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“Não estamos contra o Alojamento Local. Queremos é que seja regulado”

Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fala sobre o estado do sector em Portugal, a relação com o Governo e a mais recente polémica com as taxas turísticas, desta vez, em Cascais. Saiba, ainda, que o novo Centro de Congressos de Lisboa está novamente na agenda; e o que a associação advoga na revisão dos diplomas do Alojamento Local e do RJET.

Patricia Afonso
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“Não estamos contra o Alojamento Local. Queremos é que seja regulado”

Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fala sobre o estado do sector em Portugal, a relação com o Governo e a mais recente polémica com as taxas turísticas, desta vez, em Cascais. Saiba, ainda, que o novo Centro de Congressos de Lisboa está novamente na agenda; e o que a associação advoga na revisão dos diplomas do Alojamento Local e do RJET.

Patricia Afonso
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Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fala sobre o estado do sector em Portugal, a relação com o Governo e a mais recente polémica com as taxas turísticas, desta vez, em Cascais. Saiba, ainda, que o novo Centro de Congressos de Lisboa está novamente na agenda; e o que a associação advoga na revisão dos diplomas do Alojamento Local e do RJET.

Quando tomou posse elegeu como bandeiras a qualificação do alojamento turístico, o reforço e reconhecimento do Turismo no Governo e Administração Pública, e uma maior dinamização nacional da AHP. Que balanço faz destes cinco meses e o que é que já está a ser feito neste sentido?

Sobre a regulamentação, estará revista até ao final do ano pela Secretaria de Estado do Turismo. Temos estado a acompanhar as consultas que têm sido feitas, temo-nos reunido com a secretária de Estado e encomendámos um estudo sobre Alojamento Local à Universidade Nova, que será oportunamente entregue.

No reconhecimento do Turismo no Governo e Administração Pública, o Turismo, em si, está naturalmente representado pela Confederação [do Turismo Português] e esta vem actuando nesse sentido. Enquanto associação de hotelaria, temos um diálogo com a Secretaria de Estado e, recentemente, estivemos presentes na reunião com o Primeiro-Ministro, o ministro do Emprego e o dos Negócios Estrangeiros, que estiveram com as associações representativas das 15 maiores actividades exportadores. Estas reuniões serão regulares e transmitimos os nossos problemas, entre os quais a extensão do Aeroporto de Lisboa. Com o ministro do Trabalho, falámos sobre a manutenção do banco de horas, que é uma situação muito importante para a actividade e tivemos da parte dele uma garantia de que se vai manter. Com o ministro dos Negócios Estrangeiros, por exemplo, chamámos a atenção para que os vistos que são pedidos nalgumas embaixadas não têm resposta atempada e, portanto, não temos, por vezes, turistas de origens mais diversificadas, como o Irão e a Rússia.

Acaba por ser um elemento dissuasor nas viagens para Portugal?

Pelo menos não são tantos os viajantes como seria desejável e é uma coisa relativamente simples. É uma questão de, em vez de ter um funcionário, ter dois. Sabemos que no Irão as coisas melhoraram imenso.

E em relação à dinamização da AHP?

Quanto à actividade da AHP, temos definidas as comissões de trabalho [Acessibilidade e Transporte Aéreo, Fiscalidade, Portugal 2020, Financiamento, RJET e Alojamento Local] que decidimos implementar, que têm estado a trabalhar e vão trazendo informação sobre as diversas áreas, nomeadamente a do Financiamento. Esta é uma área que nos preocupa porque a hotelaria passou cinco anos de crise, de 2008 a 2013, onde não só o preço médio baixou muito, mas também a ocupação foi o que foi. Só em 2013 é que esta situação se inverteu e em 2014, 2015 e, agora, em 2016, têm grandes crescimento.

Já chegámos a níveis anteriormente registados?

Este ano, pela primeira vez, Lisboa ultrapassou o preço médio de 2007. Só agora é que ultrapassámos o preço médio, sendo certo que há mais turistas e mais ocupação dos hotéis, mas este era um dos nossos objectivos. Creio que as empresas começam a recuperar daqueles cinco anos de crise e a fazer novos investimentos, naturalmente com o apoio do protocolo feito entre a AHP, o Ministério da Economia e diversos bancos. A requalificação dos hotéis é muito importante para os sócios da AHP e esse foi um dos vectores que foi conseguido.

Em termos de coisas menos quantificáveis, as estrelas voltaram a ser aplicadas, era uma das nossas preocupações fortes. Achamos que o excesso de liberalização traz, muitas vezes, distorções no mercado e este assunto podia não ter um valor muito grande, mas era relevante.

Temos tido bom entendimento da parte da Secretaria de Estado sobre a forma como apoiar a hotelaria. A história da requalificação é muito boa porque há muitos hotéis que nestes cinco anos não tiveram capacidade de endividamento e andaram, no fundo, a gastar as suas economias para sobreviver. Lembro-me que entre 2009 e 2011 a maior parte das empresas hoteleiras tiveram prejuízo em termos de exploração, não tinham sequer capacidade para se requalificarem. Agora, sabemos que o programa de requalificação está em cerca de 50% comprometido e pensamos que para o ano teremos a necessidade de ampliá-lo. Vamos insistir junto do ministro para que haja um novo programa de requalificação para o ano, porque a aplicação do COMPETE, com os parâmetros que tem, é de difícil utilização. As análises que têm sido feitas estão muito compartimentadas e fechadas por ter muito em conta a inovação e muita gente não sabe o que é a inovação nos hotéis. Com o COMPETE 2020 temos insistido no sentido de definir melhor esses parâmetros.

_U7A4573Diplomas legislativos

O que querem ver consagrado na revisão do diploma do Alojamento Local?

O Alojamento Local não é uma actividade hoteleira, mas de alojamento, como o próprio nome indica, e o que queremos é regulação. A falta de regulação provoca distorções, a primeira das quais fiscal, porque o alojamento local é taxado a 4% sobre as suas receitas e o habitacional é taxado a 28%. Há aqui um desequilíbrio que tem afectado, nomeadamente, a oferta de habitações para os locais e não queremos os habitantes contra o Turismo.

Outro factor relevante é que o Alojamento Local não é uma actividade residencial pura e simples, tem uma componente de serviços que cria conflitos na utilização. Quando, num edifício, temos uma habitação que se transforma em Alojamento Local, as pessoas que vão para lá não têm o mesmo tipo de comportamento que os residentes e isso tem criado alguma animosidade para com o turista e, aí, a hotelaria é prejudicada. Porque, depois, são todos vistos da mesma maneira, é ‘o turista’. Queremos que o Alojamento Local nos edifícios de habitação tenha que ter autorização do condomínio.

Pode advir daí a crítica de que há muitos turistas em Lisboa?

