, empregabilidade no máximo, mas a empregabilidade no turismo a cair.

Tem de se olhar para o turismo de forma diferente a partir de agora?

Espero que isso aconteça, mas se não acontecer, têm-me aqui para fazer vingar esses princípios. Portugal não pode, e ainda bem que me faz essa pergunta, dar-se ao luxo de desperdiçar clientes, de recusar clientes. E aí a questão das infraestruturas é absolutamente crucial neste esforço, a curto e a médio prazo.

Dois exemplos: o primeiro tem a ver com o SEF no aeroporto de Lisboa. 16 boxes para tráfego não Schengen, oriundo de países como os Estados Unidos ou Canadá, tem de existir uma “Via Verde” de acesso. O americano é um cliente com excelente poder de compra, disponível para gastar em Portugal, tem uma expectativa enorme em resultado dos prémios que Portugal foi alcançando. Não pode ter como cartão de visita estar três ou quatro horas para passar o controlo do SEF. E aquilo que peço ao SEF, não são 16 boxes abertas 24 horas, porque isso é impraticável. O que peço ao SEF são quatro horas de manhã, das seis às 10h00, e quatro horas ao final do dia, das 18 às 22 horas, momentos em que existe mais tráfego para entrar e sair do nosso país, respetivamente.

Isso em Lisboa. E nos outros aeroportos também há problemas?

Acontecem outros problemas como, por exemplo, na Madeira, onde estivemos a boa notícia do lançamento do concurso público relativamente aos aparelhos que medem a intensidade dos ventos na aproximação ao Aeroporto da Madeira. Este é um tema antigo e que não avançou, em primeiro lugar, porque faltava orçamento, depois porque veio a COVID, agora lançou-se um concurso com várias instituições a darem opinião sobre o desenho do concurso público. Os instrumentos de medida remontam à inauguração do aeroporto, década de 1960.

O que remete para outro atraso que é o aeroporto de Lisboa.

Portugal, como disse, não pode dar-se ao luxo de perder clientes, de recusar clientes. A nossa capacidade aeroportuária, em Lisboa, já estava esgotada em 2019. Neste momento, estamos à espera da avaliação ambiental estratégica para decidir relativamente ao futuro do aeroporto. Temos de avançar.

Perderam-se mais três anos. É dramático e quem acompanha o fenómeno da aviação e verificar que há um interesse imenso das companhias aéreas para programar Portugal, programar Lisboa, sinceramente, não consigo aceitar esta realidade.

A TAP deixou de ser tema?

No meu caso, não tem a ver com o facto de ter sido administrador não executivo da TAP e de ter acompanhado o dossier desde o primeiro momento, mas sou um empreendedor na área do turismo. Sei que o turismo depende da mobilidade para cá se chegar. Sei da importância que a TAP tem, nomeadamente, em destinos como o Brasil e os EUA, destinos que querem muito visitar Portugal. E nem sequer vou referir os contributos económicos de emprego, mobilização económica direta e indireta, número de fornecedores, percentagem do PIB. Enfim, tudo isso é obviamente importante. Agora eu, como empreendedor e dirigente associativo, que depende da mobilidade das pessoas que vêm para Portugal, não posso dispensar um instrumento como a TAP.

Uma dinâmica, além da digitalização, que surgiu com a pandemia foi a sustentabilidade. Como é que a AHP e os seus associados tratam ou vão passar a tratar esta dimensão?

Foi, de facto, uma dimensão que ganhou um espaço crítico durante a pandemia. É hoje uma preocupação quer dos hoteleiros quer dos nossos clientes. Os clientes passaram a ser mais exigentes, os hoteleiros passaram a ser mais ativos, incorporando esta dimensão na sua venda. Queremos ser um parceiro muito ativo nesta dimensão.

Acabou de tomar posse e o mandato vai até 2024, mas olhando um pouco para o futuro, o que gostaria de deixar como marco à frente da AHP?

Em primeiro lugar, afirmar a AHP como uma instituição muito credível e respeitada junto dos associados, dentro do setor do turismo e não só. Em segundo lugar, aumentar o número de associados. Em terceiro lugar, que as empresas hoteleiras pudessem estar mais capitalizadas até 2024, em resultado de uma intervenção importante do Banco de Fomento como instrumento de capitalização, que as empresas pudessem ser mais sustentáveis e mais solidárias. Realisticamente, entendo que, se estes espaços forem cumpridos, a hotelaria pode sair reforçada como atividade.

