ADHP propõe pacote de medidas para enfrentar a crise de habitação no setor do turismo
O presidente da ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, Fernando Garrido, participou no painel “Habitação – Incentivos a trabalhar no turismo” da Jornada Regional da Área Metropolitana de Lisboa, uma iniciativa da AHRESP que teve lugar no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, na passada quarta-feira, 28 de junho.
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O presidente da ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, Fernando Garrido, participou no painel “Habitação – Incentivos a trabalhar no turismo” da Jornada Regional da Área Metropolitana de Lisboa, uma iniciativa da AHRESP que teve lugar no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, na passada quarta-feira, 28 de junho.
A conversa, que também contou com Joana Ferreira, coordenadora de recursos humanos do Grupo Vila Galé, e Tiago Quaresma, administrador no grupo O Valor do Tempo, colocou em debate os desafios que o turismo enfrenta na contratação e retenção de talento devido à crise de habitação em Portugal.
Neste painel, Fernando Garrido recordou que o turismo enfrenta uma batalha de duas frentes: nas zonas de menor densidade populacional e com forte atividade sazonal, que exige a oferta de habitação para garantir mão-de-obra, e nos grandes centros urbanos, onde a escassez de “habitação acessível, próxima das empresas”, obriga a mão-de-obra operacional a deslocar-se para a periferia, condicionando a disponibilidade horária e dificultando a contratação.
Para ilustrar o investimento que a hotelaria tem feito para responder a estes problemas, o presidente da ADHP deu como exemplo o caso de duas unidades independentes em zonas de forte sazonalidade que investiram 500 mil euros no arrendamento de habitações e aproximadamente dois milhões de euros de euros para criação de habitação de funcionários.
Nesse sentido, Fernando Garrido defendeu a implementação de um conjunto de medidas como o alívio da carga fiscal para alojamento destinado a colaboradores e a criação de subsídios de alojamento pagos pelas empresas, não tributáveis, equiparáveis aos subsídios de alimentação.
Para as regiões de grande especulação imobiliária, o presidente apelou ao “auxílio camarário com disponibilização de terrenos municipais” de segunda linha para a criação de alojamento para colaboradores – uma prática que, recordou, se fazia no passado.
Em comunicado de imprensa, a ADHP frisa que estas propostas já foram apresentadas ao Governo pela AHETA – Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve como medidas úteis ao setor do turismo. Nesta lista “figuram incentivos fiscais para as empresas que disponibilizem alojamento aos profissionais do setor turístico (como isenções fiscais ou reduções nas taxas aplicadas), transporte subsidiado ou fornecido pelas empresas e benefícios adicionais, como descontos em serviços turísticos ou culturais, acesso a atividades de lazer ou desportivas, planos de saúde e subsídios de alimentação”, refere a associação em nota de imprensa.
O presidente da ADHP deixou ainda uma palavra sobre o reconhecimento profissional, no contexto da “Agenda Profissões do Turismo”, publicada em março deste ano pelo Ministério da Economia. Neste ponto, Fernando Garrido “voltou a defender a revisão das categorias profissionais assente na experiência, mas, sobretudo, na formação”.
Para o presidente, “a meta definida pelo Governo – elevar o nível de qualificações dos profissionais do turismo de modo a ter mais de 60% de profissionais com ensino secundário e superior – é plenamente exequível se houver um esforço coletivo para valorizar as profissões, algo que passa por mais do que o aumento das remunerações”. Relativamente aos salários, o presidente da ADHP considerou que o “grande problema” ainda se prende com os impostos pagos pelas empresas.