Não. Há alguns comentários de que o Alojamento Local tem feito aumentar o número de turistas. O que faz aumentar o número de turistas em Portugal é, por um lado, a oportunidade que se criou por uma questão de dificuldade de as pessoas se deslocarem para a bacia do Mediterrâneo, mas isso não acontece só connosco. E os aviões. Os aviões é que trazem as pessoas e elas, depois, utilizam os hotéis ou o Alojamento Local ou outro tipo de alojamento. Agora, o que é muito importante e continuamos a dizer que ainda precisamos, é que temos que ver o País todo, não pode ser só Lisboa, Porto, Algarve e Madeira. Também nos interessa que o Interior aumente a ocupação para se tornar rentável. Ainda temos zonas do Interior que são muito interessantes e, hoje, há turistas que querem Turismo de Natureza e Aventura, entre outros, e isso não inclui Sol & Mar. É esta progressão que precisamos de fazer e é isso a que estamos a dar relevo quando vamos, por exemplo, fazer o congresso nos Açores ou o nosso almoço mensal a Coimbra.

Mas o que responde quando ouve que Lisboa tem muitos turistas?

Se formos ver, ainda temos índices de utilização de Lisboa, face a uma Barcelona e na devida proporção, aquém disso.
O que temos que ver em Lisboa, ou no Porto, é que têm que ser criados locais onde os turistas estejam, para não estarem sempre no mesmo sítio. A criação da taxa turística em Lisboa, e segundo o acordo que a AHP fez com a Câmara de Lisboa, permitiu fazer investimentos em zonas que são fora do centro habitacional. É o caso da decisão em apoiar a conclusão do Palácio da Ajuda ou quando achamos que o Museu do Azulejo deve ser um polo de artificies, nomeadamente ligados ao azulejo, mas podem ser arquitectos, decoradores ou quem faça os azulejos no local.

O próprio centro de congressos, que agora pusemos outra vez na agenda. Os sítios que vemos, não sendo periféricos, não são totalmente no centro.

Que sítios serão esses?

Não podemos revelar, terá que ser o presidente da Câmara [de Lisboa]. Mas fizemos propostas de locais e há, pelo menos, dois que reúnem consenso. Agora vamos actualizar os estudos.

Apesar das polémicas, a hotelaria e o Alojamento Local podem coexistir pacificamente?

Claro! Já coexistem e vão coexistir. Não estamos contra o Alojamento Local. Queremos é que seja regulado.

Em relação ao RJET, já pediram a sua revisão? O que é que advogam?

Tem a ver com o número de unidades de alojamento, queremos que quando sejam em dimensões superior a nove tenham que ser enquadradas numa unidade.

A SET pediu aos diversos sectores o seu contributo para a próxima estratégia de Turismo, num horizonte a 10 anos. Quais são as propostas da AHP?

Temos participado nos laboratórios sobre essa promoção e o que vemos como muito importante é a diferenciação. Mostrar que Portugal, em termos de promoção, é diferente, o nosso primeiro argumento não pode ser que temos Sol & Mar, mas que somos diferenciadores.

Depois, muito importante, é o combate à sazonalidade, que se faz através da atracção de eventos e congressos. Há muita coisa por fazer, Portugal tem um clima privilegiado e é uma preocupação que tem que estar neste plano. Temos que ter soluções para preencher a época baixa e diminuirmos a sazonalidade.

_U7A4654Balanço

Como analisa os últimos números turísticos?

São bons, em todos os aspectos. E sabemos que para o ano vai ser melhor. Estamos muito confiantes na situação do Turismo e pensamos que o sector tem que ser cada vez mais olhado como a maior actividade exportadora. Às vezes damos relevo a outras actividades exportadoras, mas não há nenhuma que tenha a dimensão do Turismo. E, nesse aspecto, podemos ser uma forma de fazer crescer Portugal, melhorar o PIB.

E o Turismo tem uma vantagem muito grande sobre as outras actividades, por ser a mais transversal, utilizamos tudo, desde a parte de produção de bens e mobiliário até equipamentos, software, agricultura. Tudo isso se conjuga na hotelaria. Este Governo está a olhar para o Turismo de uma forma global e pensamos que o Turismo pode ajudar ao crescimento económico do País, melhor que qualquer outro negócio.

Esse crescimento é transversal ou assimétrico nas regiões?

Em termos de oferta, as coisas até têm andado de alguma forma, ora com requalificação, ora unidades novas. A Região Centro tem unidades novas com muita pujança e utilização. No Norte, o Porto mostrou-se; o Algarve voltou a estar na agenda das pessoas para passarem férias.

Acreditamos que as assimetrias se estão a esbater e essa é uma das grandes apostas que queremos ver na estratégia a 10 anos.

Como vê o parque hoteleiro nacional nos dias de hoje, quer em termos de oferta, quer no que respeita o hardware?

Desde há 10 anos a esta parte, o parque melhorou muito tem termos de qualidade porque fizeram-se unidades por todo o País de muita qualidade, nomeadamente no Porto, Lisboa e no Centro, e com inovação. Os hotéis que apareceram melhoraram muito e isso tem feito atrair os turistas, porque são coisas novas e diferentes.

Somos competitivos?

Somos, largamente. O nosso benchmarket com outros destinos é altamente favorável porque houve, nesse aspecto, uma situação que ajudou, a das low cost. Para todos os efeitos, Portugal está num extremo da Europa e para os europeus é sempre mais caro viajar ate cá. Com as low cost, deixou de ser. E veja-se o que tem sido a vontade dessas companhias em vir para Portugal. Na relação preço/qualidade, agora e sem que o transporte aéreo seja uma percentagem tão grande quanto era, passámos a ser muito mais competitivos. E a melhor justificação para isso é o aumento que temos tido de turistas.

_U7A4714Taxas turísticas

Sabemos que a AHP esteve presente na reunião entre a Associação Regional De Hoteleiros Da Costa Estoril Sintra e Mafra (ARHCESMO) e a Câmara de Cascais a propósito da taxa turística. Quais as conclusões retiradas?

Participámos, porque há associados da AHP que estão na zona e pediram-nos. Demos o exemplo de Lisboa, pensamos que é saudável que seja revelado onde os valores das taxas são aplicados. Depois da apresentação dessa aplicação pelo presidente da Câmara de Lisboa, vimos artigos e editoriais de imprensa dizerem que o exemplo é bom por todas as razões e mais uma. Além de o destino ser bom, estão a dizer nos onde vão aplicar esse dinheiro.

Penso que a transparência é fundamental e tentámos sensibilizar o presidente da Câmara e a ATC para a necessidade de haver essa transparência.

Que balanço faz desta taxa em Lisboa. Está a cumprir os objectivos delineados aquando a introdução?