Sugestões

Hotéis Octant em Ponta Delgada e Furnas promovem atividades vínicas

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

A 31 de outubro terá lugar no Octant Ponta Delgada um jantar vínico em parceria com a garrafeira “Vinha”, dedicada a vinhos portugueses. A refeição conta com a presença de Luís Sotto Mayor, enólogo da Sogrape, que irá guiar os comensais pelas cinco referências de vinhos que vão harmonizar o menu do chef Paulo Leite, criado para este momento.

O jantar vínico começa com um cocktail de boas-vindas do Quinta da Romeira Espumante Bruto Branco de 2022, acompanhado por snacks como tártaro de novilho com massa sovada e caviar ou atum galha-à-ré com algas e citrinos. Nos pratos principais o Casa Ferreirinha Vinha Grande Branco 2022 harmoniza o Cantaro com feijoada de marisco, lula e tutano, e o Antónia Adelaide Ferreira Tinto 2019 acompanha a bochecha de novilho com terrina de batata e presunto Pata Negra, cogumelos e molho de vinho tinto. O jantar tem início às 20h00 e um custo de 65 euros por pessoa.

Já de 11 a 14 de novembro, o Octant Furnas recebe o curso de qualificação WSET ministrado por Sara Rodrigues e Matos.

Dividida em dois níveis, a certificação “permite aperfeiçoar os conhecimentos do mundo vínico”, como referido em nota de imprensa. O nível 1, um curso de iniciação ao vinho, explora os principais tipos e estilos de vinhos através da visão, do olfato e do gosto, e permite adquirir competências básicas para descrever os vinhos e realizar a junção entre vinhos e comida. Já o nível 2 aborda as principais castas, regiões vinícolas, métodos de produção e análise sensorial. Os lugares são limitados e as inscrições devem ser realizadas diretamente com a The Wine House através do seu website.

Fornecedores

Groupe GM marca presença na Decorhotel para apresentar novidades

A Groupe GM, empresa dedicada à produção e distribuição de amenities e equipamentos para o setor hoteleiro, vai estar presente na 7ª edição da Decorhotel para apresentar as novidades lançadas ao longo deste ano.

A Groupe GM, empresa dedicada à produção e distribuição de amenities e equipamentos para o setor hoteleiro, vai estar presente na 7ª edição da Decorhotel para apresentar as novidades lançadas ao longo deste ano.

De entre as novidades encontram-se os produtos da marca Vacavaliente, com produtos de decoração e papelaria personalizáveis e fabricados em couro reciclado, produzidos na península ibérica.

Nesta edição, a empresa apresenta também ao público pela primeira vez as novas linhas de amenities das marcas portuguesas Ruby Red da Portus Cale e Lavanda da Ach. Brito, além da sua aposta no reforço da área de equipamento e personalizações, com a restruturação de um departamento próprio. O grupo aproveita também a ocasião para mostrar representações exclusivas de marcas como a Corby of Windsor, Valera, Brabantia, Kludi, Samo Linea Beta, Decor Walther, Northmace, Vitrifrigo e Metalcarrelli.

A empresa estará presente no certame no stand 5D04 na Exponor, em Matosinhos, de 24 a 26 de outubro, das 10h00 às 19h00.

Formação

Universidade Europeia e Câmara Municipal de Cascais assinam protocolo de cooperação

A Universidade Europeia e a Câmara Municipal de Cascais estabeleceram esta segunda-feira, 21 de outubro, um protocolo de cooperação. O objetivo passa por promover a realização de iniciativas nas áreas do turismo e da gastronomia, numa colaboração assenta nos domínios da investigação, transferência de conhecimento, prestação de serviços, projetos e eventos que promovam o Turismo Gastronómico.

A Universidade Europeia e a Câmara Municipal de Cascais estabeleceram esta segunda-feira, 21 de outubro, um protocolo de cooperação. O objetivo passa por promover a realização de iniciativas nas áreas do turismo e da gastronomia, numa colaboração assenta nos domínios da investigação, transferência de conhecimento, prestação de serviços, projetos e eventos que promovam o Turismo Gastronómico.

