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Hotéis literários
Management

Hotéis literários como refúgio e combate à sazonalidade

Uma oferta integrada e especializada de turismo literário permite a valorização do território e o combate à sazonalidade, de acordo com especialistas.

Carla Nunes
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Hotéis literários como refúgio e combate à sazonalidade

Uma oferta integrada e especializada de turismo literário permite a valorização do território e o combate à sazonalidade, de acordo com especialistas.

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Experienciar os locais onde os escritores viveram, onde se inspiraram para as suas obras e tornar reais os cenários e vivências descritos nos livros são alguns dos motivos que movem os turistas literários a determinadas regiões.

Sentem a necessidade “de tornar essa experiência real, acrescentando-lhe credibilidade”, tal como explica Ana Maria Moutinho Ferreira, coordenadora da pós-graduação em Turismo Literário da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Instituto Politécnico do Porto.

No fundo, estabelece-se uma “ligação emocional entre o leitor, o escritor e as personagens”, o que faz com “os locais e destinos literários sejam atraentes para os turistas”, de acordo com Marta Marques, coordenadora da formação contínua da Escola de Hotelaria e Turismo de Oeste – uma instituição que promoveu recentemente o projeto-piloto “Programa de Ação para o Turismo Literário”.

De acordo com a mesma, o desenvolvimento deste tipo de turismo permite não só a “preservação do património, através da transformação dos lugares literários”, como também “contribui para o estímulo da economia local”. Como explica, “este ecossistema é vasto” e não se resume apenas a livros: “abarca casas de escritores, festivais e eventos literários, rotas literárias, bibliotecas e livrarias, mas também cafés e hotéis literários”.

O Lisboa Pessoa Hotel é um dos exemplos apontados. A unidade não se insere numa das moradas de Fernando Pessoa, mas sim no local da antiga Tipografia do Comércio, onde foi impressa a revista Orpheu.

No entanto, o facto de o hotel se encontrar “na cidade de Pessoa, muito próximo de uma das suas antigas moradas, junto ao Carmo” e, para mais, na tipografia referenciada pelo escritor, permite que os hóspedes tenham “experiências autênticas, que passam muito ao lado de simples adereços”, conforme explica Dora Tormenta, Marketing & Communication Director da Art and Soul.

Por ambicionar ser “muito mais que um hotel”, o Lisboa Pessoa Hotel emerge os hóspedes na experiência pessoana, desde logo com 75 quartos e quatro pisos dedicados aos heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Mas, tal como indica Dora Tormenta, o “destaque tem de ir além da decoração” – é necessário imprimir uma “dinâmica no espaço”, através de “uma agenda cultural diversificada”. Por essa razão, para além da Biblioteca Fernando Pessoa, inserida no hotel, e do restaurante e bar panorâmico Mensagem, a unidade é palco de diversas exposições artísticas, conferências, apresentações e lançamentos de livros, círculos de leitura e formações.

A experiência estende-se para a rua através da visita “A Lisboa de Pessoa”, um percurso a pé pela cidade do escritor, orientada por um especialista pessoano, Fabrizio Boscaglia.

Para que isto seja possível, Dora Tormenta afirma ser essencial “funcionar em rede”, razão pela qual estabelecem parcerias com entidades públicas e privadas como a Biblioteca Nacional de Portugal, Universidade de Lisboa, Universidade Lusófona e várias editoras.

Viajando para longe do bulício da capital, seguimos o “cenário real e ficcional” de A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz, na Casa de Tormes, onde se encontra a Fundação Eça de Queiroz, tal como nos explica Anabela Cardoso, diretora-executiva da fundação.

Não se tratando de um hotel, a fundação já dinamizou “almoços e jantares queirosianos, com a recriação de refeições descritas nas obras de Eça de Queiroz”, em parceria com algumas unidades hoteleiras.

A esta atividade junta-se o percurso pedestre “O Caminho de Jacinto”, que liga a estação de Arêgos a Tormes, um caminho descrito na obra A Cidade e as Serras, bem como recriações teatrais, cursos internacionais, jornadas e conferências literárias à volta do escritor.

Dinamizar as regiões através dos livros

Seguindo para a região do Alentejo, é no alojamento Casa das Letras – Bed & Books, que os turistas encontram um refúgio literário, em Vila de Cabrela. O objetivo do responsável por este projeto, David Lopes, passou por levar os livros a um local “onde o acesso à literatura é muito escasso”.