A forma como a taxa em Lisboa foi apresentada não foi feliz porque estava ligada à construção do centro de congressos e dissemos que não sabíamos se ia ser sustentável. Mas foi possível, com o actual presidente da Câmara de Lisboa, estabelecermos um diálogo e começar a olhar para projectos que a autarquia entendia que eram para o Turismo. Aceitámos e também demos sugestões, como a sinalização turística de Lisboa e o Museu do Azulejo.
A componente de promoção também vai ser apoiada por este fundo. Deixou-se de pagar a quota suplementar que os hotéis pagavam na ATL e vamos buscar essa parte da promoção à taxa turística, como um aumento significativo, quase que duplica.

Quando estas situações são feitas de forma consensual, ganhamos todos, participamos com mais vontade e mais sugestões. No último caso que aconteceu, em Vila Real de Santo António, julgámos que não fazia sentido aplicar as verbas da taxa turística na construção de um gimnodesportivo e, de facto, a Câmara percebeu e, hoje, está a negociar com os hoteleiros o que faz falta, e onde, para a região ter mais atractividade.
Esperamos que Cascais siga esse exemplo.

Uma das críticas que tem ganho voz nos últimos tempos, é a falta de qualificação dos Recursos Humanos, mas são cada vez mais os alunos formados nas Escolas de Hotelaria. O que é que está a falhar?

Penso que pode não haver falta [de recursos]. O que há é uma grande migração de recursos entre hotéis. Quando aparece um hotel novo, vai buscar muita gente a outras unidades. Mas isso sempre foi assim. Temos que ir buscar novos formandos. É certo que os que são formados na Escola de Hotelaria, penso que tem praticamente o emprego assegurado. Haverá, talvez, a necessidade de fazer mais requalificação, nomeadamente em relação a alguns recursos que entraram no Turismo ou na Hotelaria e não eram qualificados. Temos que requalificar as pessoas e as Escolas de Hotelaria têm horários convenientes. Sabemos que, às vezes, é difícil fazer interessar a pessoa e dizer que queremos que vá reaprender alguma coisa e que é fora do horário de trabalho. Isso pode criar uma situação de resistência e, aí, poderá haver a necessidade de algum apoio da Secretaria de Estado, nomeadamente financeiro. Também porque às vezes há pessoas que trabalham num hotel e, depois, noutro sítio. Há algumas dificuldades que resultam também desta situação, mas acredito que precisamos de mais formação.

_U7A4608Congresso

O que é que espera deste congresso?

Tem uma localização que, no fundo, vem chamar a atenção para que Portugal não está num extremo da Europa, mas no meio do Atlântico. Os Açores, nesse aspecto, são a nossa guarda avançada. Estamos no meio do Atlântico e isso, no passado recente, foi compreendido pela nova TAP e era uma situação para a qual a hotelaria vinha a chamar a atenção. O mercado norte-americano estava praticamente esquecido. A TAP fez uma grande aposta no passado mais longínquo no Brasil com sucesso, mas se mercado retraiu um pouco, e o angolano também, os EUA são uma oportunidade muito interessante para Portugal.

Portanto, esta ida para os Açores é, no fundo, para dizer que, de facto, Portugal está no meio do Atlântico.

É essa a vocação atlântica…

É essa a tal vocação atlântica, que é histórica, não é do Turismo. Consubstanciada, neste caso, pelo crescimento dos Açores nos últimos dois anos. Não há melhor exemplo para esta centralidade do Atlântico que os Açores.
Depois, temos temas que servem para todos, como é o caso dos especialistas em novas formas de hotelaria, novos conceitos, que vão apresentar sugestões dentro da política de inovação que a AHP apoia. Temos painéis dedicados ao digital, à sustentabilidade económica e a ética.

Sector

Como é que hotelaria vai fechar 2016 e o que é que já se pode esperar do próximo ano?

2016 vai fechar com um crescimento superior a 10% de turistas e receitas. Como dizia há pouco, 2017 será melhor porque temos um congresso mundial e vários eventos, nomeadamente esta situação do Web Summit. O Centenário de Fátima também é muito importante. Temos boas perspectivas, mas temos que continuar com o objectivo de ter mais turistas em todas a regiões. Temos que ter esse objectivo para tudo o que é Turismo, não podemos ficar à espera.
Quando, às vezes, as pessoas comentam que estamos a beneficiar de alguma situação de instabilidade no Norte de África, é verdade, mas, então, é porque a nossa promoção era insuficiente. Se as pessoas só nos descobriram agora, estão a gostar e a voltar, é porque a nossa promoção era insuficiente. Não podemos descansar porque acreditamos que tudo isso venha normalizar, mais depressa ou mais devagar, a memória destas situações como os atentados não é assim tão grande. A promoção tem que continuar a ser um denominador comum e uma preocupação de todo o Turismo.

Quais são os nossos mercados mais fortes?

Por dormidas, o mais forte é o Reino Unido, depois a Alemanha, Espanha e França. O Reino Unido ainda está muito destacado, mas a Alemanha está numa posição muito boa. Sabíamos que num passado recente era a Espanha em segundo lugar.

Por mercado de hóspedes, o primeiro é o Reino Unido, depois Espanha, França e Alemanha.

Como vê a aposta da TAP nos EUA e, agora, o mercado chinês com as novas ligações directas?

A aposta nos EUA é muito importante, não porque tem estas novas rotas, mas porque tem o apoio da companhia associada que tem ramificações por todos os EUA e o Canadá. Esta situação da China, naturalmente que vai trazer mais turistas e investidores chineses. Hoje em dia, os chineses tinham que passar por outro sítio, e gastavam aí mais tempo e dinheiro. Por outro lado, é uma facilidade que vão passar a ter e, portanto, vamos ter mais turistas.

Isso vai requerer que a hotelaria também trabalhe nesse sentido. É um turista muito particular.

No aspecto da língua, há colaboradores que estão a aprender a falar Mandarim, por exemplo. É muito importante porque nem todos os turistas têm a facilidade do inglês. Depois, apesar de tudo, já temos alguma restauração chinesa, mas penso que vai haver mais oportunidade para termos este tipo de restauração nos hotéis.

Six Senses Douro Valley | Créditos: DR

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Six Senses Douro Valley aposta da diversificação de mercados

O hotel pretende atrair mercados da região Ásia-Pacífico para diversificar o market share e, assim, aumentar os níveis de ocupação, ao mesmo tempo que mantém o preço médio. Estão ainda em vista alguns projetos de remodelação, maioritariamente no “back of the house”.

Carla Nunes

O Six Senses Douro Valley, localizado em Samodães, no vale do Douro, pretende trabalhar com novos mercados, tendo também em vista obras de remodelação nas instalações dedicadas para os funcionários – comumente designadas como “back of the house”.

A explicação parte do diretor-geral do Six Senses, André Buldini, que em entrevista a este órgão de comunicação deu conta do interesse em “trabalhar com mercados novos”. Atualmente, a ocupação do hotel cabe maioritariamente aos Estados Unidos da América, que ocupam 57% do market share da unidade, e aos mercados português, brasileiro e inglês. Agora, a expectativa passa por captar mais hóspedes provenientes da região Ásia-Pacífico.