Recentemente, a Câmara Municipal de Cascais (CMC) criou o projeto Cascais Food Lab, onde pretende “dinamizar as áreas da gastronomia e turismo, e aplicá-las à gastronomia local, nomeadamente na oferta da restauração do concelho e no incremento das competências dos colaboradores desta área”, como dá conta em nota de imprensa.

Agora, no âmbito desta colaboração com a Universidade Europeia, os colaboradores municipais que pretendam aprofundar os seus conhecimentos nestas áreas podem usufruir de um desconto na inscrição e nas propinas para licenciaturas, pós-graduações e mestrados.

Recorde-se que a Universidade Europeia oferece programas bem estabelecidos na área do Turismo e Hospitalidade como é o caso das duas licenciaturas em Turismo e em Gestão Hoteleira, o Mestrado em Gestão do Turismo e as três Pós-graduações em Gestão Hoteleira, Gastronomia Criativa e Imagem, Protocolo e Organização de Eventos.

Sugestões

Crowne Plaza Porto lança Porto Urban Spa com as marcas PostQuam e Rituals

O Hotel Crowne Plaza Porto renovou a área de bem-estar e beleza, acrescentando duas marcas de cosmética internacionais à sua oferta, a PosQuam e a Rituals.

O Hotel Crowne Plaza Porto renovou a área de bem-estar e beleza, acrescentando duas marcas de cosmética internacionais à sua oferta, a PosQuam e a Rituals.

Com um novo nome e uma nova imagem, o spa do Crowne Plaza Porto atualiza o seu conceito e aposta numa oferta “versátil e personalizada”, como indicado em nota de imprensa. Os tratamentos com os produtos da Rituals incluem hidratações e esfoliações intensas, suaves ou moderadas (60minutos por 95 euros). Os ingredientes dos produtos vão do matcha ao óleo de abacate, passando pelo mel, sal marinho e óleo de sementes de girassol.

Já para o rosto, a Rituals oferece tratamentos para pele normal, seca, oleosa e mista com rituais como prevenção anti-rugas, rejuvenescimento facial ou tratamento anti-acne, todos com uma duração de 75 minutos e o valor 125 euros.

Já a PostQuam marca presença no Porto Urban Spa com produtos ricos em princípios ativos como o ácido hialurónico, retinol, vitamina C, ceramidas, niacinamidas, extratos de plantas e ácidos frutais. Estes estão disponíveis num menu de massagens orientais (140 euros), relaxantes (75 euros), terapêuticas (50 euros), desportivas (60 euros), a quatro mãos (150 euros), com pedras (100 euros) ou velas quentes (110 euros). Há ainda massagens pensadas para casais, homens, grávidas e drenagens linfáticas, com técnicas para tratar a firmeza e a celulite.

Nos cuidados para o rosto, destacam-se as limpezas de pele e o tratamento lifting anti-rugas com produtos compostos por ácido hialurónico e sessões de reflexologia (45 euros).

Os clientes podem ainda usufruir da sala de relaxamento, onde é servido um chá no final de cada tratamento, bem como do banho turco e da sauna.

O Porto Urban Spa funciona de segunda a sexta-feira, das 11h0 às 20h00, e ao sábado e domingo, entre as 10h00 e as 19h00. As massagens e tratamentos devem ser reservados através do contacto 22 607 25 40 ou do e-mail [email protected].

Six Senses Douro Valley | Créditos: DR

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Six Senses Douro Valley aposta da diversificação de mercados

O hotel pretende atrair mercados da região Ásia-Pacífico para diversificar o market share e, assim, aumentar os níveis de ocupação, ao mesmo tempo que mantém o preço médio. Estão ainda em vista alguns projetos de remodelação, maioritariamente no “back of the house”.

Carla Nunes

O Six Senses Douro Valley, localizado em Samodães, no vale do Douro, pretende trabalhar com novos mercados, tendo também em vista obras de remodelação nas instalações dedicadas para os funcionários – comumente designadas como “back of the house”.

A explicação parte do diretor-geral do Six Senses, André Buldini, que em entrevista a este órgão de comunicação deu conta do interesse em “trabalhar com mercados novos”. Atualmente, a ocupação do hotel cabe maioritariamente aos Estados Unidos da América, que ocupam 57% do market share da unidade, e aos mercados português, brasileiro e inglês. Agora, a expectativa passa por captar mais hóspedes provenientes da região Ásia-Pacífico.

