O papel transformador que a hotelaria pode assumir na sustentabilidade
Leia a opinião de Karina Simões, Head of Hotel Advisory na JLL.
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Após a COP26 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – a qual teve lugar em novembro 2021 em Glasgow, ficou mais claro ainda que o “ambiente construído”, sendo o mercado imobiliário a sua maioria, necessita de estar na vanguarda da implementação de soluções sustentáveis, na medida em que é responsável por 40% das emissões de carbono a nível mundial.
Neste contexto, os hotéis têm uma importante quota parte por serem, de entre as diferentes tipologias de edifícios comerciais, aqueles que mais intensivamente consomem energia e água e produzem elevados volumes de lixo.
A forma de conseguir fazer a diferença nesta indústria exige uma abordagem holística, envolvendo três players chave, nomeadamente consumidores, operadores e investidores. Cada um deles poderá desempenhar um papel importante na redução da sua pegada de carbono.
Os investidores institucionais estão cada vez mais a desinvestir em hotéis e empresas que não possuam um claro comprometimento para com a sustentabilidade, e estão, por outro lado, a apostar naquelas cujo comprometimento com esta dimensão está já perentoriamente assumido.
Com cerca de 230 mil hotéis em todo o mundo, a indústria hoteleira representa uma oportunidade para agir e imprimir uma dinâmica diferenciada na sustentabilidade global.
Impulsionados por alterações nas preferências dos consumidores, os quais cada vez mais gravitam em torno das unidades hoteleiras que assumidamente já estão a fazer esse caminho, na vontade em melhorar os indicadores de rentabilidade e na injeção de capital que tem como objetivo alterações substanciais neste domínio, a indústria está no caminho da transformação, neste ano de 2022.
A generalidade das grandes cadeias hoteleiras a nível mundial (Marriot, Hilton, IHG, Hyatt) comprometeram-se já com a redução da sua pegada de carbono em pelo menos 25%, nos próximos três anos.
A Booking.com, por exemplo, já estabeleceu um sustainability badge, que atribui aos hotéis que cumprem determinados critérios ao nível da sustentabilidade, dando-lhes preferência nos resultados de busca dos consumidores, aumentando a possibilidade de serem reservados.
Mesmo para os hotéis independentes, a implementação destas medidas resulta em benefícios na preservação de longo prazo do ativo, com impacto direto também ao nível da rentabilidade. Para além dos custos com os trabalhadores, as utilities representam o maior custo variável em hotéis – 7.8% das vendas globais.
A implementação das medidas mais básicas, tais como a instalação de luzes LED ou termostatos inteligentes, podem reduzir os utility costs em cerca de 40%. Sendo esta uma indústria com margens cada vez mais apertadas, os operadores evitam incluir no seu portfolio ativos que não possuam estas preocupações, decorrentes dos maiores custos operacionais associados.
Karina Simões, Head of Hotel Advisory na JLL
*Publicado na edição de abril da Publituris Hotelaria