Setor hoteleiro eleva expetativas para o Natal e Ano Novo de 2023
As expetativas dos hoteleiros quanto às taxas de ocupação e preço médio para o Natal e Ano Novo de 2023 revelam-se otimistas de acordo com o mais recente estudo da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, que inquiriu 293 estabelecimentos hoteleiros de 27 de novembro a 10 de dezembro.
As expetativas dos hoteleiros quanto às taxas de ocupação e preço médio para o Natal e Ano Novo de 2023 revelam-se otimistas de acordo com o mais recente estudo da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, que inquiriu 293 estabelecimentos hoteleiros de 27 de novembro a 10 de dezembro.
Para o Natal deste ano, e até à data de término do inquérito da AHP, a média nacional apontava para uma taxa de ocupação com reservas já confirmadas de 44%. No entanto, a expetativa é a de que a taxa se situe nos 56% entre 22 e 26 de dezembro, período considerado pela AHP como o referente ao Natal. No Natal do ano passado, a taxa de ocupação foi de 50%.
Analisando esta taxa por regiões, a Região Autónoma da Madeira é a que regista a maior taxa de ocupação ao momento do inquérito, 73%, esperando que esta suba para os 78% no período natalício – uma expetativa relativamente em linha com os valores do ano passado, já que a Madeira acabou o Natal de 2022 com uma taxa de ocupação de 76%.
Seguem-se Lisboa e Algarve, com taxas de ocupação confirmadas de 47%, e com expetativas de subida de 63% e 61%, respetivamente.
Já a região Autónoma dos Açores é a que antecipa a taxa de ocupação mais baixa – com uma taxa de ocupação até ao momento de 26% para o Natal deste ano, a expetativa é a de que os valores subam para os 34%.
“De acordo com os dados do INE, tanto a região Centro como os Açores registaram uma taxa de ocupação de 28% na totalidade do mês de dezembro de 2022. Portanto, embora a expetativa seja de uma taxa de ocupação mais conservadora, em ambas as regiões a taxa de ocupação no período do Natal está acima da média do mês”, refere Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, em apresentação aos jornalistas.
Passando para o preço médio para o período do Natal, a expetativa da média nacional do estudo da AHP aponta para os 135 euros, sendo que em 2022 a média verificada foi de 118 euros. A região de Lisboa é a que antecipa o valor preço médio mais elevado, 169 euros, seguida pela Região Autónoma da Madeira, que espera que este se situe nos 149 euros, e o Alentejo, que situa o preço médio nos 139 euros.
Novamente a Região Autónoma dos Açores é a que dá a expetativa de preço médio mais baixo para a época natalícia, situando-o nos 86 euros.
Sobre os valores deste estudo referentes à Região Autónoma dos Açores, tanto para o Natal como para o Ano Novo, Cristina Siza Vieira refere que apesar da região ter a percentagem mais baixa na amostra (5,5%), “o que se passa nos Açores reveste-se de alguma preocupação em nosso entender”.
“A Ryanar tinha dois voos diários para a Região Autónoma dos Açores e neste momento tem dois voos semanais. Passar de 14 voos por semana para dois voos por semana tem um impacto muito grande na operação de Inverno dos Açores. O mercado Paris basicamente parou todo, mercado alemão, idem. Mantém os voos de Boston. A SATA e a TAP tiveram algum incremento mas não é significativo”, explica a vice-presidente executiva da AHP.
O mercado nacional é apontado por 72% dos inquiridos deste estudo como um dos três principais mercados para o período de Natal de 2023, seguido por Espanha (41% dos inquiridos) e Estados Unidos da América (EUA), indicado por 39% dos inquiridos.
Na Área Metropolitana de Lisboa, os EUA voltam a ganhar destaque, tendo sido indicados por 66% dos inquiridos como um dos seus top 3 de mercados, seguido pelo Brasil (45% dos inquiridos) e Espanha (41% dos inquiridos).
O Reino Unido é o mercado em destaque para o Algarve (indicado por 88% dos inquiridos) e na Região da Madeira, onde todos os hoteleiros inquiridos (100%) indicam que este mercado faz parte do seu top três para a época natalícia, seguido apenas pela Alemanha (75% dos inquiridos).
Esperada taxa de ocupação média nacional de 75% para o Ano Novo
Para o período do Ano Novo, as reservas à data do inquérito para esta altura davam conta de uma média nacional de taxa de ocupação de 58%, mas a expetativa é a de que esta se situe nos 75%, sendo que no Ano Novo de 2022 a média nacional fixou-se nos 61%.
A Região Autónoma da Madeira foi a que registou a maior taxa de ocupação à data do inquérito, 87%, esperando que até ao Ano Novo esta suba para 92%.
Segue-se Lisboa, que de momento regista uma taxa de ocupação de 62%, mas que espera subir para os 83%, e o Algarve, que até ao Ano Novo antecipa uma taxa de ocupação de 74%.
Relativamente ao preço médio para o Ano Novo de 2023, a expetativa é a de que a média nacional seja de 169 euros, sendo que no ano passado a média para o mesmo período foi de 164 euros.
As expetativas mais altas cabem à Região Autónoma da Madeira, que espera atingir um preço médio de 250 euros, 18 euros abaixo do valor praticado no Ano Novo de 2022. Segue-se a região de Lisboa, onde os hoteleiros ambicionam chegar aos 202 euros, e o Alentejo, que espera que o preço médio se fixe nos 171 euros para o Ano Novo.
Para o Ano Novo, 81% dos inquiridos aponta o mercado nacional como um dos principais três mercados, ao qual se segue Espanha (apontado por 50% dos inquiridos), Reino Unido (34% dos inquiridos) e os EUA (32% dos inquiridos).
Cristina Siza Vieira aponta ainda para um “crescimento interessante” do mercado alemão, que foi apontado por 20% dos inquiridos como um dos seus principais três mercados para o Ano Novo de 2023, quando em 2022 era indicado por 15% dos inquiridos.
Na Área Metropolitana de Lisboa o mercado dos Estados Unidos é o mais apontado pelos hoteleiros no seu top três para o Ano Novo (70%), enquanto o Reino Unido é o mais indicado no Algarve (88%) e na Região Autónoma da Madeira (100% dos inquiridos).
O inquérito “Balanço 2022 & Perspetivas 2023” foi realizado entre 27 de novembro e 10 de dezembro pelo Gabinete de Estudos e Estatísticas junto dos empreendimentos turísticos associados da AHP.
Da amostra de 293 estabelecimentos deste estudo, 36,2% são da Área Metropolitana de Lisboa; 17,6% no Centro; 14,1% no Algarve; 10,7% no Norte; 9,7% na Madeira; 6,2% no Alentejo e 5,5% nos Açores.