“O mercado da Ásia-Pacífico é um mercado que tem vindo a crescer e agora há muitos voos diretos dessas cidades para o Porto. Queremos trabalhar esses mercados. Queremos [também] que [os mercados do] Brasil, Portugal e a Inglaterra ganhem mais relevância internamente, e queremos trabalhar mais na época baixa, com diferentes tipos de grupos”, referiu o diretor-geral.

Para alcançar este objetivo, André Buldini refere que têm já em linha várias Fam Trips, visitas de imprensa, parcerias e presença em feiras, além de um reforço nos esforços de marketing digital. Outra das expectativas para 2025 passa pelo crescimento da ocupação, mantendo o preço médio – um marco que o hotel espera alcançar com esta diversificação de mercados.

Também para o próximo ano, o hotel tem em vista obras de remodelação no “back of the house”, principalmente nas zonas de refeitório e balneários, para as quais alocou entre 800.000 a 900.000 euros, de acordo com André Buldini.

Após ter começado o início deste verão com renovações na zona envolvente da piscina do hotel, o Six Senses Douro Valley vai agora investir na criação de uma estufa junto ao jardim orgânico. O objetivo passa não só por criar “uma área de trabalho para os jardineiros”, como também um local para a organização de workshops orientados pela equipa de sustentabilidade do hotel, bem como alguns pop-ups gastronómicos.

Não se reportando a valores de faturação ou ocupação, André Buldini referiu que os anos de 2022, 2023 e 2024 “têm sido sempre anos de crescimento”. Quanto ao final deste ano, e no que às taxas de ocupação diz respeito, a antecipação do hotel é a de que os valores fiquem “alinhados com os do ano passado”.

Hotel Okura | Créditos: guide.michelin.com

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58 hotéis na Tailândia distinguidos com Chaves Michelin

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) deu conta em nota de imprensa que 58 dos seus hotéis foram galardoados pelas Chaves Michelin.

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Tailândia é o segundo país asiático a ver o seu setor hoteleiro premiado pelo Guia MICHELIN, que estreou a sua nova distinção, a Chave Michelin, em abril deste ano. Destinos como França, Espanha, Itália, Japão, EUA, Canadá e México, foram também distinguidos pelo galardão.

A Estrela Michelin reconhece os melhores restaurantes do mundo e a Chave Michelin faz o mesmo para os hotéis que se destacam. Uma Chave representa uma estadia muito especial, Duas Chaves destacam uma estadia excecional e Três Chaves, uma estadia extraordinária.

Conheça abaixo os hotéis galardoados.

Três Chaves Michelin

  • Mandarin Oriental Bangkok (Banguecoque);
  • The Siam (Banguecoque);
  • Keemala (Phuket);
  • Amanpuri (Phuket);
  • Four Seasons Resort Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Soneva Kiri (Trat);
  • Samujana Villas (Surat Thani);
  • Phulay Bay, uma reserva do Ritz-Carlton (Krabi).


Duas Chaves Michelin

  • Capella Bangkok (Banguecoque);
  • Four Seasons Hotel Bangkok, no rio Chao Phraya (Banguecoque);
  • Park Hyatt Bangkok (Banguecoque);
  • Rosewood Bangkok (Banguecoque);
  • The Okura Prestige Bangkok (Banguecoque);
  • The Peninsula Bangkok (Banguecoque);
  • The Sukhothai Bangkok (Banguecoque);
  • Banyan Tree Samui (Ko Samui);
  • Napasai, A Belmond Hotel (Ko Samui);
  • SALA Samui Choengmon Beach (Ko Samui);
  • Six Senses Samui (Ko Samui);
  • The Sarojin (Phang-Nga);
  • Six Senses Yao Noi (Phang-Nga);
  • Banyan Tree Krabi (Krabi);
  • Pimalai Resort & Spa (Krabi);
  • InterContinental Phuket Resort (Phuket);
  • Rosewood Phuket (Phuket);
  • Rachamankha (Chiang Mai);
  • Anantara Golden Triangle Elephant Camp & Resort (Chiang Rai).