“O mercado da Ásia-Pacífico é um mercado que tem vindo a crescer e agora há muitos voos diretos dessas cidades para o Porto. Queremos trabalhar esses mercados. Queremos [também] que [os mercados do] Brasil, Portugal e a Inglaterra ganhem mais relevância internamente, e queremos trabalhar mais na época baixa, com diferentes tipos de grupos”, referiu o diretor-geral.

Para alcançar este objetivo, André Buldini refere que têm já em linha várias Fam Trips, visitas de imprensa, parcerias e presença em feiras, além de um reforço nos esforços de marketing digital. Outra das expectativas para 2025 passa pelo crescimento da ocupação, mantendo o preço médio – um marco que o hotel espera alcançar com esta diversificação de mercados.

Também para o próximo ano, o hotel tem em vista obras de remodelação no “back of the house”, principalmente nas zonas de refeitório e balneários, para as quais alocou entre 800.000 a 900.000 euros, de acordo com André Buldini.

Após ter começado o início deste verão com renovações na zona envolvente da piscina do hotel, o Six Senses Douro Valley vai agora investir na criação de uma estufa junto ao jardim orgânico. O objetivo passa não só por criar “uma área de trabalho para os jardineiros”, como também um local para a organização de workshops orientados pela equipa de sustentabilidade do hotel, bem como alguns pop-ups gastronómicos.

Não se reportando a valores de faturação ou ocupação, André Buldini referiu que os anos de 2022, 2023 e 2024 “têm sido sempre anos de crescimento”. Quanto ao final deste ano, e no que às taxas de ocupação diz respeito, a antecipação do hotel é a de que os valores fiquem “alinhados com os do ano passado”.

Hotel Okura | Créditos: guide.michelin.com

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58 hotéis na Tailândia distinguidos com Chaves Michelin

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) deu conta em nota de imprensa que 58 dos seus hotéis foram galardoados pelas Chaves Michelin.

Dos vários hotéis espalhados pelo país, oito foram destacados com Três Chaves, 19 com Duas Chaves e 31 unidades hoteleiras com Uma Chave.

A Tailândia é o segundo país asiático a ver o seu setor hoteleiro premiado pelo Guia MICHELIN, que estreou a sua nova distinção, a Chave Michelin, em abril deste ano. Destinos como França, Espanha, Itália, Japão, EUA, Canadá e México, foram também distinguidos pelo galardão.

A Estrela Michelin reconhece os melhores restaurantes do mundo e a Chave Michelin faz o mesmo para os hotéis que se destacam. Uma Chave representa uma estadia muito especial, Duas Chaves destacam uma estadia excecional e Três Chaves, uma estadia extraordinária.

Conheça abaixo os hotéis galardoados.

Três Chaves Michelin

  • Mandarin Oriental Bangkok (Banguecoque);
  • The Siam (Banguecoque);
  • Keemala (Phuket);
  • Amanpuri (Phuket);
  • Four Seasons Resort Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Soneva Kiri (Trat);
  • Samujana Villas (Surat Thani);
  • Phulay Bay, uma reserva do Ritz-Carlton (Krabi).


Duas Chaves Michelin

  • Capella Bangkok (Banguecoque);
  • Four Seasons Hotel Bangkok, no rio Chao Phraya (Banguecoque);
  • Park Hyatt Bangkok (Banguecoque);
  • Rosewood Bangkok (Banguecoque);
  • The Okura Prestige Bangkok (Banguecoque);
  • The Peninsula Bangkok (Banguecoque);
  • The Sukhothai Bangkok (Banguecoque);
  • Banyan Tree Samui (Ko Samui);
  • Napasai, A Belmond Hotel (Ko Samui);
  • SALA Samui Choengmon Beach (Ko Samui);
  • Six Senses Samui (Ko Samui);
  • The Sarojin (Phang-Nga);
  • Six Senses Yao Noi (Phang-Nga);
  • Banyan Tree Krabi (Krabi);
  • Pimalai Resort & Spa (Krabi);
  • InterContinental Phuket Resort (Phuket);
  • Rosewood Phuket (Phuket);
  • Rachamankha (Chiang Mai);
  • Anantara Golden Triangle Elephant Camp & Resort (Chiang Rai).

Uma chave Michelin

  • 137 Pillars Suites Bangkok (Banguecoque);
  • Anantara Siam Bangkok Hotel (Banguecoque);
  • COMO Metropolitan Bangkok (Banguecoque);
  • Intercontinental Bangkok (Banguecoque);
  • Kimpton Maa-Lai Bangkok (Banguecoque);
  • Oriental Residence Bangkok (Banguecoque);
  • SO Bangkok (Banguecoque);
  • The Standard Bangkok (Banguecoque);
  • Andara Resort & Villas (Phuket);
  • COMO Point Yamu (Phuket);
  • The Nai Harn Phuket (Phuket);
  • The Pavilions (Phuket);
  • The Slate (Phuket);
  • Trisara (Phuket);
  • The Racha (Phuket);
  • Veranda Resort & Villas Hua Hin Cha Am (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Anantara Hua Hin Resort & Spa (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • The Standard Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • V Villas Hua Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • Aleenta Resort & Spa, Hua-Hin (Phetchaburi/Prachuap Khiri Khan);
  • 137 Pillars House (Chiang Mai);
  • Aleenta Retreat Chiang Mai (Chiang Mai);
  • Raya Heritage (Chiang Mai);
  • Tamarind Village (Chiang Mai);
  • Anantara Lawana Resort and Spa (Surat Thani);
  • Kerem Luxury Beachfront Villas (Surat Thani);
  • Kimpton Kitalay Samui (Surat Thani);
  • Aleenta Phuket Phang Nga Resort & Spa (Phang-Nga);
  • Iniala Beach House (Phang-Nga);
  • InterContinental Khao Yai Resort (Nakhon Ratchasima);
  • Rayavadee (Krabi).
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Parque Terra Nostra investe em obras de valorização do tanque termal

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025. 

O Tanque Termal do Parque Terra Nostra vai sofrer obras de valorização a partir de 21 de outubro, prevendo-se a sua abertura no início de 2025.  De acordo com o grupo  Bensaude, o objetivo passa por “oferecer um novo enquadramento paisagístico e modernizar o sistema de manutenção”, como dá conta em nota de imprensa.

Com a assinatura do arquiteto Luís Paulo Faria Ribeiro, “o projeto tem como grande prioridade a reorganização e a valorização da envolvente do Tanque Termal do Parque Terra Nostra”. Desta forma, além da recuperação e manutenção dos equipamentos de apoio existentes, serão acrescentados novas valências.

