Viagens dos residentes descem pela primeira vez desde 2.º trimestre de 2021
Os dados do INE, divulgados esta sexta-feira, 26 de julho, mostram que, no primeiro trimestre de 2024, a queda nas viagens em território nacional levou à descida das viagens dos residentes, que caíram 10,0% face a igual período do ano passado, na primeira descida identificada desde o segundo trimestre de 2021.
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Os dados do INE, divulgados esta sexta-feira, 26 de julho, mostram que, no primeiro trimestre de 2024, a queda nas viagens em território nacional levou à descida das viagens dos residentes, que caíram 10,0% face a igual período do ano passado, na primeira descida identificada desde o segundo trimestre de 2021.
Nos três primeiros meses de 2024, os residentes em Portugal realizaram 4,5 milhões de viagens, número que representa uma descida de 7,8% face ao mesmo período do ano passado, naquela que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), é a primeira descida deste indicador desde o segundo trimestre de 2021.
Os dados do INE, divulgados esta sexta-feira, 26 de julho, mostram que foi a queda nas viagens em território nacional que ditaram a queda nas viagens dos residentes, uma vez que estas desceram 10,0% entre janeiro e março de 2024, totalizando 3,9 milhões e representando 86,6% do total de deslocações.
As viagens ao estrangeiro, por outro lado, continuaram a crescer e, no primeiro trimestre deste ano, aumentaram 9,2%, somando 599,5 mil deslocações e representando 13,4% do total.
No entanto, os dados do INE mostram que também as viagens ao estrangeiro registam um abrandamento, uma vez que, no quarto e último trimestre de 2023, este indicador tinha crescido 12,9%, enquanto o aumento registado no primeiro trimestre de 2024 foi de apenas 9,2%.
O INE diz também que o número de viagens realizadas não foi constante ao longo dos três primeiros meses de 2024, uma vez que, em janeiro e fevereiro, registou-se uma diminuição do número de viagens, com descidas que chegaram aos 18,0% e 15,9%, respetivamente. Em março, mês que, este ano, incluiu a Páscoa, este indicador recuperou e já cresceu 12,4%.
Quanto à motivação de viagem, o INE destaca a “visita a familiares e amigos” como a principal e que representou 47,2% do total de viagens, o que já tinha acontecido em período homólogo de 2023. Esta motivação somou 2,1 milhões de viagens, o que traduz uma descida de 5,6%.
O segundo principal motivo para viajar foi o “lazer, recreio ou férias”, que somou 1,7 milhões de viagens e representou 37,7% do total, ainda que também nas viagens de lazer ou férias se tenha verificado uma descida de 12,1% no primeiro trimestre do ano.
Por fim, as viagens por motivos “profissionais ou de negócios”, que chegaram às 437,5 mil deslocações e representaram 9,8% do total, também desceram, numa quebra que, entre janeiro e março, chegou aos 10,6% face ao primeiro trimestre de 2023.
A “visita a familiares e amigos” foi mesmo a principal motivação para as viagens dos residentes em território nacional, representando 51,6% das deslocações nacionais, num total de 2,0 milhões de viagens, enquanto nas deslocações ao estrangeiro foi o “lazer, recreio ou férias” que motivou a maioria das viagens, com uma representação de 61,7% do total e 369,8 mil viagens.
Já o segundo principal motivo das deslocações nacionais foi o “lazer, recreio ou férias”, que representaram 34,0% do total ou 1,3 milhões de viagens, enquanto nas deslocações ao estrangeiro, a “visita a familiares e amigos” foi o segundo principal motivo, tendo estado na origem de 19,0% do total, representando um total de 113,8 mil viagens.
Os motivos “profissionais ou de negócios” foram a terceira principal razão dos residentes para viajar, quer nas deslocações nacionais, em que este tipo de viagem representou 8,6% do total e 331,5 mil viagens, quer nas deslocações ao estrangeiro, em que foram 17,7% do total, somando 105,9 mil viagens.
Os dados do INE mostram ainda que, no primeiro trimestre de 2024, a marcação prévia de serviços foi utilizada em 35,0% das viagens dos residentes, sendo mesmo dominante nas deslocações com destino ao estrangeiro, em que representou 93,9% do total, num aumento de 0,7 p.p., ao contrário das viagens nacionais, em que a marcação prévia foi utilizada apenas em 25,8% das viagens, o que representa uma subida de 0,9 p.p..
Quanto aos meios utilizados para fazer a marcação prévia, o destaque foi para o recurso à internet, que foi utilizado em 25,3% das deslocações (+3,1 p.p.), numa escolha que teve maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro, onde representou 72,1% do total, num aumento de 3,1 p.p., do que nas viagens em território nacional, em que a utilização deste recurso representou 18,1% do total, crescendo 1,8 p.p. face ao mesmo período de 2023.
Duração média das viagens aumenta
Quanto ao tipo de alojamento escolhido, o INE diz que, no primeiro trimestre do ano, a principal opção recaiu no “alojamento particular gratuito”, que representou 66,6% do total e 8,5 milhões de dormidas nas viagens de residente.
“Este tipo de alojamento teve maior prevalência nas viagens motivadas pela “visita a familiares ou amigos” (93,9% do total) e nas deslocações em “lazer, recreio ou férias” (45,7%)”, explica a informação divulgada pelo INE.
Já os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento, concentrando 24,0% das dormidas no primeiro trimestre do ano, num total de 3,1 milhões, com o INE a sublinhar que “este tipo de alojamento foi a principal opção nas dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” (54,6%), tendo sido a segunda opção nas
dormidas em viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias” (40,3%)”.
A subir esteve a duração média das viagens, que chegou às 2,84 noites, o que traduz um aumento face às 2,72 noites apuradas em igual período do ano passado, com o INE a revelar que “a duração média mais longa foi registada em março (3,17 noites; 2,67 em março de 2023) e a mais baixa em janeiro (2,55 noites; 2,79 em janeiro de 2023)”.
Os dados do INE mostram ainda que a proporção de turistas no primeiro trimestre do ano decresceu face a período homólogo de 2023, uma vez que 19,5% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, o que traduz uma descida de 0,3 p.p. face ao mesmo período do ano anterior.
“Numa análise mensal, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma
viagem diminuiu em janeiro e fevereiro (-1,6 p.p. e -2,0 p.p., respetivamente), tendo aumentado em março (+2,2 p.p.)”, conclui o INE.