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Tumultos em França geram cancelamentos de reservas e preocupam profissionais do turismo
Os profissionais do turismo em França estão a registar cancelamentos de reservas para o país nos últimos dias, e têm manifestado preocupação, uma vez que se trata de destino turístico mais procurado do mundo.
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A imprensa francesa escreve que os hoteleiros registaram 20 a 25% de cancelamentos de clientes internacionais no início de julho, adiantando que vários países pediram aos seus cidadãos que fiquem atentos ao viajar para França devido aos recentes distúrbios urbanos que atravessam o país, após a morte de um jovem de 17 anos pela polícia.
No entanto, os grandes monumentos como a Torre Eiffel não registam queda de público. A imprensa lembra que no início do ano, as manifestações e greves contra a reforma da previdência não impediram que turistas estrangeiros visitassem a França.
A comunicação social da França avança que os turistas estrangeiros, ao assistirem as imagens veiculadas pela media estrangeira e as recomendações de suas embaixadas, preferiram desistir das férias marcadas para aquele destino, enquanto outros viajantes, se não cancelaram, permanecem atentos.
Segundo a Umih Paris Île-de-France, só no último fim de semana, a queda no atendimento chegou a 50% nos bares e restaurantes de Paris. “Há muitos turistas estrangeiros que chegam à cidade no verão, principalmente de países distantes” como os Estados Unidos, sublinhou Franck Delvau, presidente da organização Ile-de-France, ao BFMTV. “Precisamos de restaurar a nossa imagem e ver se podemos andar por Paris com segurança, caso contrário, haverá um impacto significativo”, acrescentou.
O setor do turismo espera um regresso à calma para continuar a atrair turistas estrangeiros, que retomaram em massa desde o fim da pandemia da Covid-19. “Em Bouches-du-Rhône identificamos entre 25% e 30% de cancelamentos em hotéis”, afirma Bernard Marty, presidente da Umih localv que destaca que tanto os Viajantes estrangeiros, como turistas franceses e locais que “não viajam mais para Marselha porque, aos olhos de todos, é uma cidade perigosa”, observa.
“Queremos que voltem”, espera Bernard Marty, mas os cancelamentos das últimas 72 horas “estão perdidos” e “não os compensaremos”.
Convidado na manhã desta terça-feira ao France Inter, o presidente da Medef confirmou o número de “20% a 25%” de turistas estrangeiros que teriam cancelado as férias em Paris no início de julho. No entanto, Geoffroy Roux de Bézieux, quer tranquilizar o setor lembrando que “a experiência mostra que se parar […], passa rápido”, citando o exemplo do movimento dos coletes amarelos.
Didier Arino, diretor-gerente da empresa Protourisme, em declarações ao jornal Capital, desvaloriza estes acontecimentos e o seu efeito no turismo. “Entre a clientela turística estrangeira em França, 80% é europeia. E sobre essa clientela, o impacto dos tumultos é mínimo. Os nossos vizinhos europeus, belgas ou britânicos conhecem-nos bem e sabem dar sentido às coisas. São os clientes especialmente distantes (americanos, japoneses, etc.) que são sensíveis aos riscos de segurança atuais. Quanto mais longe estamos, mais os acontecimentos são percebidos de forma distorcida e caricatural”.