Esta intervenção, projetada há mais de um ano de acordo com o grupo, inclui ainda a modernização do sistema de manutenção do Tanque Termal, nomeadamente por recirculação forçada de todo o volume de água termal em sistemas de ultravioletas, para promover uma gestão mais eficiente e sustentável, sem alterar a idiossincrasia das águas.

“A estratégia de intervenção que se propõe está fortemente alicerçada no valor patrimonial do Parque Terra Nostra, nas suas dimensões paisagística, botânica, ambiental e turística. Assume especial importância neste processo o facto de o tanque e da sua envolvente constituírem a zona onde o parque teve origem”, explica Luís Paulo Faria Ribeiro.

Apesar de o Tanque Termal só reabrir no início de 2025, o Parque Terra Nostra permanece em funcionamento e aberto a visitantes.

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Algarve reduz em 13% consumo de água com selo “Save Water”

A introdução do selo de eficiência hídrica “Save Water” começa a dar os primeiros frutos, com os dados anunciados pela ADENE a indicarem uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico de água no Algarve.

O terceiro relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica, para o setor do turismo, elaborado pela ADENE, indica que os empreendimentos turísticos da região do Algarve que aderiram ao selo “Save Water” de eficiência hídrica reduziram em 13% os consumos de água nos primeiros meses do ano.

A evolução registada indica que, entre 18 de março e 30 de setembro de 2024, houve uma redução de 13% no consumo global e de 16% no consumo específico, resultados positivos que contribuem para mitigar o problema de escassez hídrica no Algarve e revelam uma poupança financeira direta para os empreendimentos turísticos algarvios.

De assinalar que os registos dos meses de agosto e setembro traduziram-se numa ligeira diminuição da tendência de melhoria do desempenho (menos 1% que a redução registada a 31 de julho), mantendo-se, ainda assim, o alinhamento com o objetivo de redução global de consumo de 13%.

No mesmo relatório, elaborado pela ADENE, constata-se que aderiram à plataforma 93 empreendimentos turísticos (ET), de um total de 650 ET (14%) que representam aproximadamente 30% das camas disponíveis na região, constituindo os aderentes maioritariamente hotéis.

Até agora, os empreendimentos turísticos selecionaram perto de 2500 medidas, cerca de metade das quais estruturantes, sendo as intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega as mais selecionadas, seguidas de melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos. Das medidas adotadas, cerca de metade já foram implementadas.

De acordo com uma análise preliminar das poupanças financeiras associadas à poupança de água, os consumos registados entre janeiro e setembro de 2024 já conduziram a uma economia média de 3.400 euros por empreendimento, o que se traduz num potencial de poupança anual superior a sete mil euros/ano, considerando que algumas medidas ainda se encontram em implementação e que não estão a ser contabilizados os custos com energia associados ao consumo de água.

Estes resultados constam do terceiro relatório de monitorização emitido pela ADENE – Agência para a Energia, no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica, que inclui o selo de eficiência hídrica “Save Water”.

O selo de eficiência hídrica aplicável aos hotéis e demais empreendimentos turísticos é uma medida coordenada pela Região de Turismo do Algarve, em articulação com o Turismo de Portugal, tendo a ADENE, a responsabilidade de assegurar a monitorização dos consumos reportados pelos aderentes na Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica, bem como alcançado na aplicação das medidas.

Açores
AL

Alojamento Local dos Açores pede reforço do investimento no combate à sazonalidade

O presidente da ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores, João Pinheiro, defende que é “necessário um maior investimento e planeamento antecipado” para que todas as ilhas do arquipélago possam beneficiar da distribuição de fluxos turísticos.

A ALA – Associação do Alojamento Local dos Açores veio quarta-feira, 16 de outubro, apelar ao reforço do investimento nas medidas de mitigação da sazonalidade no turismo da região, defendendo a necessidade de um planeamento antecipado, avança a Lusa.

“Torna-se urgente assegurar um fluxo turístico contínuo ao longo de todo o ano, sendo, no entanto, necessário um maior investimento e planeamento antecipado, para que todas as ilhas possam beneficiar de forma justa e equilibrada, através de uma distribuição de fluxos turísticos mais cuidada”, afirma João Pinheiro, presidente da associação, citado num comunicado divulgado pela Lusa.

João Pinheiro considera que as medidas apresentadas na semana passada por Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, são “um passo positivo na criação de estabilidade no setor”, ainda que tenha dúvidas de que estas sejam suficientes.

A Lusa lembra que, na semana passada, Berta Cabral anunciou que a promoção turística dos Açores para a época baixa 2024/2025 representa um investimento de 2,5 milhões de euros, estando previsto um aumento de 7.826 lugares nas ligações ara o arquipélago.

“A ALA alerta que estas medidas podem ter chegado tarde, para algumas empresas, acrescentando ainda que o valor disponibilizado pelas medidas é insuficiente para combater eficazmente os reais desafios da sazonalidade”, aponta João Pinheiro.

O presidente da ALA defende também que o crescimento de 14,9% nas dormidas em alojamento local nos primeiros oito meses do ano, representando cerca de 1,28 milhões de dormidas, representa “uma recuperação sustentável e uma procura crescente pelo destino Açores”.

“Este marco reflete a solidez e o desenvolvimento contínuo do setor, impulsionado pelos turistas oriundos do estrangeiro, que contribuíram com 997,6 mil dormidas (um aumento de 16,4% face a 2023), enquanto os turistas nacionais geraram 287 mil dormidas (um crescimento de 9,8%)”, frisa o responsável.

Estes dados, considera João Pinheiro, “vêm reforçar ainda mais a importância do setor do AL para o turismo nos Açores, uma vez que a capacidade da hotelaria tradicional nunca conseguiria assegurar, por si só, o número total de hóspedes e dormidas que se registaram nos Açores, até ao final de agosto”.

“Esta importância, assumida pelo AL, reflete-se também na alavancagem da economia dos Açores, de forma direta (rendimentos de cada AL) e também de forma indireta, com todo o tipo de serviços a que os hóspedes dos AL recorrem (transporte, restauração, animação turística, etc.)”, sublinha.

O presidente da ALA alerta, no entanto, para a necessidade de reforço de fiscalização, lembrando que os dados do SREA indicam que 12% dos estabelecimentos de alojamento local dos Açores “não reportaram qualquer movimento de hóspedes” no mês de agosto.

Segundo João Pinheiro, estes números podem indicar que estes estabelecimentos – 489 unidades e 2.773 camas – “deixaram de estar no mercado”.

“A ALA apela à implementação de medidas de fiscalização adequadas, pelas entidades competentes, de forma a garantir que os números do setor refletem, de facto, a realidade exata do AL nos Açores, não dando a ideia errada de que há estabelecimentos abertos e camas disponíveis, que não receberam um único hóspede”, reforça ainda o responsável.