Mais do que um espaço de tranquilidade no campo, onde os hóspedes encontram quartos temáticos e uma biblioteca generalista, a oferta “estende-se para além das quatro paredes da Casa das Letras”, com atividades que decorrem por toda a vila: seja “no campo, na casa do povo, na junta de freguesia, no salão dos reformados e aposentados da vila ou na Praça da República”.

Também aqui David Lopes refere a importância de trabalhar em parceria com os agentes locais.

Desta forma, oferecem atividades que vão desde conversas com escritores (“A Voz dos Livros”), noites de poesia e contos, lançamentos de livros e vinhos, concertos, workshops de escrita criativa, mas também “piqueniques, trilhos e sessões de ioga”. Em março, criaram “A Mais Pequena Biblioteca do País” com 48 livros, “tantos quantos os anos da democracia em Portugal”, colocados por 48 pessoas de várias profissões, incitadas a escolher o livro da sua vida.

“A literatura e os livros dão-nos uma mobilidade do ponto de vista de conteúdos muito grande e a nossa oferta é tanto mais rica quantos mais parceiros conseguimos juntar”, afirma David Lopes.

A opinião é reforçada por Marta Marques, que garante que com uma “oferta integrada e qualificada é possível valorizar o território e combater a sazonalidade turística” através deste tipo de turismo.

Aliás, Ana Maria Moutinho Ferreira refere que vários estudos demonstram que o turismo literário “pode combater de forma determinante a sazonalidade associada a outros tipos de turismo”, já que este turista “não se desloca apenas numa época do ano” – as suas estadas “são mais curtas e, por isso, menos dependentes das condições climáticas ou da disponibilidade de tempo, já que podem, muitas vezes, realizar-se em fins-de-semana”.

Para além disso, e através de um estudo que realizou, Ana Maria Moutinho Ferreira verificou que “grande parte dos inquiridos estavam disponíveis para alargar a sua estada para participar em itinerários literários” e repetir o destino, em caso de novos percursos.

Uma vez que “os turistas não podem encontrar as mesmas atividades, nem ter as mesmas experiências noutro destino”, Marta Marques defende que a novidade não se esgota após a primeira visita.

Ana Maria Moutinho Ferreira destaca ainda o papel de eventos literários como o “Correntes d’Escrita”, na Póvoa de Varzim, “Escritaria”, em Penafiel, ou o “Folio”, em Óbidos, como “bons exemplos” que fidelizam e mostram as motivações destes turistas.

O caso do The Literary Man, na vila de Óbidos, salta em todas as listas quando se procura por um hotel literário em Portugal. Telmo Faria, gerente do The Literary Man, garante que têm “muitos [hóspedes] repetentes” que, para além das várias atividades que dinamizam, entre “exposições, debates, conferências, apresentações de livros, sessões de leitura, jantares temáticos e workshops de cozinha”, procuram um local onde possam fazer “um refresh nas suas vidas”.

Também David Lopes nota esta tendência no seu alojamento no Alentejo – a de “quem vem pelo sossego e descanso, e que encontra um programa cultural que depois acompanha”, mas também dos que “vêm aos eventos, e encontram uma casa que não estão à espera”.

Os primeiros clientes que tiveram na Casa das Letras regressaram passados seis meses e, pela sua experiência, David Lopes afirma que os hóspedes têm o desejo de regressar e “trazer outros amigos, porque querem partilhar” a experiência que tiveram anteriormente com outras pessoas.

Quem são estes turistas?

O turista literário é caracterizado como alguém com elevados níveis de escolaridade e capacidade económica, com disponibilidade para gastar nos locais que visita em busca de autenticidade – um conceito partilhado tanto por Marta Marques, como Ana Maria Moutinho Ferreira.

Esta última acrescenta ainda “os jovens que buscam experiências únicas”, bem como turistas “mais velhos, com dinheiro e saúde, ambos disponíveis a alargar a sua estada para participar em roteiros literários”.

De acordo com Dora Tormenta, os hóspedes do Lisboa Pessoa Hotel representam este “nicho de turismo literário/cultural, entre escritores, artistas e académicos, alguns deles personalidades reconhecidas dos Estados Unidos, Suécia, Brasil e Itália”.

No caso da Casa das Letras, os clientes incluem uma panóplia de “famílias, clubes de leitura – que decidem organizar os eventos neste alojamento –, casais de leitores compulsivos”, mas também pessoas que escolhem o espaço “para escrever, seja um trabalho de doutoramento, de fim de curso, ou um livro”. David Lopes afirma que a faixa etária varia entre os 25 e os 60 anos, entre turistas nacionais, “franceses, espanhóis, holandeses, alemães e brasileiros”.