Uma chave Michelin

  • 137 Pillars Suites Bangkok (Banguecoque);
  • Anantara Siam Bangkok Hotel (Banguecoque);
  • COMO Metropolitan Bangkok (Banguecoque);
  • Intercontinental Bangkok (Banguecoque);
  • Kimpton Maa-Lai Bangkok (Banguecoque);
  • Oriental Residence Bangkok (Banguecoque);
  • SO Bangkok (Banguecoque);
  • The Standard Bangkok (Banguecoque);
  • Andara Resort & Villas (Phuket);
  • COMO Point Yamu (Phuket);
  • The Nai Harn Phuket (Phuket);
  • The Pavilions (Phuket);
  • The Slate (Phuket);
  • Trisara (Phuket);
  • The Racha (Phuket);
  • Veranda Resort & Villas Hua Hin Cha Am (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Anantara Hua Hin Resort & Spa (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • The Standard Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • V Villas Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Aleenta Resort & Spa, Hua-Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • 137 Pillars House (Chiang Mai);
  • Aleenta Retreat Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Raya Heritage (Chiang Mai);
  • Tamarind Village (Chiang Mai);
  • Anantara Lawana Resort and Spa (Surat Thani);
  • Kerem Luxury Beachfront Villas (Surat Thani);
  • Kimpton Kitalay Samui (Surat Thani);
  • Aleenta Phuket Phang Nga Resort & Spa (Phang-Nga);
  • Iniala Beach House (Phang-Nga);
  • InterContinental Khao Yai Resort (Nakhon Ratchasima);
  • Rayavadee (Krabi).
Actualidade

Parque Terra Nostra investe em obras de valorização do tanque termal

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025. 

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025.  De acordo com o grupo  Bensaude, o objetivo passa por “oferecer um novo enquadramento paisagístico e modernizar o sistema de manutenção”, como dá conta em nota de imprensa.

Com a assinatura do arquiteto Luís Paulo Faria Ribeiro, “o projeto tem como grande prioridade a reorganização e a valorização da envolvente do Tanque Termal do Parque Terra Nostra”. Desta forma, além da recuperação e manutenção dos equipamentos de apoio existentes, serão acrescentados novas valências.

Esta intervenção, projetada há mais de um ano de acordo com o grupo, inclui ainda a modernização do sistema de manutenção do Tanque Termal, nomeadamente por recirculação forçada de todo o volume de água termal em sistemas de ultravioletas, para promover uma gestão mais eficiente e sustentável, sem alterar a idiossincrasia das águas.

“A estratégia de intervenção que se propõe está fortemente alicerçada no valor patrimonial do Parque Terra Nostra, nas suas dimensões paisagística, botânica, ambiental e turística. Assume especial importância neste processo o facto de o tanque e da sua envolvente constituírem a zona onde o parque teve origem”, explica Luís Paulo Faria Ribeiro.

Apesar de o Tanque Termal só reabrir no início de 2025, o Parque Terra Nostra permanece em funcionamento e aberto a visitantes.

Formação

2ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” com 28 ações de formação e sete ‘bootcamps’

A 2.ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” prevê 341 horas de formação distribuídas por 28 ações e sete ‘bootcamps’. No final das duas fases serão administradas um total de 550 horas de formação e 1.800 participantes até março de 2025.

De outubro de 2024 a março de 2025, o Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal vão realizar 341 horas de formação distribuídas por 28 ações e sete bootcamps, em áreas como liderança, gestão, marketing e literacia digital, serviço de excelência, eficiência hídrica e idiomas.

A 2.ª fase do programa de formação “Competências do Futuro Algarve”, que surge na sequência do sucesso da 1.ª fase, que contou com mais de 900 inscrições e 33 ações de formação e bootcamps realizados, destina-se a empresas e operadores turísticos da região e pretende reforçar a capacitação em áreas estratégicas para o turismo, com vista à sustentabilidade e inovação da atividade na região.

O programa, lançado pelo Turismo do Algarve e pelo Turismo de Portugal, prevê um total de 550 horas de formação e 1.800 participantes até março de 2025. A iniciativa tem como objetivo preparar os profissionais para enfrentar os desafios do futuro, com especial foco em áreas como liderança, inovação, sustentabilidade e eficiência na gestão de recursos.