O presidente da ALA destaca ainda a subida de 4,9% da estada média, que atingiu as 3,8 noites em agosto, e o crescimento de 3,7% no número de hóspedes, para um total de 77 mil, no mesmo mês.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, continua a ser a que apresenta um maior número de dormidas em alojamento local, tendo registado 180,4 mil em agosto (61,6% do total).

No entanto, a ALA realça o “crescimento muito significativo” que se está também a observar noutras ilhas, como Flores (35,4%), Terceira (20,1%) e Pico (11,3%), alegando que comprova “um crescimento mais equilibrado entre as diferentes ilhas do arquipélago”.

Actualidade

Nova edição: Entrevista a George Vinter e Lior Zach, fundadores da BOA Hotels

Nesta edição de outubro da Publituris Hotelaria, o destaque cabe à dupla da BOA Hotels, Lior Zach e George Vinter. Em 2022, a BOA Hotels abria no Porto o seu primeiro projeto hoteleiro, o Village by BOA. Dois anos depois, a empresa tem em vista a abertura de um wellness resort de luxo no Douro, no local da atual Quinta da Barroca, em Armamar. O projeto, ainda sem nome oficial, resultará de um investimento de 50 milhões de euros. Existem ainda planos para uma segunda abertura na Grécia, na ilha de Paros, de um boutique hotel de luxo. Nesta entrevista, fique a saber mais sobre os planos da BOA Hotels para os futuros hotéis no Douro e na Grécia, bem como o projeto de expansão pela Europa.

Carla Nunes

Nesta edição de outubro da Publituris Hotelaria, o destaque cabe à dupla da BOA Hotels, Lior Zach e George Vinter. Em 2022, a BOA Hotels abria no Porto o seu primeiro projeto hoteleiro, o Village by BOA. Dois anos depois, a empresa tem em vista a abertura de um wellness resort de luxo no Douro, no local da atual Quinta da Barroca, em Armamar. O projeto, ainda sem nome oficial, resultará de um investimento de 50 milhões de euros. Existem ainda planos para uma segunda abertura na Grécia, na ilha de Paros, de um boutique hotel de luxo. Nesta entrevista, fique a saber mais sobre os planos da BOA Hotels para os futuros hotéis no Douro e na Grécia, bem como o projeto de expansão pela Europa.

No número de outubro viajámos até Toledo, em Espanha, para conhecer o Aurea Toledo, um hotel de quatro estrelas da Eurostars Hotel Company localizado no centro histórico da cidade homónima. A unidade, que completou recentemente o seu primeiro ano de atividade, tem mostrado “uma forte procura por parte do mercado norte-americano”, de acordo com a diretora do hotel.

No capítulo “Fala-se”, continuamos a viagem até São Miguel, nos Açores, mais concretamente a Lagoa, local escolhido pela Hilton para a abertura do seu primeiro hotel no arquipélago. Após um investimento de 25 milhões de euros, o hotel abriu portas em junho deste ano sob a direção-geral de Ekaterina Ermakova, que em entrevista à Publituris Hotelaria dá conta dos projetos que tem para a unidade hoteleira. Esta é também a oportunidade de conhecer o pipeline da Hilton em Portugal, onde o grupo pretende duplicar a sua presença.

Já em Lisboa, é tempo de celebrar os 80 anos do Hotel Britania, cujas receitas de 2023 cresceram 15% face a 2022. Para este ano, a expectativa do grupo hoteleiro é a de que este indicador cresça entre 5% a 7%.

No dossier deste mês, quatro empresas tecnológicas dão conta de como está a hotelaria a aplicar a Inteligência Artificial. Com a utilização desta tecnologia a liderar na área de gestão de receitas, no que à indústria diz respeito, os profissionais do setor tecnológico apontam para a necessidade de investir tempo e dinheiro no desenvolvimento desta ferramenta.

Já no Especial é destacada a próxima feira da Decorhotel, que este ano regressa à Exponor, no Porto, de 24 a 26 de outubro. No âmbito do certame, fique a conhecer as propostas que a Colunex, Ecozer-Biofactor, Groupe GM, Lande, Newhotel, Sampedro, Sorisa e Floema vão ter disponíveis.

Ainda nas feiras dedicadas ao setor, damos conta das empresas portuguesas presentas na próxima Ambiente, que regressa à Messe de Frankfurt de 7 a 11 de fevereiro.

Na rubrica “Palavra de Chef”, fique a conhecer a primeira mulher a chefiar um restaurante no Belmond Reid’s Palace, Zélia Santos. Após um percurso de 19 anos no hotel, Zélia Santos assume a chefia do mais recente restaurante sazonal da unidade, o Brisa do Mar. Nesta conversa, mais do que dar a conhecer a cozinha e os projetos para este novo espaço de restauração, a chef dá conta da importância de “trabalhar muito”, não só no sentido da operação, como no desenvolvimento pessoal e profissional.

A fechar, abrimos as portas do mais recente hotel do grupo Altis no Porto, onde o convite passa por desfrutar de um refúgio de bem-estar no centro da cidade. Brindamos ainda com as sugestões de Diogo Faria, sommelier do Seiva Restaurante, em Leça da Palmeira.

As opiniões desta edição cabem a Graham Miller (NOVA SBE), Karina Simões (JLL); Jaime Quesado (economista e gestor); Kevin Hemsworth (ISAG) e Catarina Alves (CEGOC).

Já os indicadores deste mês são assinados por Luís Brites, CEO da Clever Hospitality Analytics, em parceria com Jesus Ramirez Medina, senior manager ibéria da SOJERN, fonte autorizada de dados.

Para ler a versão completa desta edição da Hotelaria – em papel ou digital – subscreva ou encomende aqui.

Contacto: Carmo David | [email protected] | 215 825 430

Actualidade

Pedro Machado prefere aumento do IVA turístico para evitar novas taxas

O secretário de Estado do Turismo considera que as taxas turísticas se tornaram num “instrumento que muitos municípios têm utilizado quase que para financiamento”.

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, veio esta segunda-feira, 14 de outubro, sugerir o aumento do IVA turístico como forma de evitar o surgimento de novas taxas turísticas.

“Há um imposto, que está consagrado na Lei das Finanças Locais, que nós chamamos IVA turístico, que é dado aos municípios e que, se for reforçado, pode, em muitos casos, mitigar o aparecimento da taxa turística”, afirmou o governante, citado pela Lusa.

Pedro Machado foi questionado pelos jornalistas, no final da terceira sessão do ciclo “Estratégia Turismo 2035: Construir o turismo do futuro”, realizada em Évora, sobre as taxas turísticas que alguns municípios já adotaram e considerou que estes impostos funcionam quase como “um instrumento que muitos municípios têm utilizado quase que para financiamento”.

Por isso, o governante diz que faria mais sentido aumentar o IVA turístico, cujas verbas revertem para as autarquias, admitindo mesmo ter dúvidas quanto à eficácia das taxas turísticas para mitigar os impactos do turismo e aumentar a satisfação dos turistas.