Por essa razão, existe a necessidade de os cursos de turismo literário abordarem conteúdos específicos, tai como literatura, marketing, storytelling e comunicação e oferta turística literária, tal como referido por Marta Marques e Ana Maria Moutinho Ferreira.

Esta última lança ainda alguns pontos de reflexão para que os hotéis possam alargar a sua atividade e, assim, abarcarem este tipo de cliente.

“Ao referenciarem os escritores nos quartos, ou criando uma época associada a escritores por todo o equipamento, as unidades podem captar este segmento turístico que inicia a sua experiência no próprio hotel, para além de aproveitar os eventos e itinerários propostos no território envolvente. Associando à experiência os cafés literários ou locais relacionados com o “turismo de livrarias”, poderão ainda conquistar os seus clientes”, termina.

Sugestões

Hotéis Octant em Ponta Delgada e Furnas promovem atividades vínicas

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

Os hotéis Octant em Ponta Delgada e nas Furnas promovem atividades à volta do vinho entre outubro e novembro através de um jantar vínico e uma formação internacional sobre vinhos ministrada pela Wine & Spirit Education Trust (WSET).

A 31 de outubro terá lugar no Octant Ponta Delgada um jantar vínico em parceria com a garrafeira “Vinha”, dedicada a vinhos portugueses. A refeição conta com a presença de Luís Sotto Mayor, enólogo da Sogrape, que irá guiar os comensais pelas cinco referências de vinhos que vão harmonizar o menu do chef Paulo Leite, criado para este momento.

O jantar vínico começa com um cocktail de boas-vindas do Quinta da Romeira Espumante Bruto Branco de 2022, acompanhado por snacks como tártaro de novilho com massa sovada e caviar ou atum galha-à-ré com algas e citrinos. Nos pratos principais o Casa Ferreirinha Vinha Grande Branco 2022 harmoniza o Cantaro com feijoada de marisco, lula e tutano, e o Antónia Adelaide Ferreira Tinto 2019 acompanha a bochecha de novilho com terrina de batata e presunto Pata Negra, cogumelos e molho de vinho tinto. O jantar tem início às 20h00 e um custo de 65 euros por pessoa.

Já de 11 a 14 de novembro, o Octant Furnas recebe o curso de qualificação WSET ministrado por Sara Rodrigues e Matos.

Dividida em dois níveis, a certificação “permite aperfeiçoar os conhecimentos do mundo vínico”, como referido em nota de imprensa. O nível 1, um curso de iniciação ao vinho, explora os principais tipos e estilos de vinhos através da visão, do olfato e do gosto, e permite adquirir competências básicas para descrever os vinhos e realizar a junção entre vinhos e comida. Já o nível 2 aborda as principais castas, regiões vinícolas, métodos de produção e análise sensorial. Os lugares são limitados e as inscrições devem ser realizadas diretamente com a The Wine House através do seu website.

Fornecedores

Groupe GM marca presença na Decorhotel para apresentar novidades

A Groupe GM, empresa dedicada à produção e distribuição de amenities e equipamentos para o setor hoteleiro, vai estar presente na 7ª edição da Decorhotel para apresentar as novidades lançadas ao longo deste ano.

A Groupe GM, empresa dedicada à produção e distribuição de amenities e equipamentos para o setor hoteleiro, vai estar presente na 7ª edição da Decorhotel para apresentar as novidades lançadas ao longo deste ano.

De entre as novidades encontram-se os produtos da marca Vacavaliente, com produtos de decoração e papelaria personalizáveis e fabricados em couro reciclado, produzidos na península ibérica.

Nesta edição, a empresa apresenta também ao público pela primeira vez as novas linhas de amenities das marcas portuguesas Ruby Red da Portus Cale e Lavanda da Ach. Brito, além da sua aposta no reforço da área de equipamento e personalizações, com a restruturação de um departamento próprio. O grupo aproveita também a ocasião para mostrar representações exclusivas de marcas como a Corby of Windsor, Valera, Brabantia, Kludi, Samo Linea Beta, Decor Walther, Northmace, Vitrifrigo e Metalcarrelli.

A empresa estará presente no certame no stand 5D04 na Exponor, em Matosinhos, de 24 a 26 de outubro, das 10h00 às 19h00.