Para André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, a 2.ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” “reflete o nosso compromisso contínuo em proporcionar formação de qualidade aos profissionais do setor. Com esta iniciativa, queremos garantir que o Algarve não só mantém como eleva os padrões de serviço, desenvolvendo as competências dos seus profissionais e preparando as empresas para um futuro mais sustentável e inovador”.

Do lado do Turismo de Portugal (TdP), Carlos Abade, presidente do Instituto Público, reforça a importância estratégica da iniciativa e sublinha que o turismo “é uma atividade de pessoas para pessoas, com o adicional de o acolhimento ser crucial para a experiência turística e para o sucesso da atividade”.

“Ora isso tem uma consequência obrigatória, que é a necessidade de tornar a formação dos profissionais do setor uma prioridade absoluta. É isso que todos os dias fazemos no Turismo de Portugal, através de uma rede de escolas de turismo e através de inúmeras ações e programas de capacitação como este, que são absolutamente fundamentais”, conclui o presidente do TdP.

Os interessados já podem inscrever-se em nove ações de formação e três bootcamps desta nova fase e obter mais informação.

As 28 ações de formação totalizarão 313 horas, enquanto os sete bootcamps presenciais, terão 28 horas de formação intensiva. O formato será híbrido, com ações de formação online e bootcamps presenciais nas Escolas de Hotelaria e Turismo de Faro, Portimão e Vila Real de Santo António.

As ações de formação online terão foco no Instagram (plano de conteúdos), Brand storytelling (comunicação de marca), Economia circular aplicada à restauração, Marketing digital (bens e serviços), Liderança, gestão e motivação de equipas, Estratégia digital (aplicada ao turismo), Tendências na hospitalidade (em tempos de mudança), e Trabalho em equipa (desafios e boas práticas).

Já os bootcamps presenciais terão com temas a Cultura organizacional do turismo (atração e retenção de talentos – EHT VRSA), Liderança em equipas multiculturais e multigeracionais (EHT Portimão), e Design de experiências turísticas (guest experience – EHT Algarve).

Actualidade

Algarve reduz em 13% consumo de água com selo “Save Water”

A introdução do selo de eficiência hídrica “Save Water” começa a dar os primeiros frutos, com os dados anunciados pela ADENE a indicarem uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico de água no Algarve.

O terceiro relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica, para o setor do turismo, elaborado pela ADENE, indica que os empreendimentos turísticos da região do Algarve que aderiram ao selo “Save Water” de eficiência hídrica reduziram em 13% os consumos de água nos primeiros meses do ano.

A evolução registada indica que, entre 18 de março e 30 de setembro de 2024, houve uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico, resultados positivos que contribuem para mitigar o problema de escassez hídrica no Algarve e revelam uma poupança financeira direta para os empreendimentos turísticos algarvios.

De assinalar que os registos dos meses de agosto e setembro traduziram-se numa ligeira diminuição da tendência de melhoria do desempenho (menos 1% que a redução registada a 31 de julho), mantendo-se, ainda assim, o alinhamento com o objetivo de redução global de consumo de 13%.

No mesmo relatório, elaborado pela ADENE, constata-se que aderiram à plataforma 93 empreendimentos turísticos (ET), de um total de 650 ET (14%) que representam aproximadamente 30% das camas disponíveis na região, constituindo os aderentes maioritariamente hotéis.

Até agora, os empreendimentos turísticos selecionaram perto de 2500 medidas, cerca de metade das quais estruturantes, sendo as intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega as mais selecionadas, seguidas de melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos. Das medidas adotadas, cerca de metade já foram implementadas.

De acordo com uma análise preliminar das poupanças financeiras associadas à poupança de água, os consumos registados entre janeiro e setembro de 2024 já conduziram a uma economia média de 3.400 euros por empreendimento, o que se traduz num potencial de poupança anual superior a sete mil euros/ano, considerando que algumas medidas ainda se encontram em implementação e que não estão a ser contabilizados os custos com energia associados ao consumo de água.

Estes resultados constam do terceiro relatório de monitorização emitido pela ADENE – Agência para a Energia, no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica, que inclui o selo de eficiência hídrica “Save Water”.

O selo de eficiência hídrica aplicável aos hotéis e demais empreendimentos turísticos é uma medida coordenada pela Região de Turismo do Algarve, em articulação com o Turismo de Portugal, tendo a ADENE, a responsabilidade de assegurar a monitorização dos consumos reportados pelos aderentes na Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica, bem como alcançado na aplicação das medidas.