“Não julgo que ela [a taxa turística] seja, de facto, o instrumento mais eficaz para a sustentabilidade, a diminuição da pegada e o grau de satisfação dos residentes sejam resolvidos”, sublinhou Pedro Machado.

Para o governante, o aumento do IVA turístico seria importante para “os municípios aumentarem a prestação de bons serviços àqueles que querem receber, sejam turistas internacionais, sejam nacionais”.

É matéria que, seguramente, em sede própria, como é o caso da Associação Nacional de Municípios, pode e deve ser equacionada”, acrescentou, defendendo que a decisão sobre este tema “faz parte da autonomia dos municípios”.

A par do reforço do IVA turístico, Pedro Machado também defendeu a elaboração de estratégias, aumento da dinâmica de empresas e empresários, capacitação dos migrantes e resolução de problemas, dizendo que é o que o Governo já está a fazer.

Restauração

Mama Shelter Lisboa aposta em novo chef

O Mama Shelter Lisboa passa a ser chefiado por José Luís Miranda, que conta com um percurso com mais de três décadas construído entre o Peru e Portugal.

O Mama Shelter Lisboa contratou um novo chef para o seu restaurante, que passa agora a ser chefiado por José Luís Miranda.

Com um percurso com mais de três décadas construído entre o Peru e Portugal, o chef José Luís Miranda integrou a equipa do Mama Lisboa em janeiro deste ano, onde “pretende trazer uma nova e ousada abordagem à oferta gastronómica do restaurante”, como indicado em nota de imprensa.

O profissional começou a sua trajetória gastronómica aos 16 anos, com uma carreira marcada pela passagem por unidades hoteleiras como o Swissotel Lima e o Westin Lima, sendo que neste último permaneceu 12 anos até ascender a sous chef. Geriu ainda o seu próprio restaurante, o “Rincón Porteño”, também em Lima, onde se especializou em cozinha peruana e internacional. Pelo caminho, foi aprofundando o domínio de técnicas oriundas de diversas latitudes, desde a tradição japonesa às referências europeias, passando pela gastronomia molecular.

Já em Portugal, após liderar o projeto de pastelaria “Las Cholas” durante dois anos, juntou-se à equipa de cozinha do Mama Shelter Lisboa no início de 2024.

“O Mama Shelter é conhecido pela sua energia vibrante, bem como pela sua diversidade e irreverência, e estou extremamente entusiasmado por trazer a minha visão culinária a uma equipa internacional. A minha intenção é continuar a proporcionar uma experiência gastronómica autêntica, mas também inesperada, refletindo a junção de influências que têm moldado a minha carreira”, declara José Luís Miranda, chef do Mama Shelter Lisboa.

A carta de jantar do Mama passa agora a incluir opções como Ceviche Nikkey de atum, Salada de rosbife com rúcula e agrião, Cachaço de porco Cha Siu, Tataki de atum com aji amarelo, Lombo de vaca salteado, Corvina à lo macho e Parpadelle de mar e terra.

Actualidade

Grupo SANA abre portas do EVOLUTION Valbom após investimento de 12M€

O grupo SANA abriu as portas de uma nova unidade hoteleira em Lisboa, o EVOLUTION Valbom, após um investimento de 12 milhões de euros.

O grupo SANA abriu as portas de uma nova unidade hoteleira em Lisboa, o EVOLUTION Valbom, após um investimento de 12 milhões de euros.

O novo hotel de 113 quartos localiza-se junto ao Parque Eduardo VII, ao Museu Calouste Gulbenkian e ao Centro Comercial El Corte Inglés, pretendendo dirigir-se “para uma geração independente, flexível e tech-savvy”, como referido em nota de imprensa. Com uma paleta de “cores neutras, detalhes contemporâneos e luz natural”, o hotel pretende oferecer “um acolhimento personalizado”, razão pela qual disponibiliza a opção de self check-in.

Das valências do EVOLUTION Valbom fazem parte o The Living Room & The Kitchen, onde é servido o pequeno-almoço buffet, bem como o almoço e jantar, estes últimos com opções à la carte de cozinha mediterrânica e internacional. Juntam-se um rooftop-bar no sexto piso da unidade, com um espelho de água e vista panorâmica sobre a cidade, e instalações para reuniões, espaços de coworking e eventos.

Acresce um ginásio com luz natural e vista para o pátio interior, equipado com aparelhos da Technogym e disponível 24 horas por dia.

Como o grupo hoteleiro resume em comunicado, “o EVOLUTION Valbom é o refúgio para aqueles que valorizam espaços trendy não convencionais, design contemporâneo, gastronomia requintada e conforto”.

O Grupo SANA conta atualmente com 17 hotéis em Portugal, Alemanha, Angola e França. A abertura deste recente hotel no centro de Lisboa segue-se à mais recente abertura do EVOLUTION Cascais Estoril.

Créditos: Depositphotos.com

Indicadores

Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos

Em agosto de 2024, o setor do alojamento turístico registou 3,8 milhões de hóspedes e 10,5 milhões de dormidas, gerando 948,1 milhões de euros de proveitos totais e 765,5 milhões de euros de proveitos de aposento.

Victor Jorge

Em agosto de 2024, o setor do alojamento turístico registou 3,8 milhões de hóspedes (+5,9%) e 10,5 milhões de dormidas (+3,8%), correspondendo, segundo dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a subidas de 5,9% e 3,8%, respetivamente.

Isto faz com que os proveitos totais gerados, em agosto deste ano, ultrapassem os 948 milhões de euros, representando um aumento de 7,8% face a igual mês de 2023, e 765,5 milhões de euros de proveitos de aposentos, correspondendo a uma subida de 7,7% relativamente ao mês homólogo do ano passado.

Porto e Norte lidera nos hóspedes e Algarve nas dormidas

Dos quase 3,8 milhões de hóspedes, 1,488 milhões foram residentes em Portugal (+6,8%) e 2,270 milhões não residentes (+5,3%).

A liderar no número total de hóspedes aparece a região do Porto e Norte que, no mês de agosto, somou 889,5 mil, correspondendo a uma subida de 7,1% face a igual mês de 2023. Em segundo lugar, analisando o oitavo mês do ano, aparece a região de Lisboa, com 842,5 mil hóspedes (+7,9%), seguindo-se o Algarve com 747 mil (+3,7%), Centro com 390 mil (+7%), Oeste e Vale do Tejo com 243 mil (+0,9%), Alentejo com 221 mil (+4,7%), Madeira com 202 mil (+3,8%), Açores com 138 mil (+8,7%), e, finalmente, a Península de Setúbal com 85 mil (+7,8%).

Relativamente aos hóspedes não residentes, a liderança pertence a Lisboa que concentrou perto de 674 mil, seguindo-se o Porto e Norte com 518 mil e o Algarve com 478 mil.

