Em junho, as unidades de alojamento turístico nacionais registaram 3,0 milhões de hóspedes e 7,8 milhões de dormidas, traduzindo crescimentos de 6,7% e 4,8%, respetivamente, que geraram 698,0 milhões de euros de proveitos totais e 541,0 milhões de euros de proveitos de aposento, valores que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que o crescimento dos proveitos está a abrandar.
“O crescimento dos proveitos totais abrandou em junho (+12,7%, após +15,3% em maio), atingindo 698,0 milhões de euros. O mesmo sucedeu com os proveitos de aposento, que também aumentaram 12,7%, (+15,5% maio), ascendendo a 541,0 milhões de euros”, lê-se no comunicado que acompanha os números do INE e que foi divulgado esta quarta-feira, 14 de agosto.
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se nos 85,0 euros, refletindo um aumento de 9,4%, e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 132,0 euros, crescendo 8,0%, com o INE a notar que “o ADR atingiu os valores mais elevados na Grande Lisboa (170,9 euros), no Algarve (139,8 euros) e na RA Açores (128,4 euros)”.
Por regiões, a Grande Lisboa “continuou a ser a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (29,3% dos proveitos totais e 30,9% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (29,2% e 28,3%, respetivamente) e do Norte (15,2% e 15,6%, pela mesma ordem)”.
Segundo o INE, “todas as regiões registaram crescimentos nos proveitos, com os maiores aumentos a ocorrerem no Alentejo (+22,0% nos proveitos totais e +16,2% nos de aposento), na RA Açores (+19,4% e +21,1%, respetivamente) e na Península de Setúbal (+18,1% e +18,6%, pela mesma ordem)”.
Já o valor de RevPAR mais elevado foi registado na Grande Lisboa (133,5 euros), seguindo-se o Algarve, com 96,7 euros, ainda que os maiores crescimentos tenham ocorrido na RA Açores(+17,2%) e na Península de Setúbal (+16,0%), enquanto
os menos expressivos se verificaram no Norte (+3,8%) e Oeste e Vale do Tejo (+6,2%).
“Em junho, este indicador cresceu 10,3% na hotelaria (+13,0% em maio). No alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação, registaram-se crescimentos de, respetivamente, 7,9% e 9,9% (+10,0% e +15,5%, em maio, pela mesma ordem)”, refere o INE.
No ADR, a Grande Lisboa voltou a destacar-se com o valor mais elevado de 170,9 euros, seguida do Algarve (139,8 euros) e da RA Açores (128,4 euros), com o INE a revela que “este indicador registou crescimento em todas as regiões, com os maiores aumentos a ocorrerem na RA Açores (+13,4%) e na RA Madeira (+13,3%)”.
“Em junho, o ADR cresceu em todos os segmentos, +7,9% na hotelaria (+9,1% em maio), +8,8% no alojamento local (+7,9% em maio) e +10,4% no turismo no espaço rural e de habitação (+8,1% em maio)”, refere também o INE.
O município de Lisboa concentrou ainda 18,0% do total de dormidas (8,7% do total de dormidas de residentes e 21,7% de não residentes), registando um acréscimo de 4,6% (+7,4% nos residentes e +4,1% nos não residentes).
O INE acrescenta que, entre os municípios com maior número de dormidas em junho, “Portimão (3,9% do total de dormidas) destacou-se com o maior crescimento (+13,4%), para o qual contribuíram as evoluções positivas das dormidas de residentes (+8,0%) e, sobretudo, as de não residentes (+15,4%)”.
Em junho, o crescimento dos proveitos abrandou nos três segmentos de alojamento, uma vez que, na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (pesos de 86,6% e 84,8% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram ambos 12,1%, enquanto nos estabelecimentos de alojamento local, registaram-se aumentos de 15,6% nos proveitos totais e 16,1% nos proveitos de aposento (quotas de 9,5% e 11,2%, respetivamente).
Já no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,9% nos proveitos totais e de 4,0% nos relativos a aposento), os aumentos foram de 18,8% e 16,6%, respetivamente.
Maioria das dormidas de junho concentraram-se em 10 munícipios
Os dados do INE mostram ainda que 61,0% das dormidas registadas em junho concentraram-se “nos 10 municípios com maior número de dormidas”, com destaque para Lisboa, que concentrou 18,0% do total de dormidas, atingindo 1,4 milhões (+4,6%, após +5,3% em maio).
Em Lisboa, as dormidas de residentes aumentaram 7,4% e as de não residentes cresceram 4,1%, com o INE a destacar que este município “concentrou 21,7% do total de dormidas de não residentes em junho”.
Já Albufeira foi o segundo município em que se registaram mais dormidas (912,7 mil dormidas, peso de 11,7%), aumentando 2,1%, neste caso, com as dormidas de residentes a crescerem 2,6%, “superando o ritmo de crescimento dos não residentes (+2,0%)”.
No Porto, as dormidas totalizaram 576,1 mil (7,4% do total), tendo-se observado um crescimento de 6,3% (+8,7% em maio), “com o contributo das dormidas de não residentes (+7,9%), dado que as de residentes decresceram 2,3%”, indica também o INE.
No Funchal (548,4 mil dormidas, peso de 7,0%), houve um crescimento de 3,4% (+5,0% em maio), para o qual contribuíram, diz o INE, “as dormidas de não residentes (+6,9%), tendo em conta que as dormidas de residentes diminuíram 16,5%.