Formação

Universidade Europeia e Câmara Municipal de Cascais assinam protocolo de cooperação

A Universidade Europeia e a Câmara Municipal de Cascais estabeleceram esta segunda-feira, 21 de outubro, um protocolo de cooperação. O objetivo passa por promover a realização de iniciativas nas áreas do turismo e da gastronomia, numa colaboração assenta nos domínios da investigação, transferência de conhecimento, prestação de serviços, projetos e eventos que promovam o Turismo Gastronómico.

A Universidade Europeia e a Câmara Municipal de Cascais estabeleceram esta segunda-feira, 21 de outubro, um protocolo de cooperação. O objetivo passa por promover a realização de iniciativas nas áreas do turismo e da gastronomia, numa colaboração assenta nos domínios da investigação, transferência de conhecimento, prestação de serviços, projetos e eventos que promovam o Turismo Gastronómico.

Recentemente, a Câmara Municipal de Cascais (CMC) criou o projeto Cascais Food Lab, onde pretende “dinamizar as áreas da gastronomia e turismo, e aplicá-las à gastronomia local, nomeadamente na oferta da restauração do concelho e no incremento das competências dos colaboradores desta área”, como dá conta em nota de imprensa.

Agora, no âmbito desta colaboração com a Universidade Europeia, os colaboradores municipais que pretendam aprofundar os seus conhecimentos nestas áreas podem usufruir de um desconto na inscrição e nas propinas para licenciaturas, pós-graduações e mestrados.

Recorde-se que a Universidade Europeia oferece programas bem estabelecidos na área do Turismo e Hospitalidade como é o caso das duas licenciaturas em Turismo e em Gestão Hoteleira, o Mestrado em Gestão do Turismo e as três Pós-graduações em Gestão Hoteleira, Gastronomia Criativa e Imagem, Protocolo e Organização de Eventos.

Sugestões

Crowne Plaza Porto lança Porto Urban Spa com as marcas PostQuam e Rituals

O Hotel Crowne Plaza Porto renovou a área de bem-estar e beleza, acrescentando duas marcas de cosmética internacionais à sua oferta, a PosQuam e a Rituals.

O Hotel Crowne Plaza Porto renovou a área de bem-estar e beleza, acrescentando duas marcas de cosmética internacionais à sua oferta, a PosQuam e a Rituals.

Com um novo nome e uma nova imagem, o spa do Crowne Plaza Porto atualiza o seu conceito e aposta numa oferta “versátil e personalizada”, como indicado em nota de imprensa. Os tratamentos com os produtos da Rituals incluem hidratações e esfoliações intensas, suaves ou moderadas (60minutos por 95 euros). Os ingredientes dos produtos vão do matcha ao óleo de abacate, passando pelo mel, sal marinho e óleo de sementes de girassol.

Já para o rosto, a Rituals oferece tratamentos para pele normal, seca, oleosa e mista com rituais como prevenção anti-rugas, rejuvenescimento facial ou tratamento anti-acne, todos com uma duração de 75 minutos e o valor 125 euros.

Já a PostQuam marca presença no Porto Urban Spa com produtos ricos em princípios ativos como o ácido hialurónico, retinol, vitamina C, ceramidas, niacinamidas, extratos de plantas e ácidos frutais. Estes estão disponíveis num menu de massagens orientais (140 euros), relaxantes (75 euros), terapêuticas (50 euros), desportivas (60 euros), a quatro mãos (150 euros), com pedras (100 euros) ou velas quentes (110 euros). Há ainda massagens pensadas para casais, homens, grávidas e drenagens linfáticas, com técnicas para tratar a firmeza e a celulite.

Nos cuidados para o rosto, destacam-se as limpezas de pele e o tratamento lifting anti-rugas com produtos compostos por ácido hialurónico e sessões de reflexologia (45 euros).

Os clientes podem ainda usufruir da sala de relaxamento, onde é servido um chá no final de cada tratamento, bem como do banho turco e da sauna.

O Porto Urban Spa funciona de segunda a sexta-feira, das 11h0 às 20h00, e ao sábado e domingo, entre as 10h00 e as 19h00. As massagens e tratamentos devem ser reservados através do contacto 22 607 25 40 ou do e-mail [email protected].

Six Senses Douro Valley | Créditos: DR

Actualidade

Six Senses Douro Valley aposta da diversificação de mercados

O hotel pretende atrair mercados da região Ásia-Pacífico para diversificar o market share e, assim, aumentar os níveis de ocupação, ao mesmo tempo que mantém o preço médio. Estão ainda em vista alguns projetos de remodelação, maioritariamente no “back of the house”.