Já na quantificação de hóspedes residentes, é a região do Porto e Norte que lidera, com perto de 372 mil, seguindo-se o Algarve com 269 mil, o Centro com 258 mil, Lisboa com 169 mil, Alentejo com 159 mil, sendo a última região acima dos 100 mil hóspedes, a região do Oeste e Vale do Tejo (136 mil).

Dos 2,270 milhões de hóspedes não residentes que Portugal recebeu no oitavo mês de 2024, Espanha continua a liderar com mais de 424 mil turistas, seguindo-se França (264 mil), Reino Unido (263 mil), EUA (210 mil), Alemanha (169 mil) e Itália (160 mil).

Nas dormidas registas em agosto de 2024, a liderança pertence ao Algarve com mais de 3,2 milhões (+1,1%), seguindo-se Lisboa com 2 milhões (+5%), Porto e Norte com 1,86 milhões (+7,1%), Madeira com 979 mil (-0,3%), Centro com 775 mil (+5,9%), Alentejo com 527 mil (+7,1%), Oeste e Vale do Tejo com 498 mil (+1,6%), Açores com 439 mil (+7,5%), e Península de Setúbal com 214 mil (+8,1%).

Na análise das dormidas realizadas por residentes, é o Algarve que lidera com mais de 1,1 milhões de dormidas, seguindo-se o Porto e Norte com mais de 690 mil e Lisboa com perto de 506 mil.

Já nas dormidas de não residentes, também é o Algarve que surge na liderança com quase 2,1 milhões de dormidas, seguido de Lisboa com 1,7 milhões, Porto e Norte com quase 1,2 milhões.

No capítulo das dormidas de não residentes, é o Reino Unido que aparece na frente com 1,18 milhões, seguindo-se Espanha com 1,1 milhões, destacando-se ainda a França com 776 mil, Alemanha com 631 mil e EUA muito perto das 500 mil.

Por município, Lisboa concentrou 15% do total de dormidas (5,4% do total de dormidas de residentes e 20% de não residentes), registando um acréscimo de 5,2% (+4,5% nos residentes e +5,3% nos não residentes). Entre os municípios com maior número de dormidas em agosto, o Porto (6,7% do total de dormidas) e Ponta Delgada (1,9% do total) destacaram-se com os maiores crescimentos (+6,9% e +6,5%, respetivamente).

Albufeira foi o segundo município em que se registaram mais dormidas (1,2 milhões de dormidas, peso de 11,4%) e registou um decréscimo de 0,3% (+0,2% em julho). As dormidas de residentes aumentaram 9,6% e as dos não residentes diminuíram 4,5%. Este município concentrou 10,8% do total de dormidas de residentes e 11,8% do total de dormidas de não residentes em agosto.

No Porto, as dormidas totalizaram 702,4 mil (6,7% do total), tendo-se observado um crescimento de 6,9% (+8,4% em julho), com o contributo das dormidas dos residentes (+11,8%) e dos não residentes (+6,3%).

O Funchal (623,1 mil dormidas, peso de 5,9%) apresentou um crescimento de 0,5% (+1,3% em julho), para o qual contribuíram as dormidas de não residentes (+4,7%), tendo em conta que as dormidas de residentes diminuíram 21,8%.

Para além de Lisboa e do Porto, o município de Cascais (1,9% do total) também apresentou crescimentos, quer das dormidas de residentes (+9,2%) quer das de não residentes (+3,1%), o que se traduziu num crescimento de 4,1% em agosto.

O município de Lagoa (2,6% do total) registou um decréscimo de 3% e foi, entre os principais, o único a registar diminuição, quer das dormidas de residentes (-0,1%) quer das de não residentes (-4,0%).

Em todos os 10 municípios com maior número de dormidas em agosto, as dormidas de não residentes superaram as dos residentes.

Todos a ganhar
Os valores de proveitos alcançaram máximos históricos mensais em agosto, tendo os proveitos totais interrompido a trajetória de abrandamento com um aumento de 7,8% (+7,5% em julho), atingindo 948,1 milhões de euros. Os proveitos de aposento aumentaram 7,7% (+8,1% em julho), ascendendo a 765,5 milhões de euros.

O Algarve foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (36,6% dos proveitos totais e 36,4% dos proveitos de aposento), seguido da Grande Lisboa (20,2% e 20,9%, respetivamente) e do Norte (14,4% e 14,5%, pela mesma ordem).

Todas as regiões registaram crescimentos nos proveitos, com os maiores aumentos a ocorrerem nos Açores (+23,4% nos proveitos totais e +24,7% nos de aposento) e no Alentejo (+12,6% e +13,3%, respetivamente).

De resto, o crescimento dos proveitos foi transversal aos três segmentos de alojamento no mês de agosto. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (pesos de 84,7% e 83,1% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram 7,0% e 6,8%, pela mesma ordem.

Nos estabelecimentos de alojamento local, registaram-se aumentos de 11,7% nos proveitos totais e 11,8% nos proveitos de aposento (quotas de 10,1% e 11,5%, respetivamente).

No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 5,2% nos proveitos totais e de 5,4% nos relativos a aposento), os aumentos foram de 14,1% e 13,8%, respetivamente.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 113,8 euros em agosto, registando um aumento de 5,0% (+5,2% em julho).

O valor de RevPAR mais elevado foi registado no Algarve (168,3 euros), seguindo-se a RA Açores (124,6 euros) e a Grande Lisboa (122,2 euros). Os maiores crescimentos ocorreram nas RA Açores (+17,3%) e no Alentejo (+10,1%). O Oeste e Vale do Tejo e a Grande Lisboa foram as únicas regiões onde se registaram diminuições neste indicador (-1,4% e -0,4%, respetivamente).

Em agosto, este indicador cresceu 5,2% na hotelaria (+6,1% em julho). No alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação, registaram-se crescimentos de, respetivamente, 4,8% e 9,3% (+2,9% e +4,8%, em julho, pela mesma ordem).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 153,3 euros (+4,1%, após +5,6% em julho).

O Algarve destacou-se com o valor mais elevado de ADR (205,7 euros), seguido do Alentejo (162,5 euros). Os crescimentos mais expressivos ocorreram nas Regiões Autónomas dos Açores (+14,2%) e da Madeira (+11,8%). Em sentido contrário, o Oeste e Vale do Tejo e a Grande Lisboa registaram os únicos decréscimos neste indicador (-1,6% e -1,4%, respetivamente).

Todas as regiões, com exceção do Oeste e Vale do Tejo e da Grande Lisboa, registaram máximos históricos de RevPAR e de ADR em agosto.

Em agosto, o ADR cresceu em todos os segmentos, +4,1% na hotelaria (+5,4% em julho), +3,8% no alojamento local (+6,1% em julho) e +7,7% no turismo no espaço rural e de habitação (+8,8% em julho).

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