Açores
AL

Alojamento Local dos Açores pede reforço do investimento no combate à sazonalidade

O presidente da ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores, João Pinheiro, defende que é “necessário um maior investimento e planeamento antecipado” para que todas as ilhas do arquipélago possam beneficiar da distribuição de fluxos turísticos.

A ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores veio quarta-feira, 16 de outubro, apelar ao reforço do investimento nas medidas de mitigação da sazonalidade no turismo da região, defendendo a necessidade de um planeamento antecipado, avança a Lusa.

“Torna-se urgente assegurar um fluxo turístico contínuo ao longo de todo o ano, sendo, no entanto, necessário um maior investimento e planeamento antecipado, para que todas as ilhas possam beneficiar de forma justa e equilibrada, através de uma distribuição de fluxos turísticos mais cuidada”, afirma João Pinheiro, presidente da associação, citado num comunicado divulgado pela Lusa.

João Pinheiro considera que as medidas apresentadas na semana passada por Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, são “um passo positivo na criação de estabilidade no setor”, ainda que tenha dúvidas de que estas sejam suficientes.

A Lusa lembra que, na semana passada, Berta Cabral anunciou que a promoção turística dos Açores para a época baixa 2024/2025 representa um investimento de 2,5 milhões de euros, estando previsto um aumento de 7.826 lugares nas ligações ara o arquipélago.

“A ALA alerta que estas medidas podem ter chegado tarde, para algumas empresas, acrescentando ainda que o valor disponibilizado pelas medidas é insuficiente para combater eficazmente os reais desafios da sazonalidade”, aponta João Pinheiro.

O presidente da ALA defende também que o crescimento de 14,9% nas dormidas em alojamento local nos primeiros oito meses do ano, representando cerca de 1,28 milhões de dormidas, representa “uma recuperação sustentável e uma procura crescente pelo destino Açores”.

“Este marco reflete a solidez e o desenvolvimento contínuo do setor, impulsionado pelos turistas oriundos do estrangeiro, que contribuíram com 997,6 mil dormidas (um aumento de 16,4% face a 2023), enquanto os turistas nacionais geraram 287 mil dormidas (um crescimento de 9,8%)”, frisa o responsável.

Estes dados, considera João Pinheiro, “vêm reforçar ainda mais a importância do setor do AL para o turismo nos Açores, uma vez que a capacidade da hotelaria tradicional nunca conseguiria assegurar, por si só, o número total de hóspedes e dormidas que se registaram nos Açores, até ao final de agosto”.

“Esta importância, assumida pelo AL, reflete-se também na alavancagem da economia dos Açores, de forma direta (rendimentos de cada AL) e também de forma indireta, com todo o tipo de serviços a que os hóspedes dos AL recorrem (transporte, restauração, animação turística, etc.)”, sublinha.

O presidente da ALA alerta, no entanto, para a necessidade de reforço de fiscalização, lembrando que os dados do SREA indicam que 12% dos estabelecimentos de alojamento local dos Açores “não reportaram qualquer movimento de hóspedes” no mês de agosto.

Segundo João Pinheiro, estes números podem indicar que estes estabelecimentos – 489 unidades e 2.773 camas – “deixaram de estar no mercado”.

“A ALA apela à implementação de medidas de fiscalização adequadas, pelas entidades competentes, de forma a garantir que os números do setor refletem, de facto, a realidade exata do AL nos Açores, não dando a ideia errada de que há estabelecimentos abertos e camas disponíveis, que não receberam um único hóspede”, reforça ainda o responsável.

O presidente da ALA destaca ainda a subida de 4,9% da estada média, que atingiu as 3,8 noites em agosto, e o crescimento de 3,7% no número de hóspedes, para um total de 77 mil, no mesmo mês.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, continua a ser a que apresenta um maior número de dormidas em alojamento local, tendo registado 180,4 mil em agosto (61,6% do total).

No entanto, a ALA realça o “crescimento muito significativo” que se está também a observar noutras ilhas, como Flores (35,4%), Terceira (20,1%) e Pico (11,3%), alegando que comprova “um crescimento mais equilibrado entre as diferentes ilhas do arquipélago”.

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