Carla Nunes

O Six Senses Douro Valley, localizado em Samodães, no vale do Douro, pretende trabalhar com novos mercados, tendo também em vista obras de remodelação nas instalações dedicadas para os funcionários – comumente designadas como “back of the house”.

A explicação parte do diretor-geral do Six Senses, André Buldini, que em entrevista a este órgão de comunicação deu conta do interesse em “trabalhar com mercados novos”. Atualmente, a ocupação do hotel cabe maioritariamente aos Estados Unidos da América, que ocupam 57% do market share da unidade, e aos mercados português, brasileiro e inglês. Agora, a expectativa passa por captar mais hóspedes provenientes da região Ásia-Pacífico.

“O mercado da Ásia-Pacífico é um mercado que tem vindo a crescer e agora há muitos voos diretos dessas cidades para o Porto. Queremos trabalhar esses mercados. Queremos [também] que [os mercados do] Brasil, Portugal e a Inglaterra ganhem mais relevância internamente, e queremos trabalhar mais na época baixa, com diferentes tipos de grupos”, referiu o diretor-geral.

Para alcançar este objetivo, André Buldini refere que têm já em linha várias Fam Trips, visitas de imprensa, parcerias e presença em feiras, além de um reforço nos esforços de marketing digital. Outra das expectativas para 2025 passa pelo crescimento da ocupação, mantendo o preço médio – um marco que o hotel espera alcançar com esta diversificação de mercados.

Também para o próximo ano, o hotel tem em vista obras de remodelação no “back of the house”, principalmente nas zonas de refeitório e balneários, para as quais alocou entre 800.000 a 900.000 euros, de acordo com André Buldini.

Após ter começado o início deste verão com renovações na zona envolvente da piscina do hotel, o Six Senses Douro Valley vai agora investir na criação de uma estufa junto ao jardim orgânico. O objetivo passa não só por criar “uma área de trabalho para os jardineiros”, como também um local para a organização de workshops orientados pela equipa de sustentabilidade do hotel, bem como alguns pop-ups gastronómicos.

Não se reportando a valores de faturação ou ocupação, André Buldini referiu que os anos de 2022, 2023 e 2024 “têm sido sempre anos de crescimento”. Quanto ao final deste ano, e no que às taxas de ocupação diz respeito, a antecipação do hotel é a de que os valores fiquem “alinhados com os do ano passado”.

Hotel Okura | Créditos: guide.michelin.com

Actualidade

58 hotéis na Tailândia distinguidos com Chaves Michelin

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) deu conta em nota de imprensa que 58 dos seus hotéis foram galardoados pelas Chaves Michelin.

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Tailândia é o segundo país asiático a ver o seu setor hoteleiro premiado pelo Guia MICHELIN, que estreou a sua nova distinção, a Chave Michelin, em abril deste ano. Destinos como França, Espanha, Itália, Japão, EUA, Canadá e México, foram também distinguidos pelo galardão.

A Estrela Michelin reconhece os melhores restaurantes do mundo e a Chave Michelin faz o mesmo para os hotéis que se destacam. Uma Chave representa uma estadia muito especial, Duas Chaves destacam uma estadia excecional e Três Chaves, uma estadia extraordinária.

Conheça abaixo os hotéis galardoados.

Três Chaves Michelin

  • Mandarin Oriental Bangkok (Banguecoque);
  • The Siam (Banguecoque);
  • Keemala (Phuket);
  • Amanpuri (Phuket);
  • Four Seasons Resort Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Soneva Kiri (Trat);
  • Samujana Villas (Surat Thani);
  • Phulay Bay, uma reserva do Ritz-Carlton (Krabi).


Duas Chaves Michelin

  • Capella Bangkok (Banguecoque);
  • Four Seasons Hotel Bangkok, no rio Chao Phraya (Banguecoque);
  • Park Hyatt Bangkok (Banguecoque);
  • Rosewood Bangkok (Banguecoque);
  • The Okura Prestige Bangkok (Banguecoque);
  • The Peninsula Bangkok (Banguecoque);
  • The Sukhothai Bangkok (Banguecoque);
  • Banyan Tree Samui (Ko Samui);
  • Napasai, A Belmond Hotel (Ko Samui);
  • SALA Samui Choengmon Beach (Ko Samui);
  • Six Senses Samui (Ko Samui);
  • The Sarojin (Phang-Nga);
  • Six Senses Yao Noi (Phang-Nga);
  • Banyan Tree Krabi (Krabi);
  • Pimalai Resort & Spa (Krabi);
  • InterContinental Phuket Resort (Phuket);
  • Rosewood Phuket (Phuket);
  • Rachamankha (Chiang Mai);
  • Anantara Golden Triangle Elephant Camp & Resort (Chiang Rai).

Uma chave Michelin

  • 137 Pillars Suites Bangkok (Banguecoque);
  • Anantara Siam Bangkok Hotel (Banguecoque);
  • COMO Metropolitan Bangkok (Banguecoque);
  • Intercontinental Bangkok (Banguecoque);
  • Kimpton Maa-Lai Bangkok (Banguecoque);
  • Oriental Residence Bangkok (Banguecoque);
  • SO Bangkok (Banguecoque);
  • The Standard Bangkok (Banguecoque);
  • Andara Resort & Villas (Phuket);
  • COMO Point Yamu (Phuket);
  • The Nai Harn Phuket (Phuket);
  • The Pavilions (Phuket);
  • The Slate (Phuket);
  • Trisara (Phuket);
  • The Racha (Phuket);
  • Veranda Resort & Villas Hua Hin Cha Am (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Anantara Hua Hin Resort & Spa (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • The Standard Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • V Villas Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Aleenta Resort & Spa, Hua-Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • 137 Pillars House (Chiang Mai);
  • Aleenta Retreat Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Raya Heritage (Chiang Mai);
  • Tamarind Village (Chiang Mai);
  • Anantara Lawana Resort and Spa (Surat Thani);
  • Kerem Luxury Beachfront Villas (Surat Thani);
  • Kimpton Kitalay Samui (Surat Thani);
  • Aleenta Phuket Phang Nga Resort & Spa (Phang-Nga);
  • Iniala Beach House (Phang-Nga);
  • InterContinental Khao Yai Resort (Nakhon Ratchasima);
  • Rayavadee (Krabi).
Actualidade

Parque Terra Nostra investe em obras de valorização do tanque termal

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025. 

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025.  De acordo com o grupo  Bensaude, o objetivo passa por “oferecer um novo enquadramento paisagístico e modernizar o sistema de manutenção”, como dá conta em nota de imprensa.

Com a assinatura do arquiteto Luís Paulo Faria Ribeiro, “o projeto tem como grande prioridade a reorganização e a valorização da envolvente do Tanque Termal do Parque Terra Nostra”. Desta forma, além da recuperação e manutenção dos equipamentos de apoio existentes, serão acrescentados novas valências.

Esta intervenção, projetada há mais de um ano de acordo com o grupo, inclui ainda a modernização do sistema de manutenção do Tanque Termal, nomeadamente por recirculação forçada de todo o volume de água termal em sistemas de ultravioletas, para promover uma gestão mais eficiente e sustentável, sem alterar a idiossincrasia das águas.

“A estratégia de intervenção que se propõe está fortemente alicerçada no valor patrimonial do Parque Terra Nostra, nas suas dimensões paisagística, botânica, ambiental e turística. Assume especial importância neste processo o facto de o tanque e da sua envolvente constituírem a zona onde o parque teve origem”, explica Luís Paulo Faria Ribeiro.

Apesar de o Tanque Termal só reabrir no início de 2025, o Parque Terra Nostra permanece em funcionamento e aberto a visitantes.

Formação

2ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” com 28 ações de formação e sete ‘bootcamps’

A 2.ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” prevê 341 horas de formação distribuídas por 28 ações e sete ‘bootcamps’. No final das duas fases serão administradas um total de 550 horas de formação e 1.800 participantes até março de 2025.

De outubro de 2024 a março de 2025, o Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal vão realizar 341 horas de formação distribuídas por 28 ações e sete bootcamps, em áreas como liderança, gestão, marketing e literacia digital, serviço de excelência, eficiência hídrica e idiomas.

A 2.ª fase do programa de formação “Competências do Futuro Algarve”, que surge na sequência do sucesso da 1.ª fase, que contou com mais de 900 inscrições e 33 ações de formação e bootcamps realizados, destina-se a empresas e operadores turísticos da região e pretende reforçar a capacitação em áreas estratégicas para o turismo, com vista à sustentabilidade e inovação da atividade na região.

O programa, lançado pelo Turismo do Algarve e pelo Turismo de Portugal, prevê um total de 550 horas de formação e 1.800 participantes até março de 2025. A iniciativa tem como objetivo preparar os profissionais para enfrentar os desafios do futuro, com especial foco em áreas como liderança, inovação, sustentabilidade e eficiência na gestão de recursos.

Para André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, a 2.ª fase do programa “Competências do Futuro Algarve” “reflete o nosso compromisso contínuo em proporcionar formação de qualidade aos profissionais do setor. Com esta iniciativa, queremos garantir que o Algarve não só mantém como eleva os padrões de serviço, desenvolvendo as competências dos seus profissionais e preparando as empresas para um futuro mais sustentável e inovador”.

Do lado do Turismo de Portugal (TdP), Carlos Abade, presidente do Instituto Público, reforça a importância estratégica da iniciativa e sublinha que o turismo “é uma atividade de pessoas para pessoas, com o adicional de o acolhimento ser crucial para a experiência turística e para o sucesso da atividade”.

“Ora isso tem uma consequência obrigatória, que é a necessidade de tornar a formação dos profissionais do setor uma prioridade absoluta. É isso que todos os dias fazemos no Turismo de Portugal, através de uma rede de escolas de turismo e através de inúmeras ações e programas de capacitação como este, que são absolutamente fundamentais”, conclui o presidente do TdP.

Os interessados já podem inscrever-se em nove ações de formação e três bootcamps desta nova fase e obter mais informação.

As 28 ações de formação totalizarão 313 horas, enquanto os sete bootcamps presenciais, terão 28 horas de formação intensiva. O formato será híbrido, com ações de formação online e bootcamps presenciais nas Escolas de Hotelaria e Turismo de Faro, Portimão e Vila Real de Santo António.

As ações de formação online terão foco no Instagram (plano de conteúdos), Brand storytelling (comunicação de marca), Economia circular aplicada à restauração, Marketing digital (bens e serviços), Liderança, gestão e motivação de equipas, Estratégia digital (aplicada ao turismo), Tendências na hospitalidade (em tempos de mudança), e Trabalho em equipa (desafios e boas práticas).

Já os bootcamps presenciais terão com temas a Cultura organizacional do turismo (atração e retenção de talentos – EHT VRSA), Liderança em equipas multiculturais e multigeracionais (EHT Portimão), e Design de experiências turísticas (guest experience – EHT Algarve).

Actualidade

Algarve reduz em 13% consumo de água com selo “Save Water”

A introdução do selo de eficiência hídrica “Save Water” começa a dar os primeiros frutos, com os dados anunciados pela ADENE a indicarem uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico de água no Algarve.

O terceiro relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica, para o setor do turismo, elaborado pela ADENE, indica que os empreendimentos turísticos da região do Algarve que aderiram ao selo “Save Water” de eficiência hídrica reduziram em 13% os consumos de água nos primeiros meses do ano.

A evolução registada indica que, entre 18 de março e 30 de setembro de 2024, houve uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico, resultados positivos que contribuem para mitigar o problema de escassez hídrica no Algarve e revelam uma poupança financeira direta para os empreendimentos turísticos algarvios.

De assinalar que os registos dos meses de agosto e setembro traduziram-se numa ligeira diminuição da tendência de melhoria do desempenho (menos 1% que a redução registada a 31 de julho), mantendo-se, ainda assim, o alinhamento com o objetivo de redução global de consumo de 13%.

No mesmo relatório, elaborado pela ADENE, constata-se que aderiram à plataforma 93 empreendimentos turísticos (ET), de um total de 650 ET (14%) que representam aproximadamente 30% das camas disponíveis na região, constituindo os aderentes maioritariamente hotéis.

Até agora, os empreendimentos turísticos selecionaram perto de 2500 medidas, cerca de metade das quais estruturantes, sendo as intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega as mais selecionadas, seguidas de melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos. Das medidas adotadas, cerca de metade já foram implementadas.

De acordo com uma análise preliminar das poupanças financeiras associadas à poupança de água, os consumos registados entre janeiro e setembro de 2024 já conduziram a uma economia média de 3.400 euros por empreendimento, o que se traduz num potencial de poupança anual superior a sete mil euros/ano, considerando que algumas medidas ainda se encontram em implementação e que não estão a ser contabilizados os custos com energia associados ao consumo de água.

Estes resultados constam do terceiro relatório de monitorização emitido pela ADENE – Agência para a Energia, no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica, que inclui o selo de eficiência hídrica “Save Water”.

O selo de eficiência hídrica aplicável aos hotéis e demais empreendimentos turísticos é uma medida coordenada pela Região de Turismo do Algarve, em articulação com o Turismo de Portugal, tendo a ADENE, a responsabilidade de assegurar a monitorização dos consumos reportados pelos aderentes na Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica, bem como alcançado na aplicação das medidas.

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Alojamento Local dos Açores pede reforço do investimento no combate à sazonalidade

O presidente da ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores, João Pinheiro, defende que é “necessário um maior investimento e planeamento antecipado” para que todas as ilhas do arquipélago possam beneficiar da distribuição de fluxos turísticos.

A ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores veio quarta-feira, 16 de outubro, apelar ao reforço do investimento nas medidas de mitigação da sazonalidade no turismo da região, defendendo a necessidade de um planeamento antecipado, avança a Lusa.

“Torna-se urgente assegurar um fluxo turístico contínuo ao longo de todo o ano, sendo, no entanto, necessário um maior investimento e planeamento antecipado, para que todas as ilhas possam beneficiar de forma justa e equilibrada, através de uma distribuição de fluxos turísticos mais cuidada”, afirma João Pinheiro, presidente da associação, citado num comunicado divulgado pela Lusa.

João Pinheiro considera que as medidas apresentadas na semana passada por Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, são “um passo positivo na criação de estabilidade no setor”, ainda que tenha dúvidas de que estas sejam suficientes.

A Lusa lembra que, na semana passada, Berta Cabral anunciou que a promoção turística dos Açores para a época baixa 2024/2025 representa um investimento de 2,5 milhões de euros, estando previsto um aumento de 7.826 lugares nas ligações ara o arquipélago.

“A ALA alerta que estas medidas podem ter chegado tarde, para algumas empresas, acrescentando ainda que o valor disponibilizado pelas medidas é insuficiente para combater eficazmente os reais desafios da sazonalidade”, aponta João Pinheiro.

O presidente da ALA defende também que o crescimento de 14,9% nas dormidas em alojamento local nos primeiros oito meses do ano, representando cerca de 1,28 milhões de dormidas, representa “uma recuperação sustentável e uma procura crescente pelo destino Açores”.

“Este marco reflete a solidez e o desenvolvimento contínuo do setor, impulsionado pelos turistas oriundos do estrangeiro, que contribuíram com 997,6 mil dormidas (um aumento de 16,4% face a 2023), enquanto os turistas nacionais geraram 287 mil dormidas (um crescimento de 9,8%)”, frisa o responsável.

Estes dados, considera João Pinheiro, “vêm reforçar ainda mais a importância do setor do AL para o turismo nos Açores, uma vez que a capacidade da hotelaria tradicional nunca conseguiria assegurar, por si só, o número total de hóspedes e dormidas que se registaram nos Açores, até ao final de agosto”.

“Esta importância, assumida pelo AL, reflete-se também na alavancagem da economia dos Açores, de forma direta (rendimentos de cada AL) e também de forma indireta, com todo o tipo de serviços a que os hóspedes dos AL recorrem (transporte, restauração, animação turística, etc.)”, sublinha.

O presidente da ALA alerta, no entanto, para a necessidade de reforço de fiscalização, lembrando que os dados do SREA indicam que 12% dos estabelecimentos de alojamento local dos Açores “não reportaram qualquer movimento de hóspedes” no mês de agosto.

Segundo João Pinheiro, estes números podem indicar que estes estabelecimentos – 489 unidades e 2.773 camas – “deixaram de estar no mercado”.

“A ALA apela à implementação de medidas de fiscalização adequadas, pelas entidades competentes, de forma a garantir que os números do setor refletem, de facto, a realidade exata do AL nos Açores, não dando a ideia errada de que há estabelecimentos abertos e camas disponíveis, que não receberam um único hóspede”, reforça ainda o responsável.

O presidente da ALA destaca ainda a subida de 4,9% da estada média, que atingiu as 3,8 noites em agosto, e o crescimento de 3,7% no número de hóspedes, para um total de 77 mil, no mesmo mês.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, continua a ser a que apresenta um maior número de dormidas em alojamento local, tendo registado 180,4 mil em agosto (61,6% do total).

No entanto, a ALA realça o “crescimento muito significativo” que se está também a observar noutras ilhas, como Flores (35,4%), Terceira (20,1%) e Pico (11,3%), alegando que comprova “um crescimento mais equilibrado entre as diferentes ilhas do arquipélago”.

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