“Em todos os 10 municípios com maior número de dormidas em junho, as dormidas de não residentes superaram as dos residentes”, explica ainda o INE, na informação divulgada esta quarta-feira.
No crescimento das dormidas de não residentes, o INE destaca os municípios de Portimão, Ponta Delgada, Porto, Funchal e Loulé e diz também que Portimão, Lisboa, Cascais e Lagoa foram “os que se mais se distanciaram positivamente da média nacional em termos de crescimento das dormidas de residentes”.
Dormidas de não residentes justificam aumento de proveitos até junho
No conjunto dos seis primeiros meses de 2024, as unidades de alojamento turístico nacionais contabilizam já 35,5 milhões de dormidas, num aumento de 4,5% face ao primeiro semestre de 2023, o que, segundo o INE, deu “origem a aumentos de 12,3% nos proveitos totais e de 12,1% nos de aposento”, para 2,8 mil milhões de euros e 2,1 mil milhões de euros, respetivamente.
“Este aumento deveu-se, principalmente, às dormidas de não residentes, que cresceram 5,8%, enquanto as de residentes registaram um crescimento mais modesto (+1,4%)”, explica o INE.
Já o RevPAR atingiu os 58,6 euros no primeiro semestre de 2024, num aumento de 7,4% face a período homólogo de 2023, enquanto o ADR chegou aos 108,9 euros, depois de um aumento de 7,6%.
Segundo o INE, a “Grande Lisboa registou os valores mais elevados de RevPAR e ADR neste período (98,5 euros e 143,4 euros), seguindo-se a RA Madeira (74,4 euros), em termos de RevPAR, e o Alentejo (104,5 euros) e o Norte (101,1 euros), em termos de ADR”, enquanto os maiores aumentos do RevPAR foram atingidos na Península de Setúbal (12,6%), na RA Açores (+12,0%) e no Oeste e Vale do Tejo (+11,1%), tendo os crescimentos mais modestos sido registados no Norte (+4,6%) e no Centro (+5,0%).
O INE indica ainda que a RA Madeira registou os maiores crescimentos de ADR (+10,9%), seguindo-se a Península de Setúbal (+9,8%), a Grande Lisboa (+9,0%) e ainda a RA Açores (+8,9%).
Por destinos nacionais, o INE diz que, nos seis primeiros meses do ano, “o conjunto dos 10 municípios com maior número de dormidas no 1º semestre de 2024 concentrou, neste período, 61,4% do total de 35,5 milhões de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico”, incluindo 71,8% das dormidas de não residentes e 35,0% das dormidas de residentes.
O munícipio de Lisboa voltou a destacar-se no primeiro semestre do ano, concentrando 21,2% do total de dormidas, seguindo-se Albufeira (9,1%) e o Funchal (8,5%), com a capital portuguesa a ser mesmo o principal destino das dormidas dos residentes (10,6%), seguindo-se os municípios de Albufeira (5,2%) e do Porto (4,5%).
“Desde o início do ano, concentraram-se em Lisboa ¼ das dormidas de não residentes (25,3%), seguindo-se os municípios de Albufeira (10,7%) e do Funchal (10,4%)”, refere também o INE.
Segundo os dados divulgados, o Reino Unido “concentrou ¼ das dormidas no município de Albufeira (24,9%), município que foi também o que recebeu o maior número de dormidas de residentes na Irlanda (35,9%) e nos Países Baixos (16,8%), enquanto o
Funchal foi o principal destino das dormidas de residentes na Alemanha (18,3%)”.
Já o município de Lisboa foi o principal destino das dormidas dos brasileiro (46,7%), norte-americanos (44,9%), italianos (43,5%), canadianos (32,8%), francêses (26,4%) e espanhóis (22,6%).
“Destaque ainda para o peso que os municípios de Lisboa e do Porto, em conjunto, representaram no total de dormidas dos mercados brasileiro (60,8%), norte americano (59,7%) e italiano (57,3%)”, acrescenta o INE, sublinhando que “Lisboa e Porto concentraram mais de metade das dormidas dos mercados brasileiro, norte americano e italiano no primeiro semestre”.
Por outro lado, o munícipio de Lagos foi, entre os principais, “aquele em que se registou maior dependência dos mercados externos(89,7%), seguindo-se o Funchal (87,4%) e Lisboa (85,7%), enquanto no extremo oposto encontra-se Ponta Delgada com a menor depedência (59,6%).
“De realçar ainda que os restantes municípios apresentaram, no seu conjunto, uma dependência dos mercados externos (52,3%) inferior a qualquer um destes 10 municípios e inferior à média nacional (71,7%)”, diz o INE.
O Reino Unido foi, como esperado, o principal mercado emissor no primeiro semestre, representando 18,4% do total de dormidas de não residentes neste período, sendo mesmo o principal mercado externo em Loulé (55,7% do total de dormidas de não residentes), Albufeira (42,8%), Portimão (38,3%), Funchal (30,3%), Lagoa (30,1%) e Cascais (13,7%).
Já o mercado alemão (11,7% do total de dormidas de não residentes) foi o principal em Lagos (24,7%) e ainda no conjunto dos municípios que não figuram nos 10 principais (15,2%), enquanto os EUA (9,2% do total de dormidas de não residentes) ficaram na primeira posição em Ponta Delgada (18,2%), em Lisboa (16,3%) e no Porto